Palavras: 1007
Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine.
Assim que o Trio entrou na Sala Comunal, fogos e gritos soaram por todos os cantos. Harry foi ovacionado e recebeu todos os parabéns e elogios que lhe faltaram durante sua vida com meus tios. Eu preferi deixar os três tranquilos, afinal, como Dumbledore e Lupin gostam de me lembrar, eu não sou parte desta história como principal.
Me concentrei nos meus pequenos grandes sapecas, que ofereciam o creme que enfeitiçaram para as pessoas, nisso, vi Fred se aproximar de Hermione e lhe oferecer uma tortinha. Não pude deixar de bufar levemente quando vi a distância que Fred deixou dela, mas logo me repreendi, pois... sou apenas uma amiga, não é mesmo? Alguém me distraiu dos pensamentos ao encostar em mim.
— Hey, Lia, está gostando? - Lino colocou a mão em meu cabelo enquanto eu assentia - Que bom, você parecia meio para baixo esses dias.
— Eu te preocupei? - Sorri de lado para o moreno.
— Para falar a verdade, sim. Mas, sabe? Vale a pena a preocupação se depois eu vou ver esse seu sorriso. - Ele piscou para mim. Não pude me segurar e dei uma gargalhada alta, chamando a atenção de alguns colegas ao redor. Ele abriu um sorriso e ia acrescentar mais alguma coisa, quando foi puxado para longe de mim por um ser humano vermelho.
— O que estão falando?
— Estávamos só conversando sobre a festa, Weasley, relaxe. - Lino se soltou e passou o braço pelo ombro de Fred - Eu sei que ela é território proibido, cara. - Falando isso, ele me lançou outra piscadela e saiu para causar mais confusão. Eu olhei o ruivo, confusa.
— O que ele quis dizer? - As orelhas do Weasley ficaram ainda mais escarlates.
— Nada... Vamos comer. - Ele me puxou para o meio da confusão, não me dando nem tempo de pensar. Depois de um tempo, eu me despedi de todos, só após de parabenizar Harry, e fui para a cama. Quando me deitei, peguei no sono quase imediatamente.
O mês de dezembro começou bem... Bem frio! Eu estava tremendo, morrendo por um lugar ao sol. Fred e Jorge ficavam tirando sarro da minha baixa resistência ao frio, mas eles também procuravam sempre o sofá mais próximo à lareira. Durante um dos meus passeios matutinos pelo castelo em uma manhã vaga que eu tinha, Anton me encontra, saindo da biblioteca com Krum.
— Bom dia, cavalheiros. - Eu fiz graça. Krum apenas deu um aceno de cabeça para mim, enquanto seu amigo corava levemente.
— Bo-om dia, Lia. - Sorri para ele.
— Você se lembrou do nome. - Ele corou ainda mais forte. O que aconteceu depois, surpreendeu a ambos.
— Como esquesser, até eu ssei sseu nome de tanto quue ele fala ssobre você - Krum resmungou e o empurrou em minha direção. - Votarrei parra o navio, connverrsem.
Dito isso, ele saiu, sem dar espaço para resposta. Eu olhei para Anton e dei risada, fui retribuída timidamente, mas mesmo assim, ele me ofereceu seu braço e eu aceitei. Anton me guiou para dentro da biblioteca, onde nos sentamos e ficamos conversando em vozes baixas, até o horário do fim do meu período livre chegar.
Me despedi dele com um beijo na bochecha, o que causou mais ruborização da parte do brutamontes. Com um ânimo maior, fui para a aula de Aritmancia. No dia seguinte, quem me encontrou foi Cedrico, que me arrastou para o Salão Principal. Ficamos lá, rindo e brincando, enquanto ele me ajudava com o dever. Ele realmente é inteligente. Ficamos um tempo considerável nisso, nos divertindo, até...
— E ai, Thalia, me conte algo: qual dos dois gêmeos você namora? - Essa pergunta me pegou totalmente de surpresa.
— É o que?! - Ele deu uma risada alta.
— É sério, qual deles você namora? Ou será que você namora os dois? - Revirei os olhos pela brincadeira.
— Eu não namoro ninguém, Cedrico, nenhum dos gêmeos e ou outro amigo meu.
— Sei... - O loiro deu de ombros - Mas você realmente não namoraria um amigo seu? - Coloquei a mão no queixo e pensei.
— Talvez até namoraria... Mas teria que ser alguém que me fizesse sentir a necessidade de algo mais, não só alguém que seja legal flertar com. Eu já tenho o Lino para isso. - Finalizei com um sorriso.
— Entendi - Ele deu risada e passou a mão pelo meu cabelo. - Eu queria tirar essas dúvidas, você parece bem popular. - Rimos - Bem, tenho que ir agora, ruivinha, até depois.
— Até - Acenei enquanto ele se afastava. Suspirei e me recolhi também, voltando para a Sala Comunal, onde encontrei Fred sozinho, estranhei - Oras, o que houve? O Tico sem o Teco?
— Ahn? - Ele me olhou com cara de confuso. Acenei com a cabeça para que ele esquecesse e me sentei de seu lado.
— Cadê Jorge?
— Ah, ele saiu com Angelina por aí e eu prefiro não ver os dois se pegando, por mais que ame o meu gêmeo. - Rimos.
— Entendo. O que faz então?
— Eu estou pensando na vida só.
— Hm... e o que concluiu? - Eu passei meus olhos pelo seu semblante, ele parecia perdido em pensamentos ainda, distraído e longe.
— Nada... só acho que talvez deva... talvez... - Suas frases eram concluídas mentalmente, provavelmente, mas como eu não podia ouvir, eu não ligo.
— Devia? - Eu me inclinei para mais perto dele, que fez o mesmo, nos deixando perigosamente próximos.
— Talvez eu devia... - Seu rosto foi se aproximando do meu a medida que sua voz diminuía, ganhando um tom rouco e abafado. Estávamos a centímetros de distância quando o quadro é aberto e Lino e Jorge entram, barulhentos.
— Hey Fred! Vamos, cara, precisamos mandar a carta! - Jorge nos notou e, fingindo não perceber nossos rostos vermelhos como nossos cabelos e o pulo que demos, continuou - Oi, Lia, quer ir também?
— A-Ah, é-é, melhor não... Eu vou p-para o quarto... T-Tchau! - Corri para o dormitório feminino do quarto ano e quase me matei. Ah! Como eu queria enfiar minha cara em um buraco agora! Como irei encará-lo amanhã?!
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