Resultados da Pesquisa
122 itens encontrados para ""
- Mais família que a que divide o sangue
Eu sou uma falha... Sou egoísta e morro por atenção... Mas mesmo assim... Tudo que eu queria agora era poder falar do que eu gosto com alguém... Era eu poder ficar animada... Pular, sorrir... Ser ouvida com zelo... Ser entendida... Tudo que eu quero é ter o interesse de alguém... é ser olhada nos olhos... Não ser ignorada ou cortada no meio da frase porque você só perguntou por educação... Eu queria um abraço... Um tom animado... Sonhos não esmagados antes mesmo de nascerem... Já pensaram que o motivo que eu não "pareço animada" talvez seja só porque eu parei de falar? Parei de mostrar quando eu estou investida em algo? Porque vocês não se importam de verdade? Já pensaram nisso? O pior de tudo é que ainda sou apegada a vocês. Pelas pequenas vezes em que me surpreendem, pelas pequenas frases que parecem realmente me entender, pelos pequenos insights que parecem me ver de verdade. Uma frase expondo o quanto quero ser livre, um comentário notando um hábito involuntário, um momento para entender minha tatuagem. Pequenos raios de esperança assim me fazem parar e ser completamente incapaz de me desligar mesmo por um momento dessa relação unilateral. Por que eu gosto tanto dela? Porque, com ela, eu posso ser a minha pessoa esquisita, com gostos bizarros e infantis e o máximo que ela faz é dar risada! Ela nem é de sangue, mas foi a primeira pessoa da família a me sentir realmente acolhida, entendida, interessante! Ela pode não entender de verdade 90% das coisas que eu falo, mas o interesse está lá, a atenção está lá... Ela foi a primeira pessoa a me dizer "pode continuar falando, eu adoro, porque eu entendo o sentimento". E nós nem conversávamos muito! Quase não temos contato, mas ela é a família que mais me acolheu com um simples apelido! Pra ela, pode não ter sido nada... Ela pode nem lembrar disso... Mas pra mim?? Ela se tornou tão especial e tão minha quanto as pessoas que eu realmente queria que fossem assim. 2021
- No cativeiro
Palavras: 2990 Sinopse: Relato de quando Xichen foi sequestrado por inimigos e torturado por dias antes que pudesse ser usado como peão no jogo perigoso que se meteu pelos namorados. Avisos: VIOLÊNCIA, TORTURA, LEIA COM CUIDADO, GATILHOS. A parte após o ⍟ foi feita por @UlvaCloud, eu só editei. Masterlist Xichen não sabe o que aconteceu. Tudo aconteceu muito rápido para que ele pudesse ter seus sentidos totalmente aguçados… A última lembrança que ele tinha era Yao com o semblante indignado olhando para a mulher que supostamente era sua mãe. De repente, Xichen se sentiu sendo atingindo por trás, é aí que suas lembranças acabam. Apesar da consciência funcionando, o primogênito dos Lan sabia que estava desacordado. Não importava os esforços que fazia para abrir os olhos, era impossível, por isso, ele precisou de ajuda externa para sair desse estado. E a ajuda veio… em forma de água gelada sendo lançada no seu rosto, mas veio. Xichen então abriu os olhos, arfando ao mesmo tempo em que puxava o ar para os pulmões, tremendo enquanto a água gélida encharcava suas roupas. - Eh? Finalmente acordou, ‘querido professor’. - Uma voz masculina desdenhosa soou na frente de Xichen. O Lan levantou a cabeça, percebendo só agora que ele estava amarrado em uma cadeira com cordas mágicas, resistentes a sua força física. - Vá avisar a Madame. - O homem falou para alguém fora do quarto que Xichen não podia ver. - Ela vai ficar extasiada quando ver que o ‘professor’ acordou. O desconhecido chegou perto de Xichen e puxou seus cabelos pela raiz, o forçando a olhar para o rosto debochado do primeiro. Claramente Lan Huan ainda estava muito desnorteado, então ele escolheu não ter nenhuma reação drástica ainda. Era importante ele entender primeiro a situação que estava antes de decidir como revidar. Mesmo assim, ele encarou o rosto do homem na sua frente, causando um sorriso nojento aparecer no outro. - Hm, agora eu entendo porquê aquele viadinho ingrato e o brutamontes dos Nie gostam tanto assim de você… Estranhamente charmoso, ‘professor’. - Cada vez que ele usava o título, o estômago de Xichen dava uma volta. - Diz, depois que a Madame terminar, o que acha de eu pedir para ela me dar você? Hm? Acho que podemos nos divertir, hein. Ele havia se aproximado para sussurrar na orelha de Xichen, que mordeu o lábio para não revidar naquele instante. Era claro que o Comensal iria falar mais, porém neste momento, uma voz feminina soou junto com passos fora da sala. O homem com Xichen finalmente largou seu cabelo e afastou seu rosto, dando dois ou três passos para trás. Seu rosto agora era solene. - Então ele acordou? Já era hora! - Uma mulher que parecia ter por volta dos 40 anos entrou na sala. Xichen sabia que ela era mais perigosa do que deixava aparente e imaginava a verdadeira identidade dela. Sua voz causou dor de cabeça no Lan que tremia por ter sido molhado. A mulher não hesitou, se aproximou de Xichen e com apenas um balanço de braço, deixou a marca de todos os seus dedos na pele pálida da jade. - Sabe por que está aqui, meu ‘genro predileto’? - Ela não esperou ele responder para continuar. - Está aqui porque seus namorados não prestam. Eles te deixaram, fugiram enquanto te largaram para trás, nas nossas mãos. Eles preferiam correr para se salvar e deixar você para aguentar a punição que era para eles. - Ela tinha um sorriso maníaco no rosto que distorcia qualquer beleza que poderia existir ali. Xichen não aguentou e balançou a cabeça. - Não é verdade… Eles jamais fariam isso. - A voz do homem amarrado estava calma. Ele tinha plena confiança em seus namorados, sabia que nenhum dos dois permitiria que aquilo fosse verdade. Os dois poderiam ter muitos defeitos, mas covardia não fazia parte deles. - Por que eu realmente estou aqui, MeiLin? - Lan Huan testou o nome. Assim que recebeu outro tapa violento, ele sabia que havia deduzido certo. - Tolo! - O grito fez com que Xichen arfasse, sentindo a cabeça vibrar. Ele fechou os olhos, mas logo foi forçado a abri-los quando unhas afiadas encontraram seu couro cabeludo e prenderam seus fios, inclinando seu queixo para cima pela força. - Não importa se não acredita! Quando terminarmos com você, nada disso vai importar! - O último sorriso dela antes de largá-lo congelou Xichen ainda mais do que a água que foi absorvida pelo seu suéter. Depois disso, ela se virou e saiu da sala, sendo acompanhada pelo Comensal que acordou Xichen. O Lan foi deixado para tremer sozinho, ainda amarrado na cadeira. Ele pensou nos namorados que MeiLin havia citado. Eles estavam bem… Xichen precisava acreditar que eles estavam bem e que o achariam… Claro que ele faria de tudo para sair de lá sozinho, mas se as circunstâncias não mudassem, seria preciso mais do que sua mente analítica para isso… Fora da sala, longe do alcance da audição do homem raptado, MeiLin dava ordens para os Comensais ao seu redor. Enquanto ela gritava, a dois desses Comensais foram entregues taças, uma com um líquido dourado e a outra com um líquido verde-líquen. Os dois se curvaram de dor depois que beberam, mas depois de segundos novas roupas foram entregues para eles, que sorriam maliciosamente. ❂ A porta de Xichen só abriu novamente no domingo. O bruxo sequestrado não tinha noção de quanto tempo havia se passado exatamente, mas ele estimava a passagem de tempo graças ao seu organismo, acostumado com uma rotina rígida. Mesmo tremendo de frio e começando a ficar fraco de fome, Xichen adormeceu e acordou no horário que lhe era habitual, o que o ajudou a estipular quantas horas haviam passado. Quando acordou de novo, porém, Xichen não estava mais amarrado em uma cadeira, mas suspenso pelas mãos, preso ao teto, no centro do quarto. Ele deveria estar exausto para não sentir seu corpo sendo movido… Seus pés ainda tocavam o chão, mas ele estava completamente desconfortável. Ele testou as cordas e ainda eram as enfeitiçadas que o restringiam. Como esperado, MeiLin foi a primeira a entrar na sala, seguida do Comensal do dia anterior. A mulher trazia um sorriso maldoso e um frasco de poção de odor estranho. Sem que ela precisasse dizer algo, o homem livre agarrou o rosto de Xichen por trás e forçou sua boca aberta. Xichen queria resistir, mas, estando sem comer desde o dia anterior e com uma leve febre do banho gélido, não havia chances de evitar que o líquido fedorento descesse por sua garganta. - O que me fez beber? - A voz dele estava rouca pela falta de uso e pela força que o Comensal usou. - Não quero ter o problema de te alimentar durante sua estadia aqui. - A mulher soltou uma risada maníaca. - Mesmo assim, temos que te manter vivo até eu não ter mais uso para você, não é mesmo, meu ‘genro predileto’? - Seu tom desdenhoso arrancou um sorriso complacente do Comensal e calafrios de Xichen. - Por que está fazendo isso? Qual é o seu objetivo-Ah! - O professor não pode terminar os seus questionamentos antes de sentir unhas quebrando a camada de pele de seu queixo. O rosto distorcido de raiva súbita da mulher se aproximou tanto que Xichen podia ver os pequenos defeitos nele que eram invisíveis a uma distância segura. - Por que? Porquê, você me pergunta? É claro que é porque aquele empecilho merece sofrer. Nem ele nem a aberração dos Nie merecem ter uma vida boa e feliz. - Ela soltou uma risada estridente. - Eu planejo fazê-los cair no desespero aos poucos, um passo de cada vez. Você é só o começo, ‘querido professor’. - Então se virou para o Comensal, soltando o rosto de Xichen. - Sabe o que fazer. - Oh, se sei. - O tom aveludado do homem fez calafrios percorrerem o corpo de Lan Huan. Ele endureceu sua expressão, tentando focar seus sentidos no homem que rodeava suas costas. - Não se preocupe, Madame. Vou deixá-lo preparadíssimo para a nossa surpresa. - Com um som de concordância, MeiLin deixou o quarto. Logo que a porta fechou, um estalo foi ouvido. Xichen congelou antes de respirar fundo. Ele sabia que aquilo viria. - Sabe? Eu estou curioso desde que chegou aqui. Será que sua pele é branquinha assim por completo? - Rindo de maneira detestável, o Comensal não se segurou. Rápida e continuamente, ele depositou 10 golpes de chicote nas costas de Xichen, que, tirando uma respiração tremida na primeira chicoteada, não esboçou mais reação. O que fez com que uma sobrancelha do Comensal levantasse. - Eh, bem resistente para um bom rico como você. - O tom era claramente de desdém. - Mas eu estava certo… - Ele aproximou a boca do ouvido de Xichen e sussurrou. - Sua pele é tão branca que ficará linda manchada de sangue, ‘professor’. - Com isso, ele puxou o que sobrou das costas do suéter que Xichen usava. Deixando agora a pele machucada mas ainda não sangrando do Lan a mostra. - Eu me pergunto, o que será que o viadinho ingrato diria se te visse assim? Ouvi dizer que ele também usa um chicote. Mas duvido que ele saiba como usá-lo com você, não é? - A cada pontuação, a cada mudança de tom, a cada pausa para respirar dele, Xichen recebia um golpe. Sua respiração estava pesada e ele não conseguia mais segurar alguns espasmos involuntários e pequenos grunhidos de dor. - O que será que ele está fazendo agora enquanto você está aqui, hein? Será que ele está fudendo aquele brutamontes? Estarão eles celebrando o seu sacrifício por eles? Você sabe que a culpa é deles de você estar aqui, né ‘professor’? - Xichen perdeu a conta depois do 50º golpe. Seu corpo era forte, mas não poderia negar que nunca tinha sofrido tantos machucados físicos de uma única vez. O homem continuou soltando ofensas e desferindo chicotadas contra ele, mas Xichen tentava focar apenas em sua respiração, fazendo o que podia para não perder a consciência. Ele não queria arriscar de novo deixar seu corpo sozinho com esse lunático, ainda mais com as obscenidades que ele sussurrava quando vinha abrir ainda mais os machucados de Xichen com os dedos e com o cabo do chicote. Isso continuou até Xichen não aguentar mais o Comensal cutucando suas feridas e soltar um grito de dor. - Finalmente! - O agressor riu. - Eu achei que precisaríamos ficar aqui o dia todo. - Ele então foi até a porta e gritou algo para alguém fora do quarto. Xichen estava exausto demais para se importar em escutar. Ele deixou a cabeça cair e viu o chão e as calças vermelhos de sangue… Sangue dele… O Lan voltou a tentar se controlar focando na respiração. - Como você aguentou bem, aqui sua recompensa. - O tom alegre e leve do homem com chicote fez Xichen querer chorar. Ele negou com a cabeça, querendo não receber a tal ‘recompensa’. - O que? Não quer? Pena que não nos importa. - O outro passou pela porta e disse para alguém que Xichen ainda não podia ver. - Todo seu, divirta-se. Então o sequestrado que fora açoitado ouviu dois tipos de passos diferentes. Um parecia leve e alegre, enquanto o outro parecia pesado e determinado. Ele tinha a impressão de conhecer aqueles passos, mas não seria possível, não é? Não teria como ser realmente eles, não é? O desespero crescente na boca do estômago de Xichen explodiu quando ele levantou a cabeça e viu quem eram os recém chegados. - Não… Não, não, não! Não é possível, vocês não são eles! NÃO SÃO ELES! - O professor que fez questão de se manter forte durante as provocações anteriores não pode segurar mais o ódio dentro dele. Como eles se atreviam a usar a imagem de seus namorados para isso? - COVARDES! - Xichen se debateu apesar da dor para se soltar das amarras. - Covardes… - Ele sentiu as lágrimas escorrendo enquanto via as duas formas se aproximando dele. Fora daquele lugar, na sala sofisticada de MeiLin, a mulher andava de um lado para o outro, preocupada. Em um surto, ela já havia virado a mesa e quebrado alguns vidros. Ela não podia evitar de perder a calma quando o assunto era destruir a vida daquele imbecil que ela havia parido. - Tem certeza que dará certo? Sabe o que acontecerá a você e a sua família se isso não dar certo, não é, Doutor? - Ela voltou os olhos venenosos e enlouquecidos para o homem que tremia sentado na única poltrona não destruída no surto de MeiLin. - Sim, Madame. Uma semana é mais do que suficiente para conseguirmos. Ainda mais levando em conta a reação que ele teve com a chegada dos dois. Não vai demorar para quebrarmos totalmente e então condicioná-lo. - Ótimo. - A mulher então abriu um sorriso que congelou o homem. ❂ O resto dos dias passou como um borrão para Xichen. Depois da aparição dos Comensais fingindo ser seus amados, tudo que ele podia fazer para manter a sanidade durante as sessões de tortura era recitar como um mantra: “Não são eles, não são eles”. A febre do resfriado não tratado consumia suas forças, além dos machucados em suas costas, pernas e braços. Segunda: O primeiro Comensal que o recebeu não apareceu mais. Agora era aquele casal perturbador que seguia com as torturas. Eles pareciam ter mudado de tática para atingir Xichen de maneira mais eficiente. Disseram palavras doces no domingo, até que ele estivesse esgotado demais para continuar revidando com grosseria. No dia seguinte, eles chegaram com agulhas e facas. As mesmas palavras doces vinham deles, como se não ouvissem os gritos e as ofensas de Xichen. Enquanto eles inseriam as agulhas em seus dedos e usavam as facas para abrir fendas delicadas em sua pele, o casal sussurrava palavras de amor, de gratidão, de eterna dedicação. Eles falavam o quanto nunca o esqueceriam e o quanto estavam orgulhosos do sacrifício dele por eles. Eles não paravam até Xichen estar exausto de vomitar e de dor. Terça: MeiLin o visitou para perguntar o que achava do presente que ela havia lhe dado. Xichen não pode responder, já que estava ocupado recitando seu mantra que o ajudava a manter a mente clara. Ele estava usando técnicas de meditação para suportar a dor física, abstraindo sua mente de seu corpo. Mas o ataque mental de ver aquelas figuras específicas fazendo aquilo com ele… Era mais do que ele poderia racionalmente processar. A ideia de que alguém que deveria protegê-lo fazendo coisas horríveis com ele não era nova e sempre foi uma mancha na mentalidade quase perfeita do primogênito dos Lan. Somando isso à febre alta e à poção que o mantinha minimamente vivo sem comida e água, Xichen já estava desgastado, apesar de continuar esperançoso. Quarta: As torturas não paravam. O casal passava horas com Xichen, sempre trazendo modos novos, como eletricidade ou pregos. Já não era possível mais ouvir muitos gritos da pobre vítima, já que Xichen se concentrara em recitar seu mantra como forma de salvação. Ele mantinha seu rosto sempre molhado de lágrimas e tremia constantemente. O doutor psiquiatra responsável pelo processo só conseguia sorrir enquanto estudava os sinais de reação que apareciam em Xichen… Sim… Ele havia retornado exatamente para onde queriam para se proteger dos horrores que ele implantavam em sua memória agora. MeiLin também estava extasiada. Sua vingança estava indo pelo caminho certo e a putinha que enfeitiçou FengMian finalmente havia ganhado o que merecia. Quinta: Esse dia foi especial na agenda dos Comensais que cuidavam de Xichen. Eles conversaram com MeiLin e conseguiram permissão para não torturar fisicamente o professor, focando nas aparências que eles tinham pegado emprestado. Eles entraram naquele quarto e sorriram para o bruxo fragilizado. Eles sorriram e se beijaram. Os olhos sem vida de Xichen se iluminaram com uma curiosidade cética naquele momento, mas logo voltaram para a apatia. O casal se voltou para ele depois da demonstração rígida de intimidade e começou a contar para ele porque ele estava ali, naquela situação, até aquele dia, sem ninguém ir resgatá-lo. Gritaram insultos, descreveram ‘suas’ vidas sem ele, riram dele e de seu estado… Isso foi o que arrancou uma reação de Xichen. Isso fez com que ele gritasse de volta, machucando sua garganta ainda mais e fazendo seus pulsos amarrados sangrarem. Sexta: Xichen não sabe bem o que houve neste dia também. Ele foi solto do teto, mas mantiveram suas mãos amarradas. Então, o casal tão familiar, mas já tão repulsivo entrou na sala e voltaram com suas palavras doces e forçadas. Quando Xichen usou suas últimas forças para se virar de costas para eles, os dois partiram para cima dele, distribuindo chutes e insultos. - Dê graças à Madame por não podermos acabar com a sua vida, seu metidinho a bom moço. - Um deles desdenhou. - Você tem sorte. Apesar de não conseguirmos o resultado que ela queria, a Madame não desistiu de te usar no plano dela e vai te deixar voltar agora. Está feliz, lixo, hein?! - Chutes acompanhavam cada palavra. Xichen não podia responder nem se conseguisse entender o que eles falavam. Ele logo perdeu a consciência pelos machucados acumulados e os golpes que levara na cabeça. O Lan não viu quando uma figura que conhecia chegou no quarto. ⍟⍟⍟⍟⍟⍟⍟ Yang encontrou Xichen em um estado horrível, não sabia exatamente o que fazer, mas sabia que precisava o fazer ficar bem logo. Pegou uma poção da qual haviam separado para ele mais cedo, deixaram bem claro que era uma obrigação fazer o professor tomar as duas. Olhou para o “Doutor” que observava tudo com orgulho. - O que vocês fizeram com ele? Não vai conseguir se curar em um dia, Doutor, o senhor sabe disso. - falou com o tom sarcástico, não gostava daquele homem - E ele terá cicatrizes, quem resolveu o açoitar dessa forma? Sem cuidados? - Eu! - O Comensal responsável levantou a mão sorrindo para o ‘colega’, que só revirou os olhos. Outros já haviam colocado Xichen nos seus robes mais característicos e devolvido sua varinha confiscada. - Já vou levá-lo de volta, então. Acabaram por aqui ou querem torturar mais o coitado? - olhou para MeiLin, que sorriu. Ele odiava aquela mulher, mas ainda não era a hora de fazer nada contra ela, não era uma questão sua. - Sim, fizemos o possível. Lembre-se de monitorar a situação, quero saber cada sofrimento que cair sobre MengYao. - apenas assentiu antes de segurar o braço do desacordado e desaparatar do lugar.
- Sua vida em Gusu
Palavras: 1398 Sinopse: Uma explicação da estrutura familiar de Xichen e de como ele cresceu em Gusu. Avisos: Pinceladas de violência, mas nada muito sério. Masterlist A família de Lan Xichen era, no geral, bem amorosa e tranquila. O clã Lan era poderoso em Gusu desde que a família principal havia se estabelecido naquele território. Durante os anos, os ramos da família foram aumentando, resultando em várias famílias secundárias e terciárias. A de Lan Huan era a primária, ainda descendente direto do primeiro chefe da família. Como toda família rica, os filhos do ramo principal dos Lan eram ensinados em casa, o que acarretou em alguns problemas e numa ruptura com o Ministério da Magia londrino. Por isso, não é de se surpreender que Xichen tenha aprendido magia desde pequeno, muito antes de seus 11 anos, claro que seu irmãozinho, Wangji, também o seguiu na educação precoce. Ambos, pai e mãe de Xichen, foram bruxos enquanto viveram. A mãe era alguém de fora de Gusu, o que deixou o então chefe de família, Lan Qiren, revoltadíssimo com o pai de Huan. A mulher era uma Comensal que se arrependeu e fugiu da organização, mas não antes de ter sido torturada à loucura por traição pelos outros. Foi assim que o casal acabou morrendo. Durante um dos ataques de loucura paranóica da mulher, o pai de Xichen tentou contê-la, mas ele a subestimou, o que resultou em sua morte. Quando ela acordou do surto, o choque do que havia feito foi tão grande que ela faleceu na mesma noite, de coração partido. Os dois irmãos tinham poucos anos de vida, então Wangji não lembrava com muita clareza dos adultos, mas Xichen sim… Ele guardou na memória os surtos psicóticos da mãe e as palavras amorosas do pai que eram usadas para acalmá-la… Mesmo que seu tio esbravejasse sobre como o casal era tolo e como aquele amor não poderia nem ser chamado assim, Xichen aspirava ser igual seu pai e viver tão dedicado para o amor quanto o adulto tinha vivido. Mas o menino nunca poderia falar isso para o adulto, então essa foi mais uma vontade secreta que ele guardou em seu coração. Agora órfão, Xichen cresceu sob a tutela de Lan Qiren. Ele sabia que seu tio estava fazendo o que podia para comandar a família e ao mesmo tempo dar o carinho e a atenção necessários para as duas crianças que caíram em seu colo. Qiren sempre foi uma pessoa com mente fechada e mania de controle, mas ele sempre amou do fundo do coração aqueles meninos. - Eu me orgulho de vocês dois. - O mais velho sempre dizia e repetia isso durante os anos de crescimento das crianças. Xichen, sendo sensível às emoções alheias como sempre foi, sabia sempre o que ele deveria resolver sozinho e o que seu tio aguentaria ouvir. Foi assim que os boatos ou mesmo os fatos de seus anos de abuso nunca chegaram à Gusu e Wangji se sentia mais confortável reclamando e se abrindo para o irmão do que para o tio. Quando a carta de Hogwarts chegou, Lan Huan tinha acabado de completar seus 11 anos. Ele já tinha começado seu treinamento para assumir como herdeiro da família principal e também já estava muito mais avançado do que os alunos que entrariam na escola naquele ano. Foi sabendo disso, que ele foi correndo insistir para o tio para que o deixasse ir para a escola. O adulto ficou relutante e precisou de vários argumentos para se convencer. O mais importante deles foi a promessa de Xichen de continuar a estudar no ritmo de Gusu e de mandar uma vez por semana uma atualização de seu progresso. Na primeira escorregada que suas notas ou desenvolvimento dessem, ele voltaria imediatamente. Aquela carta havia sido a primeira em gerações recebida por uma criança dos Lan. Então, Xichen sentia que era sua responsabilidade reabrir o canal de comunicação entre o resto do mundo bruxo e Gusu. Foi com esse pensamento que Xichen arrumou as malas, se despediu de seu irmãozinho ainda pequeno e foi para Hogwarts. ❂ Durante suas férias do primeiro para o segundo ano, Xichen voltou para casa cheio de histórias para contar. Não que ele tivesse muito tempo para isso, já que ele precisava retomar seu treinamento como herdeiro. Mesmo assim, Xichen reservava suas noites para seu irmãozinho, divertindo-o com suas histórias de seus colegas e de suas descobertas no mundo exterior. Os irmãos também passavam todos os tempos livres que o mais velho tinha para brincar e reforçar seus laços. Wangji havia até dedicado um tempo para criar um diário desenhado de seus dias, para que ele se lembrasse do que precisava contar ao outro quando ele voltasse. E apesar de levar broncas de Qren sempre que demorava muito com Wangji, Huan podia sentir o orgulho e o carinho nos olhos do tio. ❂ Nas férias seguintes, Xichen passou a ficar mais reservado. Ele não gostava de dormir sozinho, mas nunca se atreveria a vocalizar esse medo, ainda mais quando Wangji também começou o seu treinamento como criança Lan da família principal além da magia. Os irmãos ainda eram muito próximos, já que Xichen sempre veria no menor alguém que precisa ser protegido e cuidado. Porém o mais velho começara a diminuir seus contatos físicos, restringindo seus abraços para toques na cabeça e aperto em ombros. Qiren assumiu que era apenas o menino virando homem e descartou as observações preocupadas da criança mais nova quando essa veio reclamar do distanciamento do irmão. Mesmo assim, os dias em Gusu eram pacíficos, já que conforme crescia, Xichen parou completamente de precisar de broncas na visão do adulto. ❂ Quando Lan Xichen se formou em Hogwarts, ele o fez com honras e glórias. Não havia um professor que não o conhecesse e não havia um aluno que se importasse com os estudos que não sorrisse quando ouvia seu nome. Seus anos de esforço tanto dentro quanto fora da sala de aula lhe renderam uma reputação impecável. Ele então voltou para Gusu, onde passou alguns anos exercendo seu papel de herdeiro e colocando em prática todo o treinamento e conhecimento acumulado. Lan Qiren não poderia estar mais feliz e orgulhoso. Ele já estava contando os anos que poderia se aposentar e focar na educação do mais novo. Mas Xichen ainda não estava satisfeito com suas conquistas acadêmicas. Ele sentia que faltava algo em seus dias… Não demorou muito para que ele notasse que sentia falta de ensinar, de ajudar estudantes, o que demorou, em compensação, foi Xichen criar coragem para pedir permissão para seu tio para poder voltar para Hogwarts como professor. Mais uma vez, Hogwarts foi um assunto delicado para Qiren. O mais velho aceitou novamente, mas com uma condição dele desta vez: Xichen teria até os 40 anos para ser professor, depois disso, ele deveria voltar para assumir o clã, isso se Wangji decidisse que não iria tomar o seu lugar como herdeiro. Não querendo jogar um fardo para seu irmãozinho, Xichen aceitou sem hesitar. ❂ Depois de vários anos como professor, tantos que até mesmo Xichen não tinha certeza mais, ele recebeu uma carta urgente de Lan Qiren. O tio estava doente e preso em uma cama. Ele precisava que Xichen voltasse para Gusu até que o mais velho se recuperasse o suficiente para reassumir os negócios da família. Xichen pensou em como havia ajudado Qiren a comandar a família durante todas as férias que tinha como professor e notou que não seria impossível realizar o pedido. Então ele criou coragem e pediu uma licença de 2 a 3 semanas para voltar a Gusu. Durante esse tempo, Wangji o ajudou como secretário, o acompanhando de lá para cá. - Você tem tanto talento. Não sei o motivo de querer tanto continuar naquela escola sombria, deixando que os outros o sugem e desperdicem tudo o que você pode se tornar. - Xichen apenas soltou algumas risadinhas enquanto levantava da cadeira frente à cama de quem o criara. - Você poderia ser grande, poderia levar o nome Lan para lugares que nunca pudermos chegar, mas não, você escolheu aquela escola podre. Eles ainda vão te matar, ouça o que eu estou te falando! - Ok, ok, tio Qiren, não se exalte, sim? - Xichen apenas ofereceu um sorriso para o mais velho. - Você acabou de se recuperar e não sei se poderia pedir outra licença se você caísse doente novamente. - Ele arrumou os cobertores de Qiren e se virou para ir embora. Xichen se despediu de Wangji e voltou para Hogwarts, de volta para o ano letivo.
- Um pouco do passado
Palavras: 1104 Sinopse: O plot inicial do RPG, onde é explicado um pouco da personalidade de Xichen e da vida dele até a história 'atual'. Avisos: Atenção para o assunto delicado que é pincelado nesse texto (pedofilia e agressão). Masterlist Cansado. Esse era o único pensamento do jovem Lan. Sendo o primeiro a ir para Hogwarts de seu clã, Xichen estava se esforçando para trazer orgulho para a sua família educada em casa. Por causa desse pensamento, ele mandava regularmente relatórios para seu tio Lan Qiren e fazia questão de se dar bem com professores e alunos por todo o castelo. Aplicado e com uma disposição natural para a magia, Xichen estava indo bem. Passou seu primeiro ano tranquilo, com ótimas notas e uma multidão de colegas. Isso mesmo, colegas. Em seu primeiro ano, Lan Xichen falhou apenas em um aspecto: Fazer verdadeiros amigos. Mas isso não o parou, ele pelo menos tinha colegas alegres que conversavam com ele. Já no segundo ano, as coisas começaram a mudar. Ainda que não fosse o ambiente mais relaxante, Xichen e seu grupo de colegas conseguiram criar um bom clima na Sala Comunal da Corvinal. Até os estudantes mais velhos da casa começaram a passar tempo com esses segundo-anistas. Lan Qiren também estava muito feliz com as notas de Xichen. Um dia, ainda durante o segundo ano, Xichen acabou por ficar tempo demais na biblioteca. Ele tinha acabado de ser expulso do lugar quando ouviu passos vindos na direção que estava. Virando a cabeça, o menino, ainda com 12 anos, viu o temido diretor de Hogwarts andando em sua direção. O jovem só havia visto Jiang FengMian durante os banquetes no começo do ano letivo, duas vezes no total. Xichen abriu um sorriso antes de curvar a cabeça para cumprimentar o adulto. Tal adulto parou em frente do Lan, seu rosto severo e cheio de julgamento. Com apenas um olhar, ele examinou Xichen de cima a baixo antes de soltar um barulho baixo. - É tarde já, aluno. O que faz aqui? - Sua voz fria causou calafrios em Xichen, mas o menino tinha treinado seu corpo desde cedo para não mostrar desconforto facilmente. O garoto ainda sorria docemente. - Estava saindo da biblioteca, Diretor Jiang. Eu irei para o Salão, para a janta, agora. - Ele abaixou a cabeça - Se me der licença, Diretor Jiang… - Qual o seu nome? - O adulto o interrompeu. Xichen não pode evitar o pequeno pulo de susto dessa vez. - Ahn, meu nome é Lan Xichen, senhor. - Ele era um menino muito dedicado e fácil de lidar, como não via o por quê temer tanto o diretor, então para não magoá-lo, ele decidiu não deixar a voz tremer como o seu corpo queria que ela fizesse. Xichen arriscou olhar para o rosto do adulto quando não ouviu nenhuma resposta dele. - Ah, o garoto Lan. - O diretor colocou o queixo apoiado em uma das mãos. - Ouvir dizer que é um dos prodígios do segundo ano. - O garoto pode apenas assentir, corando um pouco pelo título. - Olhe para mim, garoto. Deixe-me ver seu rosto. Xichen levantou seu rosto, devagar, e foi apenas neste momento que ele enxergou o sorriso quase maligno do adulto. Ele deu um passo para trás instintivamente, o que somente aumentou o sorriso do outro. Jiang FengMian esticou uma das mãos e segurou o queixo do menino com uma certa força. - Diretor? - A criança tentou se soltar, o que resultou em mais força do adulto. Xichen tinha, muito claramente, medo nos olhos. - Eu… Alguma coisa errada? - Claramente o olhar de FengMian não era o olhar normal de um adulto para uma criança. Xichen chegou a conclusão que o diretor deveria estar assustador assim porque ele havia feito algo errado. - Hm… Eu espero que não, Lan Xichen. - A voz do adulto agora fazia o menino querer chorar. - Me acompanhe. Eu tenho uma tarefa para você. - Com uma mão em seu ombro, o diretor guiou o aluno, que tremia mais a cada passo que ele dava, para um cômodo que ele nunca havia entrado. Anos depois, Xichen descobriu que era a Sala Secreta. ❂ O resto dos anos de Xichen naquela escola foram recheados de aulas em que ele fez o melhor dele para atender às notas pedidas pelo tio, ter “reuniões” com o diretor para “aulas a mais”, colegas para conversar sobre coisas superficiais e cuidar do irmãozinho durante as férias. A não ser os efeitos de antes, durante e depois dos “encontros” com o diretor, a vida de Xichen era bem normal e pacífica. Claro, que o que realmente ajudava Xichen a continuar sendo o bom garoto que todos conheciam era um segredo só dele. Durante o terceiro ano dele, Xichen começou a receber algumas cartas anônimas, extremamente doces e cheias de sentimentos verdadeiros e intensos. Como o autor não assinava as cartas, ele também não procurou. Só de saber que existia alguém que o olhava com tanto calor e admiração era o suficiente. Sim… era o suficiente saber que ninguém percebia o quanto ele não era mais merecedor daquela admiração, era precioso para ele que essa pessoa em especial não soubesse o quanto ele era sujo… O quanto o que o diretor falava era verdade. O quanto ele era inútil para os outros no final das contas. ❂ Anos depois, Xichen estava fora da escola. Antes que ele se formasse, Diretor Jiang havia sumido e os “encontros” pararam. Xichen passou um tempo cuidando do clã da família em Gusu antes de voltar como professor. Desta vez, quem estava à frente da escola era Madame Yu. Não foi um grande avanço para Hogwarts, mas pelo menos Xichen não precisava manter o acordo de antes… Com o temperamento mais explosivo de Madame Yu, o abuso com os alunos era mais visível, sendo mais verbal e em apenas casos específicos escalando para abuso físico. Sendo professor agora, Xichen podia ajudar seus alunos a evitar tais eventos, em especial os da Corvinal, já que o mesmo passava bastante tempo com eles na Sala Comunal. Durante seus anos lá, ele cansou de livrar alunos da raiva da diretora. Ela, por algum motivo que ele nunca soube, nunca se voltou contra Xichen, nada além de alguns insultos e olhares de desdém, salvo uma única ocasião específica no seu primeiro ano como professor. Aquilo, somado à sombra psicológica deixada por FengMian, tornava ficar por perto de Madame Yu quase insuportável para Xichen, se não fosse seu incrível controle sobre suas emoções. A relação com a diretora durante todos esses anos foi de ambos tentando se evitar pelo castelo. Assim como nos anos de estudante, Xichen fazia questão de ser pelo menos cortês com todos a sua volta, então era comum o ver por aí cercado de alunos, em especial os que tinham exames importantes próximos ou da própria Corvinal, já que ele sempre era muito solícito para tirar as dúvidas dos mais novos.
- Lan Xichen em Hogwarts
Olá! Aqui estão os textos de plot feitos para o RPG do Twitter de MDZS em Hogwarts. Eu acabei saindo do RPG, mas não queria apenas jogar fora os textos que produzi para ele. Eu tenho que avisar que há alguns temas pesados, então leia com cuidado! E também eu não segui muito do canon, pensando no plot principal do RPG na época que joguei, então alguns personagens tem personalidades diferentes e tem papéis que não refletem o que eu pessoalmente os atribuiria. Enfim, aqui estão: Perfil do personagem: Lan Xichen é o professor de feitiços da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e é o professor responsável pela Corvinal. Ele é gentil e empático. Tem um apreço por chás e faz alguns trabalhos de tradução de livros. Ama seu irmão mais novo com todo o seu ser e tem dois crushes que acabam por ser seus namorados no decorrer da história. Um pouco do passado Sua vida em Gusu No cativeiro Em inglês: Don’t touch me… Please? It’s… It’s over?
- Não espere ser o contrário
Me mate. Me mate, por favor! Eu quero parar de sentir que só atrapalho, que não presto para nada. Quero não incomodar, quero não ter a impressão de sempre pedir atenção, de sempre fazer as coisas sobre mim. Quero poder ajudar, quero poder ser um apoio, ser normal, mesmo parecendo impossível para mim. Eu sou egoísta, narcisista, mimada, uma criança antes de uma amante. Se não me matar logo, serei eu que te matará. Aos poucos, sugando sua força vital mesmo fazendo o que posso para não. Não sou o suficiente para você... Não sou digna de sinceridade ou gentileza... Sou insegura, medrosa, imatura, hipersensível. Eu quero o melhor para você, mas o meu melhor simplesmente nunca foi o suficiente... Desconfio que nunca será... Não quero te comparar, porém se nem para quem é obrigado a ficar do meu lado eu sou suficiente, eu sou aturável, como é possível alguém escolher me amar por vontade própria? Não me odeie... Mas me mate antes do contrário acontecer... 2020
- NCT 2018 - Quando você solta uma piada sem graça
Eu usei a minha pessoa como parâmetro (já que sou bem na média), isso quer dizer que sim, a maioria do Dream é mais novo que “você”. Obrigada por ler e por pedir! Pedido: Sim Cenário: Você visita seu namorado durante o período de treino dele. Os membros decidem ir almoçar e você os acompanha. Durante o almoço, em um momento que todos eles resolveram ficar quietos, você solta a piada mais sem graça que você conhece e… Taeil Taeil não pode evitar de se sentir muito orgulhoso da sua piada. Ele e todo mundo sabe que foi horrível, mas ele ainda gostou muito dela e, por isso, ele riu muito. Os outros membros balançaram a cabeça em desaprovação, mas o seu coração estava mais leve sabendo que ele havia gostado. - Yah, o humor do hyung realmente é contagioso se você passar muito tempo com ele. Johnny Ele não achou engraçado o que você disse, mas ele também não queria magoar você. Então, assim que percebeu que os meninos ainda te encaravam, ele começou a fazer algo bobo para chamar a atenção, tentando aliviar a sua vergonha. Johnny também dá uma risadinha para você, querendo que você relaxe. Taeyong O silêncio que seguiu a sua fala foi quebrado com o som da palma da mão de Taeyong batendo na testa do mesmo. Ele nunca sabe reagir bem a essas coisas, então só olhou para você e sacudiu a cabeça em desaprovação. Ele não tem misericórdia de você e se recupera a olhar nos seus olhos depois dessa piada horrível que você soltou. Yuta O japonês não sabe mentir. Os sentimentos dele estão sempre escritos no rosto dele de forma clara para todos, então não foi surpresa ver ele todo desconfortável com a sua piada. Ainda assim, ele não quer que seus sentimentos sejam machucados, então ele faz um esforço para mentir. - Não fique assim, foi boa. - Ele definitivamente não notou o quanto isso só piorou as coisas. Kun Esse menino não sabe o que fazer. É possível ver no rosto dele que ele desejava não ter entendido o que você estava falando. Kun não sabia se continuava te encarando ou voltava para a conversa com Ten. - Yah! Isso foi muito ruim, (S/n)! Hyung, você não está com ela por causa do humor dela, está? - Um dos mais novos provocou. - Não olhe para mim, não faço ideia do que ela falou - O chinês respondeu com um coreano quase perfeito. Não que ele faça por mal, mas ele não é a pessoa mais delicada do mundo. Doyoung Doyoung começa a dar risinhos depois que você solta a piada. Ele para depois que nota que ninguém mais está rindo e esfrega um pouco o seu braço para conforto. Todos os outros meninos estão só te encarando em desaprovação. - Oe, para de andar com o Doyoung-ah, está te deixando chata que nem ele. - Hyung! Mas ela é minha namorada! - Doyoung estava confuso com o ataque gratuito. - Só ai já explica o péssimo humor dela. - Ten provoca. Doyoung não contesta. Ten O tailandês não se abala muito com a sua piada. Ele e os meninos mais velhos começam a zoar da sua cara. Ten não é maldoso, ele só não consegue resistir a oportunidade de te deixar sem graça. Ele também percebe quando é o limite para você, mas até chegar lá… O seu rosto deveria estar mostrando como você se sentia com aquilo, porque ele logo soltou: - Não se preocupe, pequena, eu te amo com esse humor horrível e tudo. Jaehyun Sendo o cavalheiro que ele é, Jaehyun não quer que os seus sentimentos sejam feridos. Por isso, ele começa a rir alto, assim que a piada sai da sua boca. Todos ali sabem que a risada é falsa e exagerada, mas conforme ele ri, ninguém consegue segurar e, em pouco tempo, há risinhos por toda a mesa. Vendo o que ele fez, ele passa o braço pela sua cintura. Winwin Winwin já consegue entender muito bem o coreano, mas há algumas brincadeiras com palavras que ele não pega muito bem. Por isso, quando você fez a piada, ele não entendeu, mas tinha uma noção que era uma piada, então ele riu meio hesitante. Você não teve coragem de dizer para ele que não tinha sido engraçado, então só escondeu o rosto no ombro dele. Jungwoo Jungwoo começou a rir. Ele olhou em volta da mesa e percebeu que ninguém mais estava rindo. Mas por que? Ele achou engraçado! Olhando para você, ele notou que seu rosto estava vermelho de vergonha, mas ele ainda não entendia o porquê. A confusão dele fez com que ele parasse de rir, mas ele ainda sorriu docemente para você. Lucas Primeiro, Lucas não tinha muita certeza do que você tinha falado. Ele ouviu perfeitamente, só não decidiu se era engraçado ou não. Depois de te encarar por alguns segundos, ele olhou em volta e viu várias reações de desaprovação. - Sério isso, jagiya? - Com um aceno de cabeça seu, ele começou a rir alto e com vontade. Logo ele se debruçou na sua direção e passou os braços pelos seus ombros. Mark Mark não sabe como reagir, então ele prefere não fazer nada. O rapper fica encarando você, antes de voltar a conversar com Jeno. Quando ninguém mais está prestando atenção e ele sente você escondendo o rosto no braço dele, Mark olha para você e levanta as sobrancelhas, perguntando se está tudo bem. Renjun Esse chinês, assim como grande parte do Dream, não sabe muito sobre relacionamentos. Então, quando ele solta: - Neh, continuando, hyung, … - Ele não fez por mal, mas ele preferiu só te dar um sorrisinho de lado e continuar a conversa do que tornar o seu constrangimento mais longo. A reação arrancou risadas dos meninos, que logo voltaram a conversar normalmente. Jeno Jeno pode até ser uma criança ainda, mas ele sabe que algumas mentirinhas são contadas ás vezes não por mal e, sim, para poupar os sentimentos dos outros. E é isso que ele estava fazendo por você nesse momento. Todo mundo, incluindo você, sabia que a piada tinha sido horrível, porém ele olhou nos seus olhos e riu. Ninguém teve a coragem de dizer para esse anjo que não tinha sido engraçado. Haechan Esse menino nunca perdia a chance de te provocar. Ele ama te ver sem graça e com vergonha, mas de maneiras inocentes, sem maldade. Por isso, foi uma surpresa quando ele olhou para você com um sorriso logo após a sua piada. - Foi boa? - Você não pode deixar de sentir uma esperançazinha. - Não, foi horrível! - Ele te falou isso com o maior sorriso! Você não consegue ficar braba ou magoada com ele por muito tempo, mas você pode tentar. Jaemin - Yah, yah! Jaemin-ah, ela está sento estranha de novo! - Um dos hyungs dele reclamou. Isso fez ele levantar os olhos da comida que estava devorando. - Para com isso, hyung, foi engraçado. - Você nem ouviu! - Isso fez ele rir, mas ele não discutiu. Depois que ele endireitou as costas, Jaemin sorriu para você. - Foi engraçado, jagiya, mesmo que eu não tenha ouvido, foi boa. - Você não sabe se ri ou se fica braba. Chenle O chinês nem disfarça que está um pouco confuso com o que acabou de acontecer. Ele não sabe como reagir, já que os outros pareceram tão indignados com a sua piada. Chenle também não quer te magoar ou coisa do tipo, então, depois que ele descongela um pouco, tudo o que ele fala para você é: -Fighting, noona! Jisung Essa criança não se importa se a piada é boa ou ruim, se você contou uma piada para ele, ele vai rir o quanto ele puder. Por isso não foi surpresa para ninguém quando, enquanto todos te encaravam, Jisung começou a rir que nem um louco e a bater palmas como se fosse uma ótima piada. Ninguém disse a ele para parar e logo, haviam sorrisos por toda a mesa. O maknae dos 18 realmente era o seu anjo da guarda, evitando que a vergonha fosse muito grande para você.
- O Ovo e o Olho
Palavras: 1014 Eu não sei o que havia me dado, mas naquela noite, eu fui dormir cedo. Parecia que meu corpo flutuava e todas as cores estavam mais fortes. Jorge me deu boa noite antes de eu subir para o quarto e foi se juntar ao irmão. Eu planejava dormir a noite inteira, porém meu sono durou só o suficiente para que Harry pudesse sair para o banheiro dos monitores. Como cansei de ficar deitada encarando o coiote que Fred havia me dado, eu desci para a Sala Comunal e me enrolei na poltrona mais próxima da lareira que ainda queimava levemente. — Não consegue dormir? - A voz me fez gelar e quase me arrependi de ter descido. Quase. — É, perdi o sono. — Entendo. - Fred se sentou na poltrona ao meu lado e ficou em silêncio por um tempo. A tensão era palpável, mas eu não seria o primeiro a ceder. Meus olhos ainda estavam concentrados nas chamas baixas da lareira da Torre da Grifinória. Ele cedeu primeiro. - Lia... Eu... — Tudo bem, Weasley, não precisa se desculpar. — Preciso! Eu não tinha que fazer aquilo e fui cruel com você e... — Fred. - Ele se calou e olhou para mim. Eu suspirei. Não conseguia guardar raiva dele, ele tinha me magoado, mas não era como se eu fosse uma santa, sinto que estávamos nos machucando mutuamente, mesmo que em formas diferentes... - Está tudo bem, eu não sei por quê você fez aquilo, mas eu decidi deixar para lá isso. — Mas, Lia, eu te magoei! Não poderia ter feito aquilo nem se fosse só porque ele não me passa uma boa impressão... - Eu lancei meus olhos para ele. O ruivo soltou uma risada baixa e acanhada. - É... não foi só por isso. — E por que foi? — Porque... - Ele parou e respirou fundo - Foi porque eu estava com ciúmes também. Aquele troglodita estava levando a minha garota para o baile e ela estava linda, maravilhosa. Ela estava rindo para outro e isso me deu raiva. Me perdoe, Lih, por favor. - Fred fez uma cara de cachorro abandonado na chuva pelos donos antigos e amados. Eu não pude responder prontamente e, quando consegui, não foi bem uma resposta... — Sua? - Ele corou violentamente e não pude deixar de estranhar. Fred assentiu com a cabeça e foi se curvando em minha direção, se aproximando cada vez mais até que apenas centímetros nos separavam. - O que vai fazer, Weasley? - Ele sorriu um pouco com o meu sussurro e cobriu os centímetros restantes, colando seus lábios nos meus. Em contraste com o outro beijo, esse foi mais terno e mais demorado, ele se moveu para aprofundar o beijo, mas um barulho alto nos chamou atenção. — Mas o que?! - A voz de Jorge foi ouvida atrás da poltrona mais próxima da escada. Eu comecei a corar loucamente e me levantei. Gaguejei algo desconexo e corri para o dormitório, onde eu enterrei minha vergonha por ter sido pega no flagra e me permiti dar um ataque silencioso. No dia seguinte, desci para tomar o café da manhã. Mal havia sentado quando descobri o que havia acontecido com Harry na noite anterior. Ele havia deixado o Mapa dos Marotos com Moody, ou melhor, com Crouch. Me levantei em um impulso só, correndo de volta para as escadarias, onde eu vi o dito cujo. Cheguei ao homem, arfando, e ele parou com um olhar duro para mim. — Senhorita Evans, o que faz aqui? — Estou aqui para recuperar o Mapa que você roubou ontem, Bartolomeu Crouch Jr. - Ele arregalou o olho verdadeiro. Pareceu querer negar, mas logo desistiu, ele rosnou e agarrou o meu braço, me arrastando para uma sala vazia violentamente. — O que você sabe, sua nojentinha? - O tom dele mudou, se tornando rouco e falhado, seu rosto estava a centímetros do meu. — Eu sei de tudo, seu Comensal inútil. - Meu gênio impulsivo tomou conta, me deixando um pouco, destaque no pouco, burra. - Devolva meu mapa. - O sorriso dele era cruel. — Oh, o Mapa. Um ótimo artefato, muito útil, muito. Não te devolverei ele, Thalia Potter. — Devolva! - Saco a varinha e aponto para sua garganta. — Não entendo como você existe. Meu Lord não sabe de sua existência, a escória te escondeu bem, mas agora EU sei e logo meu líder também saberá. - Seu semblante parecia vitorioso. Eu não podia demonstrar o medo que sentia, então soltei uma risada. — Você não vai chegar a ver seu Lord desequilibrado se reerguer, Júnior, farei questão disso. - Nossos olhares batalharam até ele se desviar e rugir novamente. Ele segurou meu braço com força novamente e eu não me impedi de perguntar. - Vai me matar? — Não, Potter, por mais que eu queira, meu Lord deverá fazer isso. Ele terá conhecimento de suas falas e decidirá seu destino. — Me entregará para a escola? — Também não é minha função, já fui avisado para não deixar você interferir - Seu sorriso era cruel. - Vou fazer você se arrepender de ter nascido, assim que Lord Voldemort se levantar, ele matará seu irmão e você viverá para ver o desespero que se seguirá. — Só quero ver ele tentar. - Tive que me segurar para não me encolher quando o aperto no meu braço foi intensificado. Ele não falou mais nada, apenas me lançou para fora da sala, se trancando lá. Esfregando o braço, voltei para o quarto, precisava pensar... Eu, de fato, não poderia fazer nada para mudar a história, mas... poderia eu impedir que ele me delatasse para o Voldemort? — Lia?! - Dei um pulo quando Harry pega no meu braço, não tinha percebido ele. - O que houve? - Ele me examinou e, antes que eu respondesse, viu onde segurava. - Lia! O que houve aqui?! Quem fez isso?! - Sua voz mudou tão repentinamente, que eu olhei para onde ele encarava, um hematoma começava a surgir. — Eh... Nada, ninguém, Harry, desculpe, mas eu preciso falar com Cedrico. Agora. - Eu não ouvi sua resposta, pois sai correndo, em direção a qualquer lugar que eu conseguisse pensar que Cedrico poderia estar.
- O Furo Jornalístico de Rita Skeeter
Palavras: 1006 Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine. O dia depois do Natal não foi tão bom assim. Mione saiu cedo para fingir civilidade com Ron e não percebeu meus olhos inchados. Eu fiquei deitada, com as cortinas fechadas até que todas as meninas saíssem do dormitório. Não queria sair da cama e enfrentar pessoas, não agora... Porém, uma ideia me veio, peguei um papel e minha pena e escrevi uma carta para meu padrinho, contando por cima os ocorridos e lhe perguntando: "O que eu faço?". Quando terminei de redigir a carta, me levantei. Lavei o rosto e me troquei, coloquei um pouco de maquiagem necessária para disfarçar o inchaço e saí, a procura de Sid no corujal. Cheguei lá e encontrei minha linda coruja piando para outro ser de sua espécie. — Bom dia, Sid. - Acariciei suas penas, sendo retribuída com picadas carinhosas. - Será que você pode levar uma carta para mim? - Ela se afastou e me esticou sua perninha. - Obrigada. Essa é para Lupin - Amarrei a carta e lhe dei uma guloseima. Ela piou alto e levantou voo, desaparecendo rapidamente pelo céu carregado de nuvens. Após observá-la desaparecer, eu voltei para a Sala Comunal, onde encontrei Fred, Jorge e Lino brincando. Fred parou quando me viu e pareceu querer falar algo, mas eu simplesmente passei reto deles e subi para o meu quarto. Fiquei lá apenas para comer alguns doces que havia ganhado no dia anterior e logo sai novamente para me encontrar com Anton na biblioteca, para poder explicar o que havia acontecido. Cheguei na biblioteca e ele já estava lá, sentado. Parecia concentrado no livro que lia, estava com a típica carranca de Durmstrang de volta, mas havia algo em sua expressão que me acalmou. Fui até ele e me sentei a sua frente. Ele levantou os olhos para mim e ensaiou um sorriso. — Boun dia, Liah. — Bom dia, Anton, dormiu bem? — Sim, mass naum posso disser o messmo que vosse, posso? - Eu suspirei. — Não muito, mas estou melhor agora. - Eu pegue sua mão pela mesa e a apertei. - Me desculpe por ontem, Anton, de verdade. Não quis que aquilo acontecesse ou te deixar lá sozinho. — Tude bem, Liah - Ele retribuiu o aperto. - Eu mudei de ideia, naum querro que me espllique. - Eu o olhei, surpresa. Seus olhos brilhavam. - Que tall me counpenssar indo comig na vissita em Hogsmeadd? - Eu ri. — Seria uma honra, Anton. - Sorrindo, eu e ele nos voltamos para a leitura, ele com um livro da biblioteca e eu com um dos meus novos, com conversas eventuais. Foi bom passar esse tempo com ele, foi relaxante. As semanas seguintes passaram e as aulas voltaram. Eu parei de andar com os gêmeos e com Lino, mas não parei de conversar com Jorge, apenas estou andando mais com Anton, quando não estou em aulas, e com Mione. O trio de ouro havia me contado que Hagrid estava com problemas com Rita Skeeter, mas eu não podia ajudar muito agora, então apenas respondi que havia várias maneiras da enxerida se meter nos assuntos internos de Hogwarts. Eles me convidaram para ir visitar o amigo, mas eu preferi não ir, afinal, Hagrid deve querer o apoio daqueles que o conhecem e não de uma "sobrinha" descoberta recentemente. Durante a sexta-feira anterior à visita em Hogsmeade, Fred veio falar comigo. Antes que ele soltasse a primeira palavra, eu soltei para Jorge: — Amanhã eu vou com Anton, ok? Não precisam me esperar. - Ele apenas assentiu e olhou para o gêmeo, suspirando. Me afastei deles e esperei para o sábado. No sábado, Anton me encontrou logo após o café, me guiando para a cidadezinha. Nós fomos conversando, fui conhecendo mais sobre ele, sobre sua família, sobre o que ele queria fazer. Ele me disse que queria voltar para a Grã-Bretanha assim que pudesse, pois prefere o clima daqui e as pessoas daqui são muito mais agradáveis, segundo ele. Anton também me falou sobre os irmãos mais velhos e como é difícil a convivência dos quatro, ele me falou que era o mais novo e que a mãe se esquecia muito dele, mas um dos irmãos sempre cuidava para que ele estivesse bem. Eu sorria e completava algumas informações dele com as minhas, mas eu era vaga, nada de contar para ele quem eu realmente sou. Nós passeamos muito e fomos nos esquentar em um café, longe do Três Vassouras. Rimos muito e ele fez questão de pagar a conta. Ele foi um cavalheiro, sempre em contato comigo, enquanto comíamos, ele esfregava o dedão em minha mão, quando andávamos, ele acariciava o meu ombro, passando o braço pelas minhas costas. Fomos a Dedosdemel e ele me comprou um pirulito. Eu reclamei dele pagar tudo para mim, então ele me pediu que comprasse algo na Zonko's enquanto ele dava uma passada em outra loja. Eu o fiz, fui lá e comprei uma caixa com fogos de artifício que não queimam. Estava toda animada e fui atrás dele, mas não fui longe, pois logo ele já estava ao meu lado na rua cheia de neve. Ele carregava uma caixinha minúscula com ele. Entreguei a caixa que comprei para ele, que sorriu e me agradeceu com um beijo na testa, o que me deixou muito surpresa. Quando perguntei sobre sua caixa, ele disse que era um presente para alguém muito especial. Não voltei nesse assunto e fomos nos dirigindo ao castelo. Vi Fred, Jorge, Lino e Angelina passeando, mas não parei para cumprimentá-los, Anton notou que eu estava desconfortável e fez graça, roubando meu pirulito. — Ei! - Eu reclamei de brincadeira. — Ops - Quando vi seu sorriso de lado, tomei o pirulito de volta. Não me julgue, o pirulito era o meu tipo favorito! Já no castelo, ele se despediu de mim com outro beijo na testa. Me sentindo leve e feliz, retribui com um beijo na bochecha e pude jurar que o vi corar. Anton se distanciou com pressa e eu subi as escadas com um sorriso enorme. Dias bons e dias ruins, esses meninos vão me matar ainda.
- O Baile de Inverno
Palavras: 1332 Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine. Depois do ocorrido dos convites, eu evitei ficar sozinha com Fred, apesar de me esforçar para não o tratar diferente do que estávamos acostumados. Eu e Hermione começamos a passar mais tempo juntas na biblioteca ou conversando, no quarto. Nós ríamos da curiosidade dos meninos de saber com quem iríamos. Harry fingia não se interessar, mas eu via que queria que eu dissesse logo, esses dias, ele até jogou a carta "Eu sou seu irmão, você tem que me contar essas coisas!". Fred e Jorge também ficaram curiosos, mas eles tinham uma ideia de quem era, então não foram tão incisivos em suas investigações. Faltando poucos dias para o Natal, Jorge me puxou de lado, apenas eu e ele. Ele tinha um semblante sério e não parecia afim de piadas, o que me desesperou, afinal... Jorge não a fim de piadas?! — Por favor, me fale que não vai com o almofadinha búlgaro. — Jorge? Por que isso? - Esperava isso de Fred, mas não do gêmeo menos ciumento. — Lia, é sério. Eu sei que você ficou magoada com o que Fred fez, mas fale para mim que não aceitou o convite do búlgaro, por favor. — Por que eu não poderia ir com ele? — Por que eu não gosto dele, ele me passa uma impressão ruim. - Eu abri um sorriso e abracei o Weasley. — Relaxe, Jorge, eu só vou ao baile, não é como se eu fosse casar com ele. - Ele se afastou um pouco e me olhou, escandalizado, voltou a ser o meu Jorge. — Pelas calcinhas de Merlin, se você se casasse com ele eu te deserdava, menina. - Rimos alto disso e voltamos para a Sala Comunal, com um clima bem mais leve. Na manhã de Natal, o dormitório feminino do 4º ano estava puro barulho. Eu fui acordada por gritinhos animados de Lilá e me sentei na cama, ainda tonta de sono. — O que houve? — PRESENTES! - Todas me responderam. Parecia que somente Hermione compartilhava do meu estado de espírito, que era "Voltar a dormir... por favor..." — Ah - Foi só o que consegui responder. Me voltei para a pequena pilha de presentes natalinos que estava do lado da minha cama. O primeiro aberto foi um livro A Arte da Guerra, dado pelo meu padrinho, depois foi uma sacola de doces, de Hagrid, aí foi a vez de um cachecol feito a mão pela Sra. Weasley, uma coleção de livros completa dos meus pais, acho que vocês podem conhecer: Jogos Vorazes. Mione havia me retribuído o kit para escrever que dei a ela com um exemplar de “Hogwarts, Uma História”, Harry me deu uma pena nova (mandei um pingente de vassoura para ele) e Jorge, a quem eu mandei uma sacola com as varinhas falsas que havia salvado da fúria da Sra. Wealsey, me deu um pingente de floco de neve. Ri, antes de chegar no último presente. Fred. Me mexi, inquieta. Abri o embrulho dourado e caprichado, o que será que é? Outro animal de pelúcia é revelado, mas desta vez é um pássaro: Azulão, junto havia um bilhete: "Para fazer companhia ao coiote do ano passado..." Eu sorrio, não há como não o fazer! O menino pode ser um pé no saco de ciumento e impulsivo, mas é tão doce quanto sapos de chocolate. Desci com Mione, mas apenas passei o Café-da-manhã com o Trio, logo indo para a biblioteca, me distrair e me manter quente. Quando o relógio bateu cinco horas da tarde, Mione me encontrou e nós fomos nos arrumar para o baile. Ambas estávamos muito animadas, pois seria a primeira vez que nos arrumaríamos para algo. Nos ocupamos as três horas que tínhamos para nos arrumar, estávamos lindas. Eu, particularmente, amo como Hermione aparece no baile, então fiquei mais que abismada quando a vi pronta. — Não me olhe assim... Estou muito maquiada? — Não! É que você está linda, Mione! Mesmo! - Ela riu e apontou para o espelho. — Você deveria ver como você está. Parece um anjinho. - Rimos, mas eu não olhei no espelho, não queria ver como eu estava... Prefiro me julgar pela reação dos outros. Descemos juntas e encontramos nossos pares no navio. Eu fui mais para trás da fila, já que Krum iria na frente com Mione, por ser campeão da escola. Quando deu o horário do baile, a fila começou a andar, Anton parecia nervoso, então falava pouco, mas seus colegas me entreteram com suas histórias de coragem e suas lutas encenadas. Entramos no Castelo. De onde consegui ver, Harry parecia abismado, junto de Patil, que parecia com inveja, e Ron parecia irado. Dei uma olhada em volta, Anton sorriu para mim e acariciou minha mão gentilmente, Jorge balançava a cabeça para mim, que mandei uma piscadela para ele, e Fred estava de costas, ele não me vira ainda. A valsa de abertura foi engraçada, mas não pude me concentrar muito nela, pois o nervosismo de Anton parecia ter desaparecido e nós conversávamos sobre as diferenças de Hogwarts e Drurmstrang. Quando nos sentamos para o jantar, foi quando percebi que Fred havia me notado. Ele me olhava como se não acreditasse no que via, sua boca se projetou em surpresa e seus olhos pareciam queimar. Eu não liguei, porque, como ele mesmo disse, nós deveríamos nos divertir hoje. Me concentrei na conversa com Anton, rimos tanto e nos entretemos de tal forma que não percebi o que estava comendo até me dar por satisfeita. Quando as Esquisitonas começaram a tocar, nós nos levantamos e dançamos até cansar. Eu nunca havia me divertido tanto, ele de fato não era má companhia, não me arrependi de ter aceitado seu convite. Houve um momento em que começou a tocar uma música lenta, outra valsa. Anton ia começar a me conduzir, quando uma mão o impediu. — Será que posso roubar uma dança de seu par? - Era Fred. E seus olhar e tom não deixavam espaço para negativas. — Se meon parr non se imporrtarr. - Ele me olhou, para confirmação. — Claro, Anton, poderia buscar bebidas enquanto isso? - Eu sorri para ele, que apesar da carranca recém-adquirida, assentiu. - Obrigada. - Apertei seu braço, antes de me voltar para o ruivo. Fred me envolveu e começou a me conduzir pela pista de dança. — O que faz com ele? - Seu tom não mudara. — Dançava, agora, não faço nada, como pode ver. — Não brinque comigo, Thalia, por que veio com ele? — Porque ele me convidou, Weasley. Por que mais? — Está gostando dele? - Agora ele soou magoado. — Ele é legal. - Dei de ombros. — Mas você gosta dele? — Talvez... - Eu realmente não sabia dizer ainda. Fred assentiu e olhou para um ponto atrás de mim. Dois segundos depois, ele abriu um sorriso malicioso e se aproximou de mim. Fred grudou meu corpo ao seu, aproximando seu rosto aos poucos, ele abriu seus lábios e sussurrou meu nome, sua boca foi diminuindo a distância até a minha e seus olhos foram fechando. Quando ele encostou seus lábios nos meus, eu fechei os olhos e me deixei levar pelo beijo, porém, o mesmo foi curto, apenas um encostar de lábios. Abri os olhos para ver o que se passava e percebi Fred olhando para trás de mim maliciosamente, o malicioso ruim. — Você não está preparada para gostar de ninguém, Thalia. Não se iluda ou a ele. - Com um sorriso maldoso, ele se vai. Meus olhos se enchem d'água. Eu sei que é estúpido, mas eu preciso chorar, preciso descarregar e esse foi o golpe final. Me virei e vi Anton, parado com as bebidas na mão, ele parecia magoado. — Me desculpe. - Eu ia passar por ele sem mais palavras, mas ele me segurou graciosamente. — Amanhãã, me esspllique. Ok? - Eu assenti e ele me soltou, passando a mão ternamente pelos meus cabelos. Corro para a Sala Comunal, Mione e Ron estão discutindo lá, mas não dou atenção. Quando fecho as cortinas de minha cama, as lágrimas caem.
- A Tarefa Inesperada
Palavras: 1108 Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine. Eu estava nas nuvens. Na última aula de Transfiguração, a Prof.ª McGonagall havia anunciado o Baile de Inverno. As meninas da sala ficaram bem animadas, eu incluída, cogitando quem iria convidar quem. Sinceramente eu esperava que Fred me chamasse, pois Jorge iria com Angelina, com certeza, e seria meio estranho eu ir com Lino ou com Cedrico... Se bem que ainda há o Anton... Ai ai, estou vibrando de ansiedade... E se ninguém me chamar? Ah, penso nisso depois se acontecer. Com esses pensamentos e gesticulando como se estivesse conversando com alguém, fui até a Sala Comunal, para fazer os deveres atrasados. Uma semana depois, ninguém ainda havia me convidado... Bem, não é verdade, houve aquela situação com Harry, mas não conta, ele convidou por desespero de não conseguir Cho. Fechei o livro que estava lendo na Sala Comunal da Grifinória e olhei para o enorme e branco terreno de Hogwarts, ignorei a discussão do trio ao meu lado e relembrei o que Harry havia me pedido: Depois do terceiro pedido de meninas para levarem Harry ao Baile, ele se jogou na poltrona ao meu lado e suspirou. Eu não pude evitar de me divertir com o desespero nítido em sua face. — O que te aflige, irmãozinho? — Irmãozinho? Não somos gêmeos? - Eu ri do tom distraído e cansado dele. — Sim, mas eu saí primeiro. Então, você é mais novo que eu, irmãozinho. - Dei um sorriso sacana que sumiu assim que percebi seus olhos verdes me analisando profundamente. - O que? — Você faria um favor para o seu irmãozinho, Thalia, minha irmã favorita? - Estreitei os olhos. — Sou sua única irmã, menino, e que favor é esse? - Ele me olhou nos olhos e piscou com carinha de santo. — Vai no Baile comigo? Como irmãos mesmo, só para eu não ir sozinho? - Eu o olhei, descrente. — Então... você está me chamando porque tem medo de chamar outra pessoa e não quer ficar sozinho? - Ele assentiu. - Ou seja, é eu ou ficar sem par? - Ele finalmente percebeu o que havia dito. — Não, Lia! Não foi isso que eu quis dizer! Eu só... - Eu suspirei e me levantei. — Relaxe Potter - Baguncei seus cabelos negros. - Eu entendi, mas ainda assim, não vou com você. — Por que? — Estou esperando que uma pessoa em especial me convide. Por isso, sinto muito irmãozinho, mas você vai ter que arranjar outra menina para levar para dançar. - Dei uns tapinhas carinhosos em sua cabeça e sai da Sala. Minha atenção foi chamada de volta para o presente por um dos meus amados gêmeos. — Liiia, vamos passar na cozinha para fazer um saque, quer ir também? - Jorge me perguntou, sorrindo e estendendo a mão para mim. Aceitei na hora, pois quem iria recusar uma passada na cozinha? Me juntei aos gêmeos, saímos da Sala dando risada e fazendo gracinhas, Jorge até brincou que eu iria com eles, só para depois confirmar logo em seguida que iria com Angelina. Me virei para Fred e nessa já estávamos no 1º andar. — E você, Fred? Vai com quem? — Não tenho par ainda... - Ele coçou a cabeça e deu um passo na minha direção, parecia que ia falar algo. Eu, animada com um possível convite, me inclinei em sua direção também. - Bem... — THALLIA! - A voz forte e retumbante soou por todo o corredor. O trio inteiro se virou para o portador da voz, encontrando Anton correndo para mim. Ele parecia sem fôlego. — Anton? Você está bem? - Ele apoiava as mãos nos joelhos. — SSim ssim - O búlgaro acenou, dispensando a minha preocupação. - Eu prrecissava fallar com você. — Claro, fale. - Sorri para o moreno, mas ele não olhou para mim. Olhando para os gêmeos, ele respondeu: — A ssóss, porr favorr. - Meus guardas-costas iam protestar, mas eu interferi. — Meninos, vão indo na frente, já alcanço vocês. — Mas, Thalia! — Fred, relaxe, Anton não me ameaça. Podem ir, alcanço vocês rapidinho. - Apesar do meu sorriso, eu percebi Fred conter sua raiva, ainda assim, foi necessário que Jorge arrastasse o irmão para longe, suspirando. - Então, Anton, o que te fez correr tanto assim? - Dei uma risadinha, me voltando para o búlgaro. — Você. - Sua resposta me pegou de surpresa. — Desculpe, como? — Você me fez correrr assim. Eu querria virr antess, mass acabei me enrrollando com allgunss preparrativoss... — Anton... Explique melhor, por favor... E direto ao ponto. — Oh, ssim, cllarro. - Ele se mexeu, desconfortável, e corou violentamente. - Eu querria ssaberr sse a ssenhorrita já possuí parr parra o Baille. — Ah, não, ainda não. - Ele suava. Estava me dando dó, eu queria ajudá-lo... — Entendo, entãum sserrá que você gosstarria de irr comigo? - Fiquei estática por uns momentos, pensando, antes de o responder. — Hm... será que eu poderia te responder mais tarde? Eu realmente gostaria de pensar. — Cllarro. - Ele sorriu para mim, parecia mais leve. - Como Krum diz: Penssarr querr dizerr que há uma chance ainda. - Ele se abaixou e me surpreendeu, me dando um beijo na bochecha. - Esstarrei na bibllioteca. - Dito isso, ele se foi, acenando para mim. Eu fiquei mais uns minutos, lá, parada, com a mão sobre o local em que seus lábios tocaram a minha pele. Voltando a mim, sacudi a cabeça e corri para encontrar os meus gêmeos, que já voltavam, cheios de guloseimas. — Você demorou! - Jorge ralhou enquanto me arremessava um bolinho. Agradeci com a cabeça, mas estava longe demais para responder direito. Ele olhou para o irmão, que parecia ainda mais furioso, e balançou a cabeça. Voltamos para a Sala sem muita conversa, o que incomodou o pobre Jorge. - 'Tá bom, o que aquele brutamontes estrangeiro falou que te deixou tão avoada assim? — Ele me convidou para o Baile. - Eu sorri para os gêmeos. Jorge fechou os olhos como se algo doesse nele e Fred esmagou o último doce que segurava. Eu fiquei surpresa com a reação dos dois, mas antes que eu pudesse comentar, Fred passou pelo buraco. Jorge o seguiu com pressa e eu fui logo atrás, porém não cheguei a passar totalmente pelo portal, pois estanquei quando ouvi: — Oi! Katia! Quer ir ao baile comigo? — Você não vai com a Thalia? — Nah, eu quero me divertir nesse baile. - Eu não quis ouvir mais. Me virei e sai para os corredores do castelo sem nem mesmo segurar as lágrimas. Mas por que estava chorando? O que eu esperava? Chorei apenas por alguns minutos. Fui no banheiro para lavar o rosto e, quando fiquei apresentável, fui direto para a biblioteca. Não sofrerei por uma coisa idiota como essa, me recuso!
- A Frente de Libertação dos Elfos Domésticos
Palavras: 1007 Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine. Assim que o Trio entrou na Sala Comunal, fogos e gritos soaram por todos os cantos. Harry foi ovacionado e recebeu todos os parabéns e elogios que lhe faltaram durante sua vida com meus tios. Eu preferi deixar os três tranquilos, afinal, como Dumbledore e Lupin gostam de me lembrar, eu não sou parte desta história como principal. Me concentrei nos meus pequenos grandes sapecas, que ofereciam o creme que enfeitiçaram para as pessoas, nisso, vi Fred se aproximar de Hermione e lhe oferecer uma tortinha. Não pude deixar de bufar levemente quando vi a distância que Fred deixou dela, mas logo me repreendi, pois... sou apenas uma amiga, não é mesmo? Alguém me distraiu dos pensamentos ao encostar em mim. — Hey, Lia, está gostando? - Lino colocou a mão em meu cabelo enquanto eu assentia - Que bom, você parecia meio para baixo esses dias. — Eu te preocupei? - Sorri de lado para o moreno. — Para falar a verdade, sim. Mas, sabe? Vale a pena a preocupação se depois eu vou ver esse seu sorriso. - Ele piscou para mim. Não pude me segurar e dei uma gargalhada alta, chamando a atenção de alguns colegas ao redor. Ele abriu um sorriso e ia acrescentar mais alguma coisa, quando foi puxado para longe de mim por um ser humano vermelho. — O que estão falando? — Estávamos só conversando sobre a festa, Weasley, relaxe. - Lino se soltou e passou o braço pelo ombro de Fred - Eu sei que ela é território proibido, cara. - Falando isso, ele me lançou outra piscadela e saiu para causar mais confusão. Eu olhei o ruivo, confusa. — O que ele quis dizer? - As orelhas do Weasley ficaram ainda mais escarlates. — Nada... Vamos comer. - Ele me puxou para o meio da confusão, não me dando nem tempo de pensar. Depois de um tempo, eu me despedi de todos, só após de parabenizar Harry, e fui para a cama. Quando me deitei, peguei no sono quase imediatamente. O mês de dezembro começou bem... Bem frio! Eu estava tremendo, morrendo por um lugar ao sol. Fred e Jorge ficavam tirando sarro da minha baixa resistência ao frio, mas eles também procuravam sempre o sofá mais próximo à lareira. Durante um dos meus passeios matutinos pelo castelo em uma manhã vaga que eu tinha, Anton me encontra, saindo da biblioteca com Krum. — Bom dia, cavalheiros. - Eu fiz graça. Krum apenas deu um aceno de cabeça para mim, enquanto seu amigo corava levemente. — Bo-om dia, Lia. - Sorri para ele. — Você se lembrou do nome. - Ele corou ainda mais forte. O que aconteceu depois, surpreendeu a ambos. — Como esquesser, até eu ssei sseu nome de tanto quue ele fala ssobre você - Krum resmungou e o empurrou em minha direção. - Votarrei parra o navio, connverrsem. Dito isso, ele saiu, sem dar espaço para resposta. Eu olhei para Anton e dei risada, fui retribuída timidamente, mas mesmo assim, ele me ofereceu seu braço e eu aceitei. Anton me guiou para dentro da biblioteca, onde nos sentamos e ficamos conversando em vozes baixas, até o horário do fim do meu período livre chegar. Me despedi dele com um beijo na bochecha, o que causou mais ruborização da parte do brutamontes. Com um ânimo maior, fui para a aula de Aritmancia. No dia seguinte, quem me encontrou foi Cedrico, que me arrastou para o Salão Principal. Ficamos lá, rindo e brincando, enquanto ele me ajudava com o dever. Ele realmente é inteligente. Ficamos um tempo considerável nisso, nos divertindo, até... — E ai, Thalia, me conte algo: qual dos dois gêmeos você namora? - Essa pergunta me pegou totalmente de surpresa. — É o que?! - Ele deu uma risada alta. — É sério, qual deles você namora? Ou será que você namora os dois? - Revirei os olhos pela brincadeira. — Eu não namoro ninguém, Cedrico, nenhum dos gêmeos e ou outro amigo meu. — Sei... - O loiro deu de ombros - Mas você realmente não namoraria um amigo seu? - Coloquei a mão no queixo e pensei. — Talvez até namoraria... Mas teria que ser alguém que me fizesse sentir a necessidade de algo mais, não só alguém que seja legal flertar com. Eu já tenho o Lino para isso. - Finalizei com um sorriso. — Entendi - Ele deu risada e passou a mão pelo meu cabelo. - Eu queria tirar essas dúvidas, você parece bem popular. - Rimos - Bem, tenho que ir agora, ruivinha, até depois. — Até - Acenei enquanto ele se afastava. Suspirei e me recolhi também, voltando para a Sala Comunal, onde encontrei Fred sozinho, estranhei - Oras, o que houve? O Tico sem o Teco? — Ahn? - Ele me olhou com cara de confuso. Acenei com a cabeça para que ele esquecesse e me sentei de seu lado. — Cadê Jorge? — Ah, ele saiu com Angelina por aí e eu prefiro não ver os dois se pegando, por mais que ame o meu gêmeo. - Rimos. — Entendo. O que faz então? — Eu estou pensando na vida só. — Hm... e o que concluiu? - Eu passei meus olhos pelo seu semblante, ele parecia perdido em pensamentos ainda, distraído e longe. — Nada... só acho que talvez deva... talvez... - Suas frases eram concluídas mentalmente, provavelmente, mas como eu não podia ouvir, eu não ligo. — Devia? - Eu me inclinei para mais perto dele, que fez o mesmo, nos deixando perigosamente próximos. — Talvez eu devia... - Seu rosto foi se aproximando do meu a medida que sua voz diminuía, ganhando um tom rouco e abafado. Estávamos a centímetros de distância quando o quadro é aberto e Lino e Jorge entram, barulhentos. — Hey Fred! Vamos, cara, precisamos mandar a carta! - Jorge nos notou e, fingindo não perceber nossos rostos vermelhos como nossos cabelos e o pulo que demos, continuou - Oi, Lia, quer ir também? — A-Ah, é-é, melhor não... Eu vou p-para o quarto... T-Tchau! - Corri para o dormitório feminino do quarto ano e quase me matei. Ah! Como eu queria enfiar minha cara em um buraco agora! Como irei encará-lo amanhã?!