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O Baile de Inverno

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1332

Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine.


Depois do ocorrido dos convites, eu evitei ficar sozinha com Fred, apesar de me esforçar para não o tratar diferente do que estávamos acostumados. Eu e Hermione começamos a passar mais tempo juntas na biblioteca ou conversando, no quarto. Nós ríamos da curiosidade dos meninos de saber com quem iríamos. Harry fingia não se interessar, mas eu via que queria que eu dissesse logo, esses dias, ele até jogou a carta "Eu sou seu irmão, você tem que me contar essas coisas!".


Fred e Jorge também ficaram curiosos, mas eles tinham uma ideia de quem era, então não foram tão incisivos em suas investigações. Faltando poucos dias para o Natal, Jorge me puxou de lado, apenas eu e ele. Ele tinha um semblante sério e não parecia afim de piadas, o que me desesperou, afinal... Jorge não a fim de piadas?!


— Por favor, me fale que não vai com o almofadinha búlgaro.


— Jorge? Por que isso? - Esperava isso de Fred, mas não do gêmeo menos ciumento.


— Lia, é sério. Eu sei que você ficou magoada com o que Fred fez, mas fale para mim que não aceitou o convite do búlgaro, por favor.


— Por que eu não poderia ir com ele?


— Por que eu não gosto dele, ele me passa uma impressão ruim. - Eu abri um sorriso e abracei o Weasley.


— Relaxe, Jorge, eu só vou ao baile, não é como se eu fosse casar com ele. - Ele se afastou um pouco e me olhou, escandalizado, voltou a ser o meu Jorge.


— Pelas calcinhas de Merlin, se você se casasse com ele eu te deserdava, menina. - Rimos alto disso e voltamos para a Sala Comunal, com um clima bem mais leve. Na manhã de Natal, o dormitório feminino do 4º ano estava puro barulho. Eu fui acordada por gritinhos animados de Lilá e me sentei na cama, ainda tonta de sono.


— O que houve?


— PRESENTES! - Todas me responderam. Parecia que somente Hermione compartilhava do meu estado de espírito, que era "Voltar a dormir... por favor..."


— Ah - Foi só o que consegui responder. Me voltei para a pequena pilha de presentes natalinos que estava do lado da minha cama. O primeiro aberto foi um livro A Arte da Guerra, dado pelo meu padrinho, depois foi uma sacola de doces, de Hagrid, aí foi a vez de um cachecol feito a mão pela Sra. Weasley, uma coleção de livros completa dos meus pais, acho que vocês podem conhecer: Jogos Vorazes.


Mione havia me retribuído o kit para escrever que dei a ela com um exemplar de “Hogwarts, Uma História”, Harry me deu uma pena nova (mandei um pingente de vassoura para ele) e Jorge, a quem eu mandei uma sacola com as varinhas falsas que havia salvado da fúria da Sra. Wealsey, me deu um pingente de floco de neve. Ri, antes de chegar no último presente.


Fred. Me mexi, inquieta. Abri o embrulho dourado e caprichado, o que será que é? Outro animal de pelúcia é revelado, mas desta vez é um pássaro: Azulão, junto havia um bilhete:


"Para fazer companhia ao coiote do ano passado..."


Eu sorrio, não há como não o fazer! O menino pode ser um pé no saco de ciumento e impulsivo, mas é tão doce quanto sapos de chocolate.


Desci com Mione, mas apenas passei o Café-da-manhã com o Trio, logo indo para a biblioteca, me distrair e me manter quente. Quando o relógio bateu cinco horas da tarde, Mione me encontrou e nós fomos nos arrumar para o baile.


Ambas estávamos muito animadas, pois seria a primeira vez que nos arrumaríamos para algo. Nos ocupamos as três horas que tínhamos para nos arrumar, estávamos lindas. Eu, particularmente, amo como Hermione aparece no baile, então fiquei mais que abismada quando a vi pronta.


— Não me olhe assim... Estou muito maquiada?


— Não! É que você está linda, Mione! Mesmo! - Ela riu e apontou para o espelho.


— Você deveria ver como você está. Parece um anjinho. - Rimos, mas eu não olhei no espelho, não queria ver como eu estava... Prefiro me julgar pela reação dos outros. Descemos juntas e encontramos nossos pares no navio. Eu fui mais para trás da fila, já que Krum iria na frente com Mione, por ser campeão da escola.


Quando deu o horário do baile, a fila começou a andar, Anton parecia nervoso, então falava pouco, mas seus colegas me entreteram com suas histórias de coragem e suas lutas encenadas. Entramos no Castelo. De onde consegui ver, Harry parecia abismado, junto de Patil, que parecia com inveja, e Ron parecia irado.


Dei uma olhada em volta, Anton sorriu para mim e acariciou minha mão gentilmente, Jorge balançava a cabeça para mim, que mandei uma piscadela para ele, e Fred estava de costas, ele não me vira ainda. A valsa de abertura foi engraçada, mas não pude me concentrar muito nela, pois o nervosismo de Anton parecia ter desaparecido e nós conversávamos sobre as diferenças de Hogwarts e Drurmstrang.


Quando nos sentamos para o jantar, foi quando percebi que Fred havia me notado. Ele me olhava como se não acreditasse no que via, sua boca se projetou em surpresa e seus olhos pareciam queimar. Eu não liguei, porque, como ele mesmo disse, nós deveríamos nos divertir hoje. Me concentrei na conversa com Anton, rimos tanto e nos entretemos de tal forma que não percebi o que estava comendo até me dar por satisfeita.


Quando as Esquisitonas começaram a tocar, nós nos levantamos e dançamos até cansar. Eu nunca havia me divertido tanto, ele de fato não era má companhia, não me arrependi de ter aceitado seu convite. Houve um momento em que começou a tocar uma música lenta, outra valsa. Anton ia começar a me conduzir, quando uma mão o impediu.


— Será que posso roubar uma dança de seu par? - Era Fred. E seus olhar e tom não deixavam espaço para negativas.


— Se meon parr non se imporrtarr. - Ele me olhou, para confirmação.


— Claro, Anton, poderia buscar bebidas enquanto isso? - Eu sorri para ele, que apesar da carranca recém-adquirida, assentiu. - Obrigada. - Apertei seu braço, antes de me voltar para o ruivo. Fred me envolveu e começou a me conduzir pela pista de dança.


— O que faz com ele? - Seu tom não mudara.


— Dançava, agora, não faço nada, como pode ver.


— Não brinque comigo, Thalia, por que veio com ele?


— Porque ele me convidou, Weasley. Por que mais?


— Está gostando dele? - Agora ele soou magoado.


— Ele é legal. - Dei de ombros.


— Mas você gosta dele?


— Talvez... - Eu realmente não sabia dizer ainda. Fred assentiu e olhou para um ponto atrás de mim. Dois segundos depois, ele abriu um sorriso malicioso e se aproximou de mim.


Fred grudou meu corpo ao seu, aproximando seu rosto aos poucos, ele abriu seus lábios e sussurrou meu nome, sua boca foi diminuindo a distância até a minha e seus olhos foram fechando. Quando ele encostou seus lábios nos meus, eu fechei os olhos e me deixei levar pelo beijo, porém, o mesmo foi curto, apenas um encostar de lábios. Abri os olhos para ver o que se passava e percebi Fred olhando para trás de mim maliciosamente, o malicioso ruim.


— Você não está preparada para gostar de ninguém, Thalia. Não se iluda ou a ele. - Com um sorriso maldoso, ele se vai. Meus olhos se enchem d'água. Eu sei que é estúpido, mas eu preciso chorar, preciso descarregar e esse foi o golpe final. Me virei e vi Anton, parado com as bebidas na mão, ele parecia magoado.


— Me desculpe. - Eu ia passar por ele sem mais palavras, mas ele me segurou graciosamente.


— Amanhãã, me esspllique. Ok? - Eu assenti e ele me soltou, passando a mão ternamente pelos meus cabelos. Corro para a Sala Comunal, Mione e Ron estão discutindo lá, mas não dou atenção. Quando fecho as cortinas de minha cama, as lágrimas caem.

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