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A Tarefa Inesperada

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1108

Notas: Não sei fazer sotaque, me processe ou me ensine.


Eu estava nas nuvens. Na última aula de Transfiguração, a Prof.ª McGonagall havia anunciado o Baile de Inverno. As meninas da sala ficaram bem animadas, eu incluída, cogitando quem iria convidar quem. Sinceramente eu esperava que Fred me chamasse, pois Jorge iria com Angelina, com certeza, e seria meio estranho eu ir com Lino ou com Cedrico...


Se bem que ainda há o Anton... Ai ai, estou vibrando de ansiedade... E se ninguém me chamar? Ah, penso nisso depois se acontecer. Com esses pensamentos e gesticulando como se estivesse conversando com alguém, fui até a Sala Comunal, para fazer os deveres atrasados.


Uma semana depois, ninguém ainda havia me convidado... Bem, não é verdade, houve aquela situação com Harry, mas não conta, ele convidou por desespero de não conseguir Cho. Fechei o livro que estava lendo na Sala Comunal da Grifinória e olhei para o enorme e branco terreno de Hogwarts, ignorei a discussão do trio ao meu lado e relembrei o que Harry havia me pedido: Depois do terceiro pedido de meninas para levarem Harry ao Baile, ele se jogou na poltrona ao meu lado e suspirou. Eu não pude evitar de me divertir com o desespero nítido em sua face.


— O que te aflige, irmãozinho?


— Irmãozinho? Não somos gêmeos? - Eu ri do tom distraído e cansado dele.


— Sim, mas eu saí primeiro. Então, você é mais novo que eu, irmãozinho. - Dei um sorriso sacana que sumiu assim que percebi seus olhos verdes me analisando profundamente. - O que?


— Você faria um favor para o seu irmãozinho, Thalia, minha irmã favorita? - Estreitei os olhos.


— Sou sua única irmã, menino, e que favor é esse? - Ele me olhou nos olhos e piscou com carinha de santo.


— Vai no Baile comigo? Como irmãos mesmo, só para eu não ir sozinho? - Eu o olhei, descrente.


— Então... você está me chamando porque tem medo de chamar outra pessoa e não quer ficar sozinho? - Ele assentiu. - Ou seja, é eu ou ficar sem par? - Ele finalmente percebeu o que havia dito.


— Não, Lia! Não foi isso que eu quis dizer! Eu só... - Eu suspirei e me levantei.


— Relaxe Potter - Baguncei seus cabelos negros. - Eu entendi, mas ainda assim, não vou com você.


— Por que?


— Estou esperando que uma pessoa em especial me convide. Por isso, sinto muito irmãozinho, mas você vai ter que arranjar outra menina para levar para dançar. - Dei uns tapinhas carinhosos em sua cabeça e sai da Sala. Minha atenção foi chamada de volta para o presente por um dos meus amados gêmeos.


— Liiia, vamos passar na cozinha para fazer um saque, quer ir também? - Jorge me perguntou, sorrindo e estendendo a mão para mim. Aceitei na hora, pois quem iria recusar uma passada na cozinha? Me juntei aos gêmeos, saímos da Sala dando risada e fazendo gracinhas, Jorge até brincou que eu iria com eles, só para depois confirmar logo em seguida que iria com Angelina. Me virei para Fred e nessa já estávamos no 1º andar.


— E você, Fred? Vai com quem?


— Não tenho par ainda... - Ele coçou a cabeça e deu um passo na minha direção, parecia que ia falar algo. Eu, animada com um possível convite, me inclinei em sua direção também. - Bem...


— THALLIA! - A voz forte e retumbante soou por todo o corredor. O trio inteiro se virou para o portador da voz, encontrando Anton correndo para mim. Ele parecia sem fôlego.


— Anton? Você está bem? - Ele apoiava as mãos nos joelhos.


— SSim ssim - O búlgaro acenou, dispensando a minha preocupação. - Eu prrecissava fallar com você.


— Claro, fale. - Sorri para o moreno, mas ele não olhou para mim. Olhando para os gêmeos, ele respondeu:


— A ssóss, porr favorr. - Meus guardas-costas iam protestar, mas eu interferi.


— Meninos, vão indo na frente, já alcanço vocês.


— Mas, Thalia!


— Fred, relaxe, Anton não me ameaça. Podem ir, alcanço vocês rapidinho. - Apesar do meu sorriso, eu percebi Fred conter sua raiva, ainda assim, foi necessário que Jorge arrastasse o irmão para longe, suspirando. - Então, Anton, o que te fez correr tanto assim? - Dei uma risadinha, me voltando para o búlgaro.


— Você. - Sua resposta me pegou de surpresa.


— Desculpe, como?


— Você me fez correrr assim. Eu querria virr antess, mass acabei me enrrollando com allgunss preparrativoss...


— Anton... Explique melhor, por favor... E direto ao ponto.


— Oh, ssim, cllarro. - Ele se mexeu, desconfortável, e corou violentamente. - Eu querria ssaberr sse a ssenhorrita já possuí parr parra o Baille.


— Ah, não, ainda não. - Ele suava. Estava me dando dó, eu queria ajudá-lo...


— Entendo, entãum sserrá que você gosstarria de irr comigo? - Fiquei estática por uns momentos, pensando, antes de o responder.


— Hm... será que eu poderia te responder mais tarde? Eu realmente gostaria de pensar.


— Cllarro. - Ele sorriu para mim, parecia mais leve. - Como Krum diz: Penssarr querr dizerr que há uma chance ainda. - Ele se abaixou e me surpreendeu, me dando um beijo na bochecha. - Esstarrei na bibllioteca. - Dito isso, ele se foi, acenando para mim. Eu fiquei mais uns minutos, lá, parada, com a mão sobre o local em que seus lábios tocaram a minha pele. Voltando a mim, sacudi a cabeça e corri para encontrar os meus gêmeos, que já voltavam, cheios de guloseimas.


— Você demorou! - Jorge ralhou enquanto me arremessava um bolinho. Agradeci com a cabeça, mas estava longe demais para responder direito. Ele olhou para o irmão, que parecia ainda mais furioso, e balançou a cabeça. Voltamos para a Sala sem muita conversa, o que incomodou o pobre Jorge. - 'Tá bom, o que aquele brutamontes estrangeiro falou que te deixou tão avoada assim?


— Ele me convidou para o Baile. - Eu sorri para os gêmeos. Jorge fechou os olhos como se algo doesse nele e Fred esmagou o último doce que segurava. Eu fiquei surpresa com a reação dos dois, mas antes que eu pudesse comentar, Fred passou pelo buraco. Jorge o seguiu com pressa e eu fui logo atrás, porém não cheguei a passar totalmente pelo portal, pois estanquei quando ouvi:


— Oi! Katia! Quer ir ao baile comigo?


— Você não vai com a Thalia?


— Nah, eu quero me divertir nesse baile. - Eu não quis ouvir mais. Me virei e sai para os corredores do castelo sem nem mesmo segurar as lágrimas. Mas por que estava chorando? O que eu esperava? Chorei apenas por alguns minutos. Fui no banheiro para lavar o rosto e, quando fiquei apresentável, fui direto para a biblioteca. Não sofrerei por uma coisa idiota como essa, me recuso!

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