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Flores em aquarela

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  • Grifinória Versus Corvinal

    Palavras: 1562 O clima naquele grupo de amigos estava horrível. Ron e Hermione brigaram feio e não pareciam querer se entender. Eu ainda consegui piorar tudo ao ficar do lado de Mione. Harry estava certo que Bichento havia de fato comido Perebas, mas eu, sabendo a verdade, defendi Hermione com unhas e dentes e por isso, sendo dois teimosos e eu não podendo explicar de onde vinha a minha certeza, nós brigamos. – Tudo bem, fique do lado do Rony, eu sabia que você ia fazer isso! - Mione soava realmente magoada - Primeiro a Firebolt, agora Perebas, tudo é minha culpa, não é? Então me deixe em paz, Harry, tenho muito trabalho a fazer. - Ela virou a cara assim que ele se afastou. Me aproximei dela e passei minha mão pelas suas costas, tentando confortá-la. – Mione... Não fique assim. Eles vão ver a razão, mais cedo ou mais tarde, sabe disso. - A morena respirou fundo e me deu um sorriso forçado. – Eu sei... Eu espero, pelo menos. Obrigada, Lia, mesmo. – Pelo que, ora essa? - Fiz um gesto exagerado que Lupin sempre dizia que me fazia parecer meu pai. – Por me defender. Nem nos conhecemos direito, mas você age como se fossemos amigas desde sempre... Não me leve a mal, nós somos amigas agora, só fiquei surpresa por você ter brigado até com os meninos por causa disso. – Bem... o que posso dizer? Nós, Evans, somos especialmente teimosos quando acreditamos em algo. Sorrimos e enquanto ela voltava para os trabalhos escolares, dei uma olhada pela Sala. Ron parecia realmente estar sofrendo e era confortado por Harry, Gina e pelos gêmeos. Fred me lançou um olhar fingindo desespero que me arrancou um sorriso. Ele fez um sinal em direção ao meu dormitório e me olhou com uma expressão travessa. Deduzi que havia algo lá para eu ver. No dormitório feminino do terceiro ano, eu encontrei um bilhete em cima de meu travesseiro: “Essa escola está calma demais, vamos conversar sobre isso. Me encontre na frente do Salão Principal depois do treino de quadribol. Weasley.” Ri alto e fui me preparar para dormir. Rezei por um sono tranquilo, mas foi exatamente o contrário que aconteceu: Meu sonho começou normal, eu andava por um dos corredores de Hogwarts, porém o corredor parecia destruído, vários feixes de luz verde e de luz vermelha passavam cruzando o corredor. Vi o Trio de Ouro sair por uma porta que logo depois desapareceu, eu estava distraída e não vi um raio de luz verde ser lançado em minha direção. Gritei, não por ter sido atingida, mas porque no último instante, fui puxada para baixo e um corpo entrou na minha frente. Para o meu desespero, eu reconheci o corpo. Acordei suando. Pelo menos eu não havia realmente gritado, o que foi um alívio, já que a última coisa que eu preciso é chamar atenção como a louca que grita enquanto sonha. Me levantei, ansiosa para sair daquele quarto abafado e sentir o ar ainda gelado no rosto. O dia que se passou então foi um daqueles que não melhoram o seu humor. Eu só queria esquecer de tudo aquilo. Durante todo o tempo que passamos juntas, Mione me olhava estranha e eu queria muito me encontrar com Fred logo, não estava prestando atenção em nada e estava muito inquieta. Uma sensação ruim estava tomando conta do meu estômago. Mais ou menos na hora do almoço, Hermione pegou no meu braço e me puxou para longe da multidão que seguia para o Salão Principal. – Mas o quê? Hermione? – Shiu, Lia, vem aqui. Quero te perguntar uma coisa. - Sua mão apertou mais ainda o meu braço e eu a segui, ou fui arrastada, o que você preferir, até um corredor secundário vazio do castelo e, depois de verificar que realmente não tinha ninguém nos ouvindo, Mione começou: - Thalia, você conhecia o professor Lupin antes de virem para Hogwarts, né? – De onde você tirou isso, Mione? - Dei uma risada. Sou uma ótima mentirosa quando quero e Lupin e eu concordamos que apenas Dumbledore e Harry poderiam saber da nossa ligação, apesar de Harry ainda não saber... – Não minta, Thalia. Tenho certeza disso! Eu só quero confirmar uma coisa... - Ela parecia estar em conflito - Remo Lupin é um lobisomem. - Não foi uma pergunta. Desci as escadas apressadamente. Hoje foi um dia e tanto, primeiro tive aquele pesadelo e depois Hermione cismou que eu conhecia Remo antes de Hogwarts e que ele era um lobisomem. Não que ela estivesse errada, mas quem sou eu para revelar algo assim, não é mesmo? Mal tinha chegado no fim dos degraus, quando fui erguida no ar por dois braços inesperadamente cuidadosos. – Pelas barbas de Merlin, Fred! Você quer me matar de susto? - Me afastei ao máximo que conseguia com seus braços me apertando. – Me desculpe, Lih. - Ele dá uma risada alta. - Mas a culpa é sua, já que estava andando por aí toda distraída. O que houve? – Não estava andando por aí, eu estava vindo para cá, como você mesmo pediu! Como conseguiu colocar o bilhete no dormitório feminino? Achei que meninos não podiam entrar lá. - Ele abriu aquele típico sorriso Fred. – Eu convenci Lilá Brown a colocar ele lá. Tinha quase certeza que ela iria ler e espalhar por aí que estávamos nos encontrando em segredo. – Então você planejava que todos ficassem sabendo? - Ergui minha sobrancelha. – Não, gosto de ficarmos a sós. - Seu timbre ficou sério do nada, como se ele tivesse tomado coragem para algo e eu fiquei corada pelo comentário... - Thalia... Eu... Eu queria te dizer que... - Uma longa pausa - Aaah! Eu nunca achei que isso ia ser tão difícil! – Isso o que, Fred? - Eu estava um pimentão naquela hora, com toda certeza. Ele respirou fundo, mas antes que ele voltasse a falar, Harry e Ron entram, vindos do campo de quadribol. Harry tinha um olhar perturbado que me fez ficar levemente preocupada com ele, porém, assim que me viu, a fraqueza se foi, substituída por uma desconfiança. Seus olhos dançaram entre mim e Fred até finalmente os meninos subirem a escada. Suspirei. – Lia... - Fred me apertou mais. - Eu... – Me desculpe, Fred. Podemos conversar amanhã? Estou me sentindo meio mal agora. – Ah! Claro. Tudo bem. Até amanhã, então. - Seu sorriso forçado me fez sentir a queimação no estômago de novo, mas não posso me preocupar com isso agora, tenho que resolver as coisas com Harry. Como eu odeio o fato do meu irmão conseguir ser tão escorregadio! Não me importo se isso o ajudou a se livrar do Lorde das Trevas, só me importa que ele estava usando isso comigo! Só consegui o ver no dia da partida de quadribol da Grifinória contra a Corvinal e ainda assim foi bem brevemente mesmo, pois no mesmo instante que ele se sentou, todos o cercaram. Ah! Que ódio disso! – Pena que você não possa acrescentar braços na sua, Draco. Assim ela poderia apanhar o pomo para você. - Harry parecia discutir com Malfoy. Revirei os olhos e os gêmeos Weasley me viram do outro lado da mesa. Jorge cutucou Fred e o empurrou na minha direção, mas o mesmo apenas acenou de longe. Retribuir o aceno, apesar de estranhar o fato. Às quinze para as onze, o time da Grifinória se dirigiu para o campo. Eu me apressei para alcançá-los. – Fred! Jorge! Harry! - Cheguei a eles, arfando. – Lia? - Jorge parecia divertido. – Eu - Respira - Queria - Respira - Desejar - Respira - Boa sorte - Respira. Os gêmeos deram uma gargalhada. – Obrigado, Lih. - Fred sorriu para mim. Em um impulso impensado, eu me aproximei e depositei um beijo casto em sua bochecha. Ele me olhou surpreso, Jorge sorri maligno e Harry fecha a cara. – Obrigado, Thalia. Agora é melhor nós irmos. - O moreno saiu puxando os gêmeos. O jogo foi maravilhosamente bem e a comemoração na Sala Comunal estava ótima, até que Ron fez uma coisa extremamente idiota: – Se Perebas não tivesse sido devorado, ele poderia ter comido uma mosca de chocolate. Ele gostava tanto... - Hermione subiu para o dormitório chorando e a raiva me possuiu. Agora ele vai me escutar. Fui até ele, que estava falando com Harry. - Lá vem a guarda-costas da Hermione. - O ouvi sussurrar. – E se for, Ronald Weasley? O que você vai fazer sobre isso? Exato! Nada! - As palavras iam saindo como um trator desgovernado. - Seu neandertal idiota, preste atenção no que você está fazendo com ela! Ela já salvou o seu traseiro ruivo ano passado e é assim que você a trata?! Qual o seu problema? Eu entendo que Perebas era seu bichinho de estimação e que você o amava, mas você nem tem certeza que ele está mesmo morto! Eu tenho certeza que Bichento é inocente e que Perebas está bem vivo, mas ele fugiu! - Pausa para respirar. – E o que te faz ter tanta certeza disso? - Ele estava mais vermelho que seus cabelos. – Simplesmente sei. – Ora! Então não me venha falar besteiras, Evans! Você não sabe de nada! Vá atrás da sua amiguinha e para de me encher. – Ronald, eu realmente gosto de você. Não me faça eu mudar de ideia. - E com um olhar para Harry, eu fui dormir, sabendo que hoje a celebração iria até tarde e que hoje seria a primeira aparição de Sirius Black...

  • O Patrono

    Palavras: 1152 No dia seguinte, ou melhor, na semana seguinte, a Torre da Grifinória ficou em um clima tenso. Ron e Harry estavam irritados com Mione e a mesma passara a evitar a Sala Comunal. Eu tentei amansar o ruivo, mas ele se recusava a pensar melhor na atitude irracional que estava adotando com a morena. No fim, eu fiquei tão irritada que quase falei besteira, não via o porquê de brigarem tanto se eles iam ficar juntos no final, porém isso não é informação para agora. Quando falei com Harry, ele disse que entendia a amiga, mas ainda estava chateado com ela. Bom... Tudo que eu podia fazer eu fiz. Visitei Lupin algumas vezes naquela semana e conversamos bastante. Porém, no geral, passei a maior parte do tempo com Fred, Jorge e Lino, que voltou mais cedo de casa, e fiquei aliviada quando o feriado acabou e o vazio silencioso foi preenchido pelas conversas e risadas dos meus colegas grifinórios. Na véspera do começo do trimestre, vi Olívio falar com Harry e sair desesperado pelo portal da Mulher Gorda. – Ansioso? - Me apoiei no braço da poltrona de Harry. – Um pouco. - Ele tinha um olhar perdido. Suspirei e passei a mão em seus cabelos. – Relaxe, Potter. Vai dar tudo certo no final! – Mais um dos seus palpites inexplicáveis? - Ele me deu um sorriso cansado. Me levantei e sorri, travessa. – Parece que estamos nos entendendo. - Pisquei para ele. - Boa sorte nas aulas com Lupin, aliás. - Sai em direção à Fred, que estava rindo alto com Jorge. – Hey, Lia! - Jorge me cumprimentou com um toque estranho. – Oie, Jorge, Fred. - Baguncei o cabelo do segundo. - Só vim dar boa noite mesmo. – Boa noite, minha querida ruiva. - Fred fez graça e me abraçou, além de me dar um beijo na testa. – Boa noite, Lia. E solte-a, seu tarado. - Jorge me puxou do abraço e bagunçou o meu cabelo. Rimos da cara emburrada de Fred. Subi e fui dormir já que as aulas que começariam no dia seguinte. Minhas aulas da manhã não foram nada que mereça destaque, a não ser D.C.A.T., Lupin ainda parecia mal... Pelo jeito essa transformação foi uma das piores... Me senti mal com isso e resolvi esperá-lo, no fim da aula. O trio passou por mim, depois de Harry falar brevemente com o professor, Hermione me encarou de uma maneira estranha e se separou do grupo. Entrei na sala. – Professor? – Sim, Thalia, o que foi? - Parecia concentrado. – Como assim "Thalia"? - Fiz careta, ele não me chamava pelo nome a não ser que estivesse bravo. – O que? Eu aparentemente sou "Professor" para você, então o mais adequado é que você seja Thalia para mim. - Seu tom debochado me fez sorrir. – Vejo que está bem, Padrinho. Estava preocupada. - Me aproximei, ele parecia mais velho e bem mais cansado. – Eu vou melhorar, minha querida. - Me abraçou - E como vai com Harry? – Estamos nos entendendo aos poucos… Está sendo melhor do que eu imaginava. – Que bom. - Seu sorriso aqueceu o meu coração. Na noite de quinta, Harry saiu para a aula com Lupin, ele ia aprender o Patrono. Eu já tinha tentado algumas vezes, mas nunca tinha conseguido mais do que um fino fio prateado. Durante a semana depois da aula, tanto Harry quanto Remo ficaram estranhos. Quase no fim da semana, eu estava andando pelo castelo, quando avistei um certo rato. Sozinho. Me adiantei pelo corredor escuro até o pequeno e detestável ser. Ele se desesperou, mas já era tarde demais, eu o tinha em minhas mãos. Ele se retorceu e me arranhou e, conforme eu apertava para segurá-lo, comecei a sentir uma pressão em meu próprio pescoço, meu ar começou a sumir e a pressão aumentou, me dando contrações e meus pulmões ardiam. Soltei Perebas, o jogando longe. Assim que o fiz, a pressão cedeu e pude respirar novamente, mas percebi que no mesmo instante que o corpo fraco de Perebas acertava a coluna de pedra do castelo, uma dor nas costelas me atingia. Verifiquei o local dolorido e constatei que um hematoma surgia entre as costelas. Passei os dedos pelo pescoço e lá havia certas partes doloridas que com certeza ficariam marcadas. Antes que eu ficasse mais confusa com o que aconteceu, o próprio Dumbledore apareceu. Apenas seu olhar me fez entender que ele sabia o que tinha acabado de acontecer e ele fez um sinal com a cabeça para que o seguisse. Já em sua sala: – Bem, senhorita Thalia, percebo que desobedeceu nosso acordo. - Sua voz não carregava nenhuma emoção, quase como se ele esperasse aquilo de mim. – Me desculpe. - Ele sorriu de um jeito misterioso. – Não é a mim que deve desculpas, sabe disso. – Não vou me desculpar com Perebas. O senhor também sabe disso. Na verdade, eu deveria tê-lo entregado ao destino logo, ou dar ele para o Bichento. – E isso provavelmente a teria matado também. - Seu tom finalmente era repreendedor. Não que isso seja bom, mas era melhor do que o sem nenhuma intonação. - A senhorita já deve ter percebido que todo dano feito por você ao pequeno rato volta para você, em mesma intensidade e mesmo lugar. - Sim, eu tinha percebido. – Quer dizer que tudo que eu fizer contra ele, volta para mim? - Dumbledore assentiu - Por que isso? Por que eu não posso salvar todos aqueles que morrem e aqueles que perdem alguém? – Minha cara, não devemos conhecer o destino, principalmente, não podemos mudá-lo. Como a senhorita já quebrou uma das regras, o universo tinha que ter certeza que você cumpriria aquilo que lhe foi destinado, que não é nos salvar do que virá, mas sim, algo maior, ainda não claro para mim ou para você. Por isso que a senhorita não pode interferir nem no destino do rato, por mais sofrimento que ele poderá nos trazer um dia. Depois de mais um pouco de conversa, eu voltei para a Sala Comunal. Dumbledore fez o favor de me ajudar com as feridas, mas eu ainda estava um pouco dolorida e abatida, acima de tudo, eu havia aprendido a minha lição. Entrei pelo portal, depois de dizer a senha para aquele cavaleiro maluco e a primeira coisa que ouvi foi: – OLHA! - Ron descia as escadas em direção à mesa onde estavam Harry e Hermione. - OLHA! - Berrou de novo. – Rony, que...? - A pobre garota parecia confusa. – PEREBAS! OLHE! PEREBAS! - Ron parecia descontrolado. Eu fui me aproximando, já imaginando o que era. - SANGUE! ELE DESAPARECEU! E SABE O QUE TINHA NO CHÃO? – N... não - A voz de Mione tremia. Me postei atrás da morena, pronta para defendê-la se fosse preciso. Ron jogou algo em cima do livro de tradução de runas de Mione, todos nos curvamos para ver. Havia algo misturado ao pó... pelos... pelos felinos, amarelo avermelhados e compridos. Ah… Começou.

  • A Firebolt

    Palavras: 1297 Quando voltei de Hogsmeade, Mione já estava no dormitório, mas eu estava tão cansada que nem notei se Harry havia contado sobre mim ou não. Caí logo na cama e tive um sono tranquilo, apesar de um sonho perturbador: Eu estava na batalha de Hogwarts, a que aconteceria daqui a 4 anos, estava perdida em meio as explosões, de repente um clarão verde passa por cima de minha cabeça, não estava direcionado para mim, mas para alguém atrás de mim, que me empurrou no mesmo momento em que foi atingido. Eu gritei. No dia seguinte, desci para o Salão a tempo de ver todos aqueles que iriam para casa nas férias se despedindo. Fred e Jorge me viram e acenaram para eu me juntar a eles, mal tinha me sentado, Fred já passa o braço pelos meus ombros. Me virei para reclamar e ele apenas sorri. Balancei a cabeça em derrota, decidi deixar ele fazer o que queria, só desta vez. Como as férias começam naquele dia, eu não tinha nada para fazer, pelo menos até o almoço, que é quando Harry acordaria. – Eu nunca vou saber o que eles iram querer, porque, graças ao Black, nunca conversei com eles. - Foi o que ouvi, assim que entrei na sala comunal depois de matar tempo na biblioteca. Talvez fosse melhor eu falar com ele… Agora com a cabeça mais fria. – Harry. Preciso falar com você. - O trio me olhou assustado, revirei os olhos, não posso contar ainda do que eu sei, mas parece quase cômico o fato deles terem medo de eu saber algo.. – Agora não, Thalia. - Harry praticamente rosnou. – Agora sim, Potter, venha! - O arrastei pelo braço, até a escada, onde Mione e Rony poderiam nos ver, mas não nos ouvir. - Harry, eu sei o que está passando, acredite, eu sei perfeitamente. - Ele arregalou os olhos. – Você sabe de Black? - Assenti - Você sabe o que ele fez aos meus pais? Aos... Aos NOSSOS pais? - Respirei fundo e assenti de novo. - POR QUE NÃO ME CONTOU?! – Por causa disso, Harry, olhe como você está agora! Olha o estado que você ficou quando descobriu! Acha que eu o queria assim? Eu estava rezando para que você não ouvisse aquela conversa estúpida no Três Vassouras! Mas você ouviu e agora está pensando em ir atrás de Black! - Ele me encarou estupefato. - Além disso, faz só algumas horas que você sabe que eu sou sua irmã, não é como se você fosse acreditar em mim. - Eu soltei um risinho e ele abaixou a cabeça e deu um sorriso de lado. – Certo, certo… Mas tente não me esconder coisas assim, não mais. - Suspirei, culpada, e não respondi. - Porém você deveria me falar como você sabe que eu descobri tudo por uma conversa no Três Vassouras? - Comecei a rir, não ia contar. – Eu ouvi a mesma conversa, Harry. - Menti, enquanto me virava e subia para o dormitório. Ele não veio atrás de mim, então acho que a minha resposta o satisfez. Quando voltei a descer, o trio já não estava, deviam ter ido visitar Hagrid... O resto do dia, passei brincando com Fred e Jorge na beira do lago. Foi um dia divertido, mas Fred parecia distraído, peguei ele me olhando estranho em alguns momentos. Na manhã de Natal, acordei cedo e abri os presentes que eu tinha. Haviam 5, porém eu esperava apenas 3, corri para ver de quem eram: 1 era de Lupin, ele me mandou um livro trouxa que vocês talvez conheçam “Percy Jackson e os Olimpianos”; 1 de minha mãe e 1 de meu pai, que eram um conjunto de luvas e touca bem quentinho; os dois a mais eram de Harry e de Fred. Meu irmão me deu um colar de prata, com dois pingentinhos e havia um bilhete: "Sei que ainda não nos conhecemos muito bem, porém eu estou realmente feliz por sermos um projeto de família. " O de Fred era um coiote de pelúcia. Muito fofo e estranho, eu ri e havia apenas uma frase com ele: "Para te proteger" Tenho que me lembrar de agradecê-los depois, havia comprado apenas chocolates e doces para eles. Resolvo ir pro dormitório do 3º ano, me levanto e me visto e corro lá, bem a tempo de ouvir: – Não entra aqui com ele! - Parecia Ron, me adiantei e abri a porta. Os meninos estavam sentados e Mione estava na frente deles com Bichento. Sorri. – Bom dia. Feliz natal! – Feliz natal, Lia - Harry me cumprimentou. Ele olhou para o meu pescoço e sorriu, sussurrei um obrigada para ele, que assentiu, voltando sua atenção para Mione e Ron, que discutiam sobre a vassoura. Ah! A vassoura! Sirius é mesmo um inconsequente! Ri com o pensamento, afinal aquela Firebolt vai salvar o dia algumas vezes. Voltando para a discussão no momento, antes que eu interferisse, Bichento pula em Ron e quase agarra Perebas. Depois de mais um pouco de discussão, Hermione foi embora e eu ia segui-la quando Harry comentou o quão mal Perebas estava. – Rabicho e Almofadinhas com certeza se encontrarão de novo, eu adoraria estar lá para ver isso! - E ri. Eu sei, é estranho eu falar algo assim, mas não poder fazer nada sobre ele está me deixando louca de raiva. Os meninos me olham confusos e Perebas saiu correndo para se esconder. Ele ouviu e entendeu, ótimo. Sai do quarto antes que eles pudessem me perguntar algo e desci todo o castelo, até as estufas, ia sentar lá perto para ler, mas antes de eu sequer achar um lugar para sentar, Jorge aparece. – Hey, Lia! Feliz natal, você já comeu? – Oie, Jorge, feliz natal! Não, ainda não, por que? – Ahn... Sabe... O Fred 'tava te procurando, ele estava lá no lago. - Ele ficou vermelho e com um sorriso sacana, como se estivesse segurando o riso e soubesse algo que eu claramente não sabia. – Ah, claro, vou lá atrás dele, então. - Sorri, apesar de hesitar um pouco. Amo os gêmeos, mas eles me dão medo de vez em quando. Fui em direção ao lago, chegando lá vi Fred. Ele estava sentado em uma toalha de piquenique, onde havia uma cesta cheia de frutas e doces. Ele era um ponto vermelho e laranja no meio da neve branca. Fred se virou e me viu, abrindo um sorriso grande que me fez sorrir também. – Feliz natal, Lih. Que tal comermos aqui fora? – Feliz natal Fred, acho uma ótima ideia, mas tem certeza que quer ficar nesse frio? - Minha criação em um país tropical se fez presente e eu comecei a tremer só de pensar na proposta. – Venha até aqui, eu te esquento! - Ele abriu os braços. Eu ri baixinho e me aconcheguei nele, não que eu queira me aproveitar nem nada, mas ele realmente me esquentou. Comemos e conversamos muito, foi um almoço de natal realmente bom, mas teve que acabar, pois minha resistência ao frio é pouca e logo comecei a espirrar. – Desculpe, foi uma péssima ideia, agora você vai ficar doente! - Fred parecia realmente pesaroso quando chegamos ao Hall principal. – Relaxe, Weasley, eu gostei, foi uma ideia maravilhosa, mas vamos tentar ficar nos lugares quentes do castelo, pelo menos na época do inverno, ok? - Ri enquanto sacudia minha jaqueta. – Ok, Evans. - Rimos do tom de voz derrotado dele. Espirrei de novo e ele me mandou subir para o dormitório para descansar e me esquentar antes que eu ficasse realmente doente. Eu não posso ficar doente, não agora que Sirius está por perto, então segui a ordem dele. Passei pela sala comunal correndo, apenas para perceber que Mione e Ron estavam discutindo de novo, Harry estava parado olhando para os dois, perdido em pensamentos.

  • O Mapa do Maroto

    Palavras: 1487 Harry ficou na ala hospitalar até o fim da semana, eu fui visitá-lo algumas vezes, uma vez Hagrid estava lá e ele me deu uma piscadinha quando foi embora e a outra vez Gina saiu correndo de lá assim que me viu. Nunca estávamos sozinhos, Ron e Hermione só saiam de lá a noite, então eu não poderia contar a ele e além disso, ele ainda estava sofrendo pela perda da Nimbus e por ter visto o Sinistro… No domingo, quando o time foi visitar, eu fui junto e percebi que, apesar dele sorrir, o sorriso não chegava aos olhos. Aproveitei um momento de distração de todos para falar com Harry a sós, e não, não foi para contar tudo a ele. – Hey! - Falei sentando na cadeira do lado, ele pareceu sair de um torpor e olhou para mim - Harry, não se preocupe tanto. Ele nem sempre vem anunciando um desastre. - Sorri quando ele me olhou meio assustado e, antes dele me responder, Madame Pomfrey veio e mandou nós sairmos. Eu e o time fomos saindo... – Lia! - Me virei, Harry estava sorrindo - Obrigado. Eu não aguentei e sorri abertamente. Talvez tudo realmente dê certo no final! Senti Fred passar o braço pelos meus ombros e me puxar para fora da ala hospitalar, ele me olhou, rindo, e eu retribui, fiquei muito entusiasmada. Porém assim que passou, percebi que Fred estava muito perto, tipo muito mesmo, ele estava olhando nos meus olhos e seus olhos estavam tão brilhantes... – Fred! Srta. Evans! - Percy me tirou desses pensamentos pecaminosos - O que estão fazendo?! Não podem ficar namorando na frente da ala hospitalar! Circulando, vamos! - Eu corei violentamente, de fato não era hora para aquilo, nem lugar, mas que o meu ser hormonal de 13 queria que algo acontecesse, queria. – Não estamos namorando, Weasley. - Eu cruzei os braços, parece que Percy era mais insuportável do que J. K. descreveu nos livros. Fred deu aquele sorriso de lado que só ele sabe dar e saiu me puxando, o resto do time já tinha ido, aqueles felinos traiçoeiros. Quando Harry voltou ao normal, Draco Malfoy estava insuportável e Lupin já havia voltado. Depois daquele acidente com Percy, eu fiquei levemente preocupada. Afinal, eu não poderia, teoricamente, me envolver com ele, não com tudo que está e vai acontecer... Nós continuamos normais, mas eu não o deixo ficar me abraçando de lado toda hora. Também porque eu notei que ele só fazia isso comigo, o que era agradavelmente estranho. Na aula de Lupin, ele disse que não precisaríamos entregar o trabalho de Snape, mesmo assim que estava apreensiva, afinal, Hermione havia deduzido a verdade com aquele trabalho. A aula passou rapidamente, foi maravilhosa. No fim dela, Lupin pediu para falar com Harry. Eu fiquei enrolando, mas Remo me lançou um olhar que me fez sair... Não fiquei muito feliz, mas o que mais eu podia fazer? Ele já havia me dito que estava bem. De qualquer jeito, o Natal e a segunda visita a Hogsmeade estavam chegando. Harry iria ficar sozinho, mas os gêmeos tiveram a ideia de dar o Mapa para ele, então tudo bem. – Psiu.. Harry! - Nós três estávamos atrás da estátua da bruxa corcunda de um olho só, esperando por ele. – Que é que vocês estão fazendo? - Perguntou Harry, curioso. - Vocês não vão a Hogsmeade? – Antes de ir viemos fazer uma festinha para animar você - disse Fred, com uma piscadela misteriosa. - Venha até aqui… - Fomos para uma sala vazia, Jorge fechou a porta sem fazer barulho e se virou, sorrindo. Esses gêmeos são os melhores. – Presente de Natal antecipado para você, Harry - anunciou. Fred tirou o Mapa da capa. Pelas barbas de Merlin, agora que eu notei que Harry está apenas recuperando uma relíquia da família, da nossa família. Harry ficou lá, apenas olhando para o pedaço de pergaminho. – E o que é que é isso? – Isso, Harry, é o segredo do nosso sucesso - disse Jorge, dando uma palmadinha carinhosa no pergaminho. – Dói na gente dar esse presente para você - disse Fred - mas, decidimos, na noite passada, que você precisa muito mais dele do que nós. E, de qualquer maneira, já o conhecemos de cor. É uma herança que vamos lhe deixar. Para falar a verdade, não precisamos mais dele. – E para que eu preciso de um pedaço de pergaminho velho? - Não me aguentei e dei uma gargalhada. – Um pedaço de pergaminho velho! - Exclamou Fred, fechando os olhos numa careta. - Explique a ele Jorge. - Enquanto os gêmeos explicavam as coisas para ele e Harry examinava o Mapa... Me veio uma sensação que tomou conta de mim totalmente. Um ímpeto de abrir o jogo que eu não aguentava mais. Agora, agora era a hora. – Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas - suspirou Jorge - Devemos tanto a eles. - Dei um sorriso amplo, sim, eu devo muito a eles mesmo. Eles fizeram mais alguns comentários e se prepararam para sair da sala. – Harry, espere, posso falar com você? - Perguntei lançando um olhar significativo para os gêmeos, que entenderam, já que eu também já tinha contado tudinho para Jorge e ambos sabiam a minha história quase de cor e salteado. – Claro. - Os gêmeos deixaram a sala, mas não sem antes me darem uma piscadinha cúmplice. - Ahn... Então, o que quer Lia? – Er... Harry, o que você faria se soubesse que outro Potter tivesse sobrevivido a visita de Voldemort? - Ele me olhou confuso. – Eu não sei, ficaria feliz acho, não estaria mais tão sozinho. – Ah, posso te contar uma história? - Ele mandou um olhar como se eu fosse louca, mas assentiu. - Sabe, ela começa igual a sua, um casal em uma casa de uma comunidade bruxa, porém eles não tinham apenas um filho e sim dois, um menino e uma menina, um casal de gêmeos. A família foi atacada por Lord Voldemort. Ele... – Como você sobreviveu? - Eu o olhei, minha vez de ficar confusa - Bom, eu deduzi que a história é a sua, não é? - Assenti e hesitei antes de continuar, o gás inicial perdendo a força. – É. Eu... eu sobrevivi porque estava na casa do meu padrinho, meus pais queriam uma noite de casal e por isso meu padrinho falou que ficaria comigo. Só sobrevivi por isso... Meu irmão... A família... - Eu senti um bolo na garganta, não entendia porque era tão emocionante para mim contar essa história, já que eu não realmente me sentia ligada aos Potter ainda, mas todas as vezes que eu repetia a história era como se eu sentisse esse laço desconhecido para mim. – Tudo bem Lia, eu entendi. - Ele soou pesaroso. – Entendeu? – Sim! Voldemort era horrível, a culpa não é sua. – Não! Quer dizer, sim! Não, está errado. Harry! Eu... Harry, o meu sobrenome é... Harry, meu irmão sobreviveu! – Mesmo? Onde ele está? Quem é ele? - Harry parecia eufórico. – Ele está aqui no castelo. Ele é... – Sim? - Me encorajou. – Ele é você, Harry. Meu nome real é Thalia Potter! - Pronto! Agora não há como voltar atrás. – O QUE?? Não pode ser... Thalia, isso não tem GRAÇA!! - Ele gritou. – Claro que é possível Harry! Você tinha apenas um ano, não tem como lembrar! Nem eu, mas meu padrinho se lembra, ele me contou tudo! Se você não acredita, olhe no Mapa! Vamos, olhe e veja qual o meu nome! – Thalia Evans! NÃO TEM GRAÇA! PARE COM ISSO! MINHA FAMÍLIA MORREU! – HARRY POTTER! PENSE, SEU QUATRO OLHOS TEIMOSO! QUAL ERA O SOBRENOME DE SOLTEIRA DE SUA MÃE? HEIN? OLHE ESSE MALDITO MAPA! - Ele se assustou quando eu gritei. Ficou um tempo pensando e quando reagiu, pegou o Mapa e desfez o feitiço. Ele não se mexeu por alguns momentos, então levantou os olhos e abriu a boca, num O quase perfeito. – Como... Como isso é possível? - Suspirei. – Era o que eu estava tentando te dizer, Harry. Eu não estava na casa quando aconteceu e Voldemort não sabe sobre a minha existência. Para ele, existe apenas um Potter, um menino, filho de James e Lily... - Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, Harry me abraçou forte, como se eu fosse uma boia salva-vidas. - Eu sei, eu sei - Dei uns tapinhas nas costas dele, mas não deixei ele ter tempo de se emocionar mais - Agora está na hora de você ir para Hogsmeade... Vá, se divirta e tente processar essas informações... Pode falar para Ron e Mione também se você quiser... Mas tenha cuidado, ok? - Ele assentiu - E Harry... Eu estarei aqui sempre que precisar, okay? Sempre! Ele sorriu. Parece tão estranho o Harry saber, só quero ver como ele vai lidar com isso e com o que vai descobrir lá no Três Vassouras. Harry virou e, antes de chegar a porta, deu meia volta e me deu mais um abraço. Bem… As coisas foram melhores do que eu imaginava.

  • A Amarga Derrota

    Palavras: 1566 Quando descemos para o Salão Principal e Dumbledore saiu, nos deixando com sacos de dormir roxos tamanho extra-fofos, o trio puxou seus sacos para um canto do Salão e os gêmeos Weasley colocaram os seus perto deles. Fred ainda estava meio estranho desde aquele ocorrido com Perebas... Talvez eu devesse começar a pensar antes de falar, mesmo com ele… – Posso ficar com vocês? - Me aproximei de cabeça baixa e perguntei, incerta. – Claro, Lia! - Jorge sorriu e deu um espaço para mim, entre os dois. Angelina tinha colocado o dela do outro lado dele e os dois se viraram para conversar... – Fred? – Sim, Thalia? - Ele não olhou para mim. – Desculpe, eu não devia ter falado aquilo de Perebas. - Ele deu uma risadinha e suspirou. – Ele é patético, eu sei disso, só fiquei surpreso com o ódio que você falou aquilo, por mais que eu não goste dele, ele ainda é da família, é importante para nós. - Ele finalmente me olhou. Eu assenti, mas meus punhos fecharam dentro do saco de dormir. Nojento. Levantei os olhos e notei algo nos olhos de Fred, algo malicioso. – Claro! - Eu sorri, agora estava mais feliz. Desviei o olhar para o Salão, todos tinham a mesma pergunta estampada na cara: Como foi que ele entrou? Umas ideias absurdas, que não seriam tão absurdas assim se não estivéssemos em Hogwarts, começaram a surgir, ouvi Hermione reclamar sobre ninguém ler “Hogwarts, uma história” e antes que eu pudesse comentar algo, Percy anuncia: – As luzes vão ser apagadas agora! Quero todo mundo dentro dos sacos de dormir, de boca calada! Todos deitamos e o Salão se encheu com sussurros de estudantes, que aos poucos foram caindo no sono... Perto das 3 horas da manhã, o Professor Dumbledore veio e ficou conversando com Percy perto de onde Harry, Mione e Ron estavam. Depois Snape veio e passou um relatório para o mais velho, eles começaram a falar em um tom mais agressivo e eu podia jurar que estavam falando sobre o meu padrinho de novo. Assim que foram embora, eu virei para o lado e encontrei os olhos de Fred me encarando, ele sorriu. Nos dias seguintes o assunto era apenas Sirius Black. Eu fiquei com dó de Harry, afinal parecia que estavam o sufocando por todos os lados, deu uma vontade de dar um soco em Percy mais de uma vez por dia, mas eu fazia um esforço para lembrar que apesar de ser babaca, ele era uma boa pessoa no fundo. Eu conversei com Dumbledore e com Lupin essa semana e eles concordaram que eu devia falar logo para Harry, já que havia um perigo que eles não sabiam como ia acabar, e eles me proibiram de contar para eles. Na véspera do primeiro jogo do campeonato de Quadribol, todos os alunos do terceiro ano da Grifinória estavam na sala de D.C.A.T., olhei em volta assim que sentei, porém Harry não estava lá... Quando ia perguntar a Mione onde ele estava, Snape entrou como um furacão. Ah não, já estamos em Lua Cheia? Eu precisava ver Lupin urgente então. Dez minutos depois da aula ter começado, Harry aparece e pede desculpas para o Prof. Lupin... Isso não vai dar certo. Eu me abaixei na cadeira, já sabendo o que viria a seguir: – A aula começou há dez minutos, Potter, por isso acho que vou tirar dez pontos da Grifinória. Sente-se. - Nessas horas eu queria gritar com meu irmão por ser tão teimoso. – Onde está o Prof. Lupin? – Ele disse que hoje está se sentindo mal demais para dar aula - Snape respondeu.- Acho que o mandei sentar-se? – Que é que ele está sentindo? - Lancei um olhar para o rosto do professor, ele não ia falar agora, eu sabia, porém não posso deixar de me preocupar. Os olhos de Snape reluziram de forma cruel. – Nada que ameace a vida dele. Cinco pontos a menos para Grifinória, e se eu tiver que pedir para você se sentar novamente, serão cinquenta. - Harry sentou e eu dei um tapa na minha testa. Garoto teimoso... Essa semana não seria fácil para ninguém, mas estou realmente preocupada com meu padrinho, ele nunca havia precisado se ausentar da sala antes… - Como eu ia dizendo antes de ser interrompido por Potter, o Prof. Lupin não registrou os tópicos que já abordou te hoje... – Professor, por favor, já estudamos os bichos-papões, os barretes vermelhos, os kappas e os grindylows - Hermione respondeu tudo em quase um fôlego só. - E íamos começar... Depois de interromper Hermione, Snape veio com uma sede de sangue para cima de nós. Tirou mais alguns pontos e ficou jogando indiretas ridículas e infantis sobre lobisomens. Quando a sineta finalmente tocou, Snape reteve a turma: – Cada aluno vai escrever uma redação para me entregar, sobre as maneiras de reconhecer e matar lobisomens. Quero dois rolos de pergaminho sobre o assunto quero para segunda-feira de manhã. Está na hora de alguém dar um jeito nessa turma. Weasley, você fica, precisamos combinar sua detenção. Sai da sala com Harry e Hermione, ela começou a falar sobre Snape. Eu ouvia parcialmente apenas, afinal Lupin pode ter se machucado essa noite e sua afilhada desnaturada estava ocupada demais para olhar o calendário. Não sei por quanto tempo que andamos, só notei quando estávamos quase no andar da sala comunal. – Mas vou realmente torcer para o Prof. Lupin melhorar logo... Lia? Você está bem? – Que? Ah sim, claro... Hm... Eu tenho... Eu tenho que ir para lá - Apontei para um corredor aleatório - Vejo vocês mais tarde. Tchau. - E sai correndo sem esperar pela resposta. Fui direto para o escritório de Lupin, bati na porta e passei um bilhetinho por baixo da soleira. Era assim que fazíamos em casa, quando essas semanas chegavam, afinal eu era proibida de entrar no quarto quando ele estava nesses períodos. O bilhete dizia o de sempre: "Hey padrinho, respire fundo, estarei sempre atrás dessa porta te esperando sair. P.S. Fique bem e eu te amo" Não tive resposta, mas não havia nada de estranho no corredor, então assumi que ele estava inteiro e bem por enquanto. No dia seguinte, todos estavam excitados por causa do jogo. Desci antes que os jogadores fossem pro campo, queria dar boa sorte para eles, apesar de saber exatamente o resultado do jogo. – Fred! Jorge! - Gritei assim que vi os gêmeos. - Heey, boa sorte no jogo de hoje. – Oi, Lia, valeu! Mas é contra a Lufa-lufa, não se preocupe tanto. - Jorge riu e saiu antes que eu pudesse responder. Fred ficou do meu lado e sorriu de lado para mim. – Hey Liih! Você vai ver o jogo né? – Vou tentar, com esse tempo... Enfim, não deveriam subestimar tanto eles, Cedrico é um bom apanhador e tem um bom time montado. - Fred fez uma careta. – Okok, tanto faz. Bom saber que você tem confiança na habilidade do seu irmão, Srta. Evans. - Abriu um sorriso malicioso. – Eu confio nele, Sr. Weasley, porém não estou muito confiante nesse tempo. - Rebati. Ele apenas riu e saiu correndo para o campo, entrei no Salão e Harry já tinha saído. Quando o castelo já estava vazio eu resolvi que se pudesse, não veria aquele desastre de jeito nenhum, mas como estava sem opções... Durante o jogo, a chuva não deu trégua alguma, depois do tempo pedido por Wood, Harry deve ter avistado o pomo, pois saiu em disparada para cima e foi com Cedrico na sua cola. As nuvens os encobriram e a próxima coisa que vimos foi um clarão seguido de algo caindo lá de cima. – HARRY! NÃO! - Gritei e todos viraram a cabeça para onde eu apontava. Não perdi tempo, sai correndo em direção ao meu irmão, seguida pelos amigos dele. Dumbledore segurou Harry até chegarmos até eles e o levamos para a enfermaria, o time teve que ficar para terminar a partida, apesar de ninguém ter mais vontade para isso. Assim que o jogo acabou, todos vieram correndo para saber como ele estava. Madame Pomfrey os deixou mais tranquilos e eles entraram para vê-lo, porém Fred se virou. Eu estava sentada em um dos bancos que ficam fora da enfermaria, só consegui pensar "Eu devia ter avisado ele, devia ter impedido, a Nimbus está destruída, eu devia ter impedido...", ele veio até mim e se sentou do meu lado. – Hey... Como você está? - Ele passou um braço pelo meu ombro e me puxou para um abraço de lado. Eu tremia. – Bem até... Você não vai vê-lo? – Claro que vou, só queria me certificar que você está bem mesmo antes. - Sorriu de lado. Eu sei que não é o momento, mas meu coração começou a bater mais rápido quando ele deu o sorriso e eu me senti corar violentamente. – Vá lá e veja se ele acorda... Vou para a Sala Comunal. – Claro, me espere por lá - Ele sorriu mais e me deu um beijo na testa, o que, diga-se de passagem, quase me deu um ataque cardíaco. Subi correndo para ele não ver o meu rosto vermelho. Depois de um tempo, Fred subiu e me deu notícias sobre Harry, preferi não ir vê-lo porque não teria muito sentido no momento... Ficamos conversando até Fred começar a "pescar" e eu o mandar para a cama, rindo da sua cara.

  • A Fuga da Mulher Gorda

    Palavras: 1092 As aulas de Lupin são maravilhosas, não que me surpreenda, mas ao vivo é outra coisa. Não havia como colocar defeitos. Todos adoravam Lupin, a não ser Malfoy e a turminha dele, mas suas críticas eram ridículas. Lupin trazia cada vez mais criaturas estranhas e perigosas, o que é quase perfeito para adolescentes, porém certos professores, vulgo Severo Snape, não gostam tanto assim do novo colega de trabalho. Snape andava implicando ainda mais com Neville, depois que a fofoca do bicho-papão se espalhou, até mais do que implica com Harry. O professor mal se dirigia a mim, fingia que eu não estava na sala na maior parte do tempo, ignorando quando eu levantava a mão ou quando eu tinha uma pergunta. Não que eu me importasse muito, mas isso só confirmou a minha impressão original do homem. O quanto menos interagirmos, melhor. As outras aulas compensavam o mau humor de Snape. Era realmente um sonho ir para Hogwarts. As vezes em que consegui visitar Remo, ele fez questão de lembrar e relembrar que no começo eu era contra vir para cá. Mesmo assim, agora que estávamos aqui, eu não conseguia parar de saltitar. Segundo Remo, parecia que eu havia voltado a ser a criança despreocupada de antes de virmos para a Inglaterra. Não que eu não tivesse pesadelos de vez em quando com o que estava por vir. Mas eles aconteciam com pouca frequência e eu rapidamente me acalmava. Me concentrava bastante nas aulas e acabava por esquecer deles. Eu e o trio de ouro começamos a conversar mais também, já que dividimos muitas aulas no final das contas, mas Harry ainda preferia manter uma certa distância de mim. Parecia que as aulas de Astrologia estavam começando a incomodar Harry. A de Estudo dos Trouxas, em compensação, estava cada vez mais interessante, era incrível ver como os bruxos entendiam a cultura na qual fui criada. A aula de T.C.M. (Trato de Criaturas Mágicas) era de chorar, já que depois do ocorrido na primeira aula Hagrid perdeu toda a confiança em si mesmo e estava nos fazendo passar por horas e horas de tratos de vermes. Já no início de outubro, os integrantes do time de quadribol da Grifinória estavam ficando cada vez mais inquietos, pelo que Fred e Jorge me contaram, Olívio já estava pegando pesado com eles. Todos, incluindo grifinórios, estavam terminantemente proibidos de assistir aos treinos, o que me deixou um pouco revoltada, afinal eu amava o esporte. Eu peguei a mania de assistir os jardins pela janela, na esperança de ou ver algo do treino ou da dupla estranha que não deu mais sinal de vida. Depois de um desses treinos, eu encontrei o time voltando para a sala comunal. Como também ia para lá, me juntei a eles. Fomos conversando, os gêmeos me apresentaram ao resto e todos foram muito simpáticos, principalmente as minhas ídolos, Angelina e Kátia, as duas amaram quando eu disse o quanto gostava das duas. Ouvimos os alunos do 3º ano antes de vê-los, quando entramos na sala comunal, todos estavam em alvoroço. – Que foi que aconteceu? - Perguntou Harry para os amigos, que estavam acomodados nas melhores poltronas da sala, terminando os mapas de astrologia e parecendo não muito interessados na confusão. – Primeiro fim de semana em Hogsmeade - Respondeu Ron. - Fim de outubro. Dia das Bruxas. - O resto do time se dispersou pela sala. – Ótimo. - Comentou Fred, apoiando o queixo no topo da minha cabeça e passando os braços pela minha cintura. - Preciso visitar a Zonko's. Meus chumbinhos fedorentos estão quase acabando. – Ora, não vai me dizer que usamos todos, semana passada. - Dei risada e me despedi do trio. Eu e ele nos afastamos dos meninos e fomos para um canto mais quieto da sala, perto da janela. – Não, ainda tenho uns no estoque. - Fred deu um sorriso. Olhei pela sala e vi Jorge encostado na parede oposta a nós, conversando com Lino. Quando voltei meus olhos para Fred, ele olhou para o trio e virou a cabeça na minha direção - Você precisa contar a ele logo, sabe? O coitado acha que não tem família. – Ele tem família, vocês. Os Weasley são a família dele, todos nós sabemos disso... – Você me entendeu, srta. Evans. Por que não se aproxima mais deles? - Ele usava um tom preocupado. Eu dei de ombros. – Porque eu estou bem assim, sr. Weasley. Eu sei quando preciso contar a Harry, não posso acelerar esse processo em especial... - Nessa hora escutamos um grito: – AI! - Era Ron, parece que Bichento tinha atacado sua moch... Claro! Perebas! - DÊ O FORA DAÍ, SEU BICHO BURRO. - Então começou o maior corre corre para pegar o gato e o rato, que fugiu da mochila. Até o Jorge entrou nessa! Depois de um pouco de discussão com Hermione, Ron foi dormir com aquele rato imundo, enquanto Mione parecia desolada, sabendo o final dos dois, eu me sentia ainda mais irritada. – Que ótimo, aquele gato deve ter problemas, Perebas não parece tão apetitoso ao ponto de correr atrás dele. O animal está doente, pelas calças de Merlin! - Fred resmungou do meu lado. – Particularmente eu preferiria que Ron deixasse o Bichento pegar ele, aquele rato parece à beira da morte mesmo. - Eu sei que Perebas é apenas um covarde que acaba salvando meu irmão, mas não consigo evitar de sentir repulsa e ódio por ele. E meus comentários podem soar cruéis, porém, lembre-se que eu tenho 13 anos, não penso muito em consequências quando falo essas coisas. – E se ele fosse SEU bichinho de estimação, pelo tempo que foi da nossa família? - Fred me olhava meio horrorizado. – Se fosse Perebas? Eu mesma o matava. - E com essa feliz sentença eu me retirei para meu dormitório. Os dias foram passando e o ânimo de Harry foi diminuindo à medida que o dia das Bruxas chegava. Quando ele chegou, fui me despedir e insinuei que teria uma companhia. Lá em Hogsmeade, eu me diverti muito, mesmo tendo que evitar os Weasley, meus amigos do 3º ano criados bruxos me apresentaram muito bem a vila. Voltamos ao castelo e Harry, antes de ater a atenção aos amigos, me lançou um olhar estranho. A festa estava maravilhosa, todos se divertiram muito. Fomos todos juntos de volta para a sala comunal, porém, é claro que não dormiríamos lá essa noite, afinal, o padrinho do meu irmão é tão impulsivo quanto Bichento. Sirius não sabe esperar a hora certa e, agora, por causa dele, teremos um cavaleiro maluco como porteiro.

  • O Bicho-Papão no Armário

    Palavras: 1003 Quando desci para o Salão, no dia seguinte, encontrei Fred já comendo. Ele, por um milagre, estava sozinho e parecia muito entediado. Me sentei ao seu lado e ele pareceu esperar até eu terminar de me servir antes de começar a falar, o que eu fui muito grata, já que estava morrendo de fome. – Bom dia, "Potter escondida". - Reviro os olhos e ele ri. - Desculpe, não poderia perder essa oportunidade. - Não que eu pudesse realmente ficar brava com ele, mas ainda era muito surreal me pensar como “Thalia Potter”. Não soava certo ainda… – Bom dia, Weasley, por que não fala mais alto? - O segurei, antes dele levantar para gritar. - Parece estar lidando bem com isso. - Examinei seu rosto quando ele voltou a se sentar. Ele de fato parecia estar se divertindo com tudo aquilo, enquanto eu apenas me preocupava com as possíveis repercussões que aquilo poderia trazer no futuro. – É realmente ótimo saber que a senhorita não é uma Weasley. Mas... Como você existe? - Fred me olhou pelo canto do olho, claramente muito curioso. Sorri, envergonhada, já que isso não era história para agora. Pensando nisso, lembrei que talvez fosse bom dar uma visitada em Lupin em algum momento. – Uma longa história, um dia eu conto, o que acha?! - Ele assentiu, meio contrariado. - Aliás, onde está Jorge? Achei que vocês nunca se separavam? - Nós dois demos uma risadinha com a pequena piada. Ele estudou o meu rosto por alguns segundos antes de me responder em um tom debochado. – Ah, ele foi para a aula com Angelina, artilheira do time de quadribol da Grifinória, já a conheceu? - Dei de ombros. Confesso que estava me coçando para conhecer todos que eram citados nos livros, ainda mais as duas ícones: Angelina e Kátia Bell. Mal podia esperar que a temporada de quadribol começasse para ver as duas em ação! – Não pessoalmente. - Sorri de novo antes de voltar a comer. Quando terminei, Fred e eu nos despedimos e fomos cada um para a sua respectiva aula. Senti um olhar me seguindo até eu virar o corredor, que julguei ser Fred, mas poderia ter sido só um desejo meu, afinal estávamos em um corredor de Hogwarts, cheios de quadros que se mexem e seguem as pessoas com os olhos. E assim passou a semana, eu e Hermione nos aproximamos, apesar de nos mantermos principalmente conversando sobre trivialidades. Harry cordial comigo, mas evitava ficar muito sozinho comigo por mais de alguns segundos. Ron, sinceramente, é o mais confortável comigo, nós damos risadas altas, comemos mais ou menos a mesma quantidade e nos estressamos com as mesmas coisas. Mesmo assim, eu quase não passava tempo com o pessoal do meu ano. Fred, Jorge e Lino eram aqueles que realmente me faziam companhia e me mantinham ocupada durante o tempo em que nenhum de nós tinha aulas ou lição de casa. Os três eram muito amigáveis comigo, então nos divertíamos bastante. Mesmo depois de contar para Fred o meu segredo, as coisas não ficaram estranhas, na verdade, parece que ficamos ainda mais próximos só. Na primeira aula de D.C.A.T. (Defesa Contra as Artes das Trevas) com Lupin, eu estava super animada. Ninguém havia prestado muita atenção nele durante o banquete da primeira noite, nem se impressionado muito quando ele foi apresentado. Havia até pessoas que já reclamavam de ter aula com ele. O trio principal até chegou a me perguntar por que eu estava tão agitada naquele dia, mas eu apenas disse que havia ouvido maravilhas sobre o novo professor. Remo já estava na sala quando chegamos. Assim que me achou entre os alunos, ele piscou para mim discretamente e sorriu, o que eu retribuí para encorajá-lo. São em momentos assim que minhas memórias dos livros normalmente voltam… Saber que esse homem que eu amo tanto, que eu admiro com todas as minhas forças, vai ter um destino tão cruel e injusto, e que eu não posso fazer nada para mudar… Tive que fazer uma força para manter o sorriso. Fomos guiados para a sala dos professores e Snape estava lá. Por algum motivo ridículo, ele ralhou com Neville, e ia saindo, porém, antes de chegar à porta, nossos olhares se cruzaram. Ele estancou no lugar em que estava e foi empalidecendo enquanto me encarava pelo o que pareceu minutos antes de sair correndo pela porta. Acho que ele não esperava que eu fosse tão parecida com ela… Consigo entender o seu espanto, deve ter ido a Dumbledore para que o diretor explicasse o que estava acontecendo. O professor Lupin chamou a atenção então, não perturbado pela reação do colega de profissão. Chamou Neville para ajudá-lo frente a todos e explicou a tarefa: iríamos enfrentar um bicho-papão, ou melhor, eles iam. Eu e Remo sabemos que o meu bicho-papão não é nada que se possa revelar em uma sala de aula, para todos, principalmente neste momento. Depois de Mione responder algumas perguntas, começaram a formar a fila, com Neville em primeiro. A criatura, depois de solta, foi se postar à frente de Neville e se transformou em Snape, o menino executou o feitiço "Riddicullus" e todos caíram na gargalhada com a cena lendária que eu tenho certeza que todos lembramos. Depois disso, todos começaram a enfrentar seu bicho-papão. Tudo ia bem, todos estavam se divertindo, até chegar a vez de Harry, foi quando Lupin se meteu. Assim, a aula acabou. Eu acenei para Remo e segui os outros alunos para fora da sala. Vi que Harry estava meio quieto, pensativo, enquanto Ron caçoava de Mione e gargalhava alto. Sorri e desviei meu olhar para as grandes janelas do castelo. O sol ainda estava alto no céu, quase não haviam nuvens, mesmo assim, a orla da Floresta estava escura por causa das sombras causadas pelas árvores. Meu sorriso aumentou ainda mais quando notei algo se mexendo nessas sombras em direção ao Salgueiro Lutador. Olhei em volta, mas ninguém mais no castelo pareceu notar a dupla muito estranha desaparecendo atrás da árvore estranhamente calma.

  • Garras e Folhas de Chá

    Palavras: 1103 No dia seguinte, desci sozinha para tomar meu café da manhã. Hogwarts é tão fantástica que eu prestava mais atenção nas pinturas e detalhes daqueles corredores do que no caminho para o Salão Principal. Tropecei em alguns degraus falsos, peguei algumas escadas que mudaram de lugar comigo nelas, mas, não sei como, não cheguei tarde no Salão, muito pelo contrário, ainda estava meio vazio até. Quando sentei na mesa da Grifinória, suspirei antes de começar a encher meu prato com tudo que eu conseguia alcançar. Sempre comi bem, mas ver aquelas montanhas de comida me deixavam com mais vontade de comer que o normal, então… Estava tranquilamente quase terminando quando senti alguém se aproximando. Quando virei, quase morri do coração, mas estou ficando boa em disfarçar os meus ataques. – Olá! Sou Hermione Granger - A menina esticou a mão para mim, enquanto sentava ao meu lado. - Você é Thalia Evans, a estudante transferida, né? - Assim que me recuperei do susto, assenti. Hermione sorriu. – Eu mesma, prazer, Hermione. - Meu coração estava a mil nesse momento. Não só porque ela estava bem na minha frente, mas também Harry e Ron estavam bem atrás dela, me olhando, ambos pareciam curiosos. Harry em especial, já que ele já tinha me visto de relance uma vez e agora eu estava totalmente com os cabelos a solta. – Sou Harry Potter e esse é Ron Weasley. - Hermione apresentou os dois, que pareceram sair de um transe e enfim também se sentaram do outro lado da morena. – Você não faz parte da família Weasley, né? Tipo, uma prima distante ou algo assim? - Ron fez uma piada para quebrar o silêncio meio constrangedor que seguiu as apresentações. Todos nós, tirando Harry, rimos enquanto eu negava. – Não, 100% de certeza que eu não tenho nenhuma relação de sangue com os Weasley. - Sorri para o ruivo - Não venho de uma família de bruxos - Ele assentiu com muita seriedade, tanta que nos fez rir novamente. – Você parece com… - A voz de Harry finalmente foi ouvida. Ele estava perto demais, parecia que o meu cérebro ainda não tinha entendido esse fato. Ou, talvez eu só estivesse realmente ficando melhor em esconder o que estou pensando? Gosto de pensar que é a segunda opção. – Com? - Perguntei, meio que já sabendo a resposta. Quando Lupin estava se acostumando com morar comigo, ele vivia me confundindo com minha mãe, Lily. Ele fazia questão de falar que, enquanto Harry lembrava James, eu era a cópia quase perfeita da minha mãe, se não a impulsividade do meu pai, até de personalidade eu seria muito parecida com ela. – Ninguém... Esquece. - Ele deu de ombros e sorriu, acanhado. Eles começaram a conversar comigo e tudo estava indo muito bem, mas toda vez que eles tocavam no assunto "família" eu desconversava. Ficamos falando de assuntos aleatórios até Fred e Jorge chegarem. Os gêmeos chegaram causando já, rindo alto e se espremendo cada um de um lado meu. Eles logo comentaram sobre a aparição de Malfoy na nossa cabine, eu apenas acompanhei o trio nas risadas, já que eu também estava apavorada naquela noite. Quando terminaram de comer, Fred e Jorge se levantaram para ir a aula, mas assim que chegou na porta do Salão, Fred correu de volta para o meu lado: – Esqueci disso. - O ruivo passou a mão pelo meu pescoço e me deu um beijo na testa. Ignorando esse episódio (e como ele me deixou vermelha), Harry e Ron foram para a aula de Astrologia enquanto eu e Mione fomos para a de E. T. (Estudos Trouxas). Fomos conversando até lá, principalmente como ambas crescemos no mundo dos trouxas, mas ainda assim escolhemos fazer essa matéria. Meu maior motivo, na verdade, era escolher a maior parte de aulas que não tem muito espaço nos livros para conhecer aquilo que eu ainda não conhecia. A aula passou voando, trocamos mais impressões sobre o mundo trouxa nessa primeira aula. Fomos meio que juntas para T.C.M. (Trato de Criaturas Mágicas). Eu sabia abrir aquele livro desalmado e estava muito ansiosa para a aula, talvez mais por quem estará nela do que realmente pelo conteúdo. Hagrid nos levou para a clareira e nos mostrou aqueles animais fantásticos. Harry foi na frente e voou em Bicuço, quando voltou, eu, Ron e Hermione fomos tentar. Um deles pareceu se dar bem comigo, apesar de eu não ter muita certeza porque mesmo que faça dois dias, minhas roupas ainda podem cheirar a Lupin. Tudo ia bem, até Draco resolver dar uma de Malfoy e irritar o pobre hipogrifo e ser arranhado. Naquela noite, o trio havia saído e eu fiquei conversando com Fred, enquanto Jorge e Lino roubavam algo das cozinhas. Ele ficou tentando me distrair das lições de casa que eu estava tentando deixar pronta, pelo menos por uma meia-hora, ele tentou. Depois disso, ele se contentou com apoiar as pernas no meu colo enquanto eu me concentrava. Não que eu esteja reclamando. – Então, seu primeiro dia em Hogwarts foi legal? - Dei risada do seu tom e respondi ainda sorrindo. – Sim, foi ótimo. Pena que a aula de Hagrid acabou daquele jeito... – Sim, fiquei sabendo, tinha que ser o Malfoy. - Ficamos rindo um pouco da "criancice" de Draco, até ele parar de repente e me encarar por alguns segundos - Sabe Lia, eu estive pensando... – Cuidado com isso, da sua cabeça não sai coisa boa. - Brinquei. Ele riu e me deu uma empurrada fraca. – Você tem certeza de que não é uma Weasley, né? - Rolei os olhos. – Tenho, Fred, seu irmão mais novo perguntou a mesma coisa. Isso é por causa do que o Chapéu Seletor disse ontem? - Ele assentiu. - Fred, será que eu posso confiar um segredo muito importante a você? - Pode parecer que eu estava fazendo algo impensado, mas eu já havia trocado cartas com Dumbledore sobre abrir uma parte do jogo com alguém de confiança e mais próximo da minha idade para me ajudar na escola. – Claro que pode, Thalia! Somos amigos! - Ele pareceu indignado por um momento. – Mas esse segredo você não pode contar a ninguém, isso inclui Jorge, Lino, sua mãe, todos! – Certo… Calma… Eu prometo que não contarei a ninguém Lia. - Olhei em seus olhos e vi a sinceridade e o que custava para ele guardar um segredo de Jorge. – Meu irmão, que o Chapéu mencionou, é... Ele é… - Dei umas engasgadas. – Fale, Lia, eu já prometi. - Respiro bem fundo, conto até 3 antes de soltar a bomba. – Meu irmão é Harry Potter, Fred. Meu nome, na verdade, é Thalia Potter.

  • O Dementador

    Palavras: 1213 Finalmente! Finalmente tinha chegado o dia em que eu iria para Hogwarts! Meu padrinho me acordou bem cedo para não corrermos o risco de encontrarmos o Harry (e os Weasley) no café da manhã. Comemos em um silêncio em que se podia praticamente ver a ansiedade de ambos. Afinal, Lupin também estava indo para o seu primeiro dia como professor de Hogwarts. Tendo a condição que ele tem, eu só podia imaginar como ele estava nervoso. Voltamos para o quarto para terminar as malas. – Está na hora, pronta? - Sorri, era óbvio que estava! No começo, eu tinha me oposto, porém agora que estava realmente acontecendo, não podia deixar de ficar animada. - E você? - Remo assentiu, apesar de tremer um pouco. Eu peguei sua mão e apertei, tentando reconfortá-lo um pouco. Ele estava voltando para a casa que tanto amava, eu queria que ele se sentisse um pouco melhor do que ele estava se sentindo. – Vamos então. - Chegamos bem antes do trem partir, me despedi de Remo, já que ele tinha que ter um encontro que eu não participaria ainda. Ele não gostou, mas expliquei que queria conhecer as pessoas, sem a presença de um professor. Essa meia verdade pareceu acalmar um pouco o lobisomem. Fui para uma cabine vazia, guardei minha mala e me acomodei o suficiente para quase pegar no sono. Estava quase realmente cochilando quando os Weasley e Harry chegaram, eles se despediram na estação e entraram no trem. Meus olhos começaram a querer fechar de novo e minha mente começou a viajar, foi para tão longe que quase não ouvi o barulho, minutos depois da chegada do meu irmão, da porta da cabine se abrindo e revelando dois rostos sorridentes idênticos: – Olá, Thalia! - Era ele, Fred que vinha a frente. Me arrumei no banco, esticando as costas e dando um sorriso amarelo. Eles foram rapidamente se acomodando ao meu redor, o que me surpreendeu um pouco. Por sorte, a noite de sono anterior tinha colocado o meu lado racional para funcionar, e também eu não poderia me envergonhar muito estando sentada. – Olá, Fred, Jorge. - Opa! O nome de Jorge escorregou sem querer da minha boca. Vi os meninos se entreolharem e levantarem a sobrancelha para mim. Realmente… Idênticos. – Como sabe o meu nome? - Jorge perguntou, meio hesitante. – Ah!... Eu chutei? - Olhei para eles e vi que de fato ambos tinham as iniciais marcadas na roupa. Apontei para o J em sua blusa. – Muito esperta. - Ele parecia francamente admirado com a minha suposta habilidade de chute. Não tive coração para corrigi-lo. – Nunca tinha te visto aqui no trem. Achei que não estudava em Hogwarts. - Fred se colocou de volta na conversa e eu não poderia estar mais aliviada. Não me contive e acabei rindo quando vi a carinha de perdido que Fred fazia para mim e Jorge revirando os olhos. – Sou uma aluna transferida. Dumbledore permitiu que eu me transferisse no terceiro ano para Hogwarts, por isso que nunca me viu. - Dei um sorriso. Estava realmente mais confortável agora. Eles também, pelo jeito, já que Jorge já ocupava um banco completamente e Fred estava sentado do meu lado com as pernas esticadas para o outro banco. – Ah! Então é por isso, já sabe em que casa quer ficar? - Jorge perguntou, curioso. Eles se ajeitaram melhor no assento e me olharam com expectativa. Dei de ombros e expliquei que a casa que eu mais conhecia era Grifinória, então não seria de todo ruim ir para ela. Os meninos riram e começaram a fazer outras perguntas. A maior parte era sobre família, de onde eu tinha vindo, como era a outra escola, coisas fáceis para alunos normais responderem, mas tive que tomar cuidado com algumas coisas. Foquei mais em contar a minha vida com meus pais adotivos, apenas pincelei que agora morava com meu padrinho. Insinuei que ele continuava na França, mas não tinha certeza se como Remo conduziria essa história, então só insinuei mesmo. Era muito confortável falar com os gêmeos, eles reagiam a tudo que eu respondia e me contavam tudo que eu perguntava com detalhes. Rimos muito com as histórias deles sobre a família e sobre os anos deles em Hogwarts e, durante a viagem, Lino Jordan também se juntou a nós na cabine. Estava tão divertido que não notamos quando caiu a noite. Tomamos um susto enorme quando sentimos o trem freiando de repente. Meu coração começou a gelar, só agora minha mente se lembrou do que acontecia naquela viagem de trem. Eu havia estudado sobre eles com Lupin já, mas ainda morria de medo deles, não conseguia me acalmar o bastante para criar um patrono, só a imagem de um Dementador real já era suficiente para que eu suasse frio. Vimos formas se movendo pela janela em direção ao trem e então começou a ficar frio, muito frio. Nossa respiração se tornou visível e os meninos também começaram a tremer levemente. Uma fina camada de gelo começou a cobrir os vidros da cabine. Olhei em volta e os três perceberam que eu estava bem assustada. Ainda sem entender a situação, Fred colocou a mão no meu braço e esfregou, tentando me dar segurança e os outros colocaram as cabeças para fora da porta, para ver se enxergavam algo. Por um momento as luzes piscaram e depois apagaram, assim que tudo ficou um breu, uns garotos entraram com tudo na cabine, empurrando Jorge e Lino e tremendo de medo. Um deles vi que era Draco Malfoy, então deduzi que os outros dois eram Crabbe e Goyle. Não que eu pudesse julgar muito, mas eu definitivamente estava me controlando melhor que aqueles três. Os dementadores passaram, aparentemente pelo trem inteiro, e não chegaram a abrir a minha porta, o que eu confesso que fiquei mais do que aliviada. Pensei em Harry e nos amigos e fiquei aliviada que Lupin estava com eles. Se tem uma coisa que ninguém pode falar mal sobre Lupin é sua competência como bruxo. Mesmo assim, somente quando o trem voltou a andar que eu voltei a respirar normalmente. Nenhum de se atreveu a dizer uma palavra sequer por alguns minutos. Quando o trio de sonserinos saiu da cabine, também em silêncio, eu percebi que ainda segurava a mão que Fred tinha colocado no meu braço. Soltei com um pequeno pulo para me afastar um pouco dele. O ruivo olhou para mim, preocupado, me avaliando, e então sorriu e se voltou para o irmão e para o amigo. – Obrigada. - Murmurei apenas para que ele escutasse. Fred assentiu e começou a conversar e a fazer barulho para melhorar o clima dentro da cabine. Logo, todos nós já estávamos recuperados. Chegamos a Hogwarts sem nenhum outro imprevisto. Nos separamos, já que fui com os primeiro-anistas, e fui selecionada para a Grifinória. O chapéu seletor é tão dedo-duro que, assim que tocou minha cabeça, falou bem alto, para todo o salão: – Ah! Não esperava que houvesse outro de vocês! Já selecionei seu irmão! Parece que você também se encaixa na mesma casa, sim… GRIFINÓRIA! - Todos ficaram curiosos, mas, além de usar o sobrenome de solteira de minha mãe, fiz questão de não responder essa pergunta a ninguém e nem retribuir os olhares indagadores dos gêmeos Weasley.

  • O Caldeirão Furado

    Palavras: 1010 Bom, depois do meu ligeiro colapso, eu e Lupin conversamos novamente. Desta vez, ambos estávamos bem sérios. Eu dividi o que podia sobre o que realmente me preocupava e ele fez o que podia para me acalmar e me confortar. Depois disso, nós dois concordamos em ficar o mais longe de Harry possível, pelo menos por enquanto. Então, não era de se admirar que as semanas seguintes fossem incrivelmente tediosas. Passamos a fazer nossos passeios durante a tarde e voltávamos quase a noite. Eu deixei de vagar pelo Beco durante o dia e despreocupadamente, também evitávamos o salão do Caldeirão e o ministro. O nosso plano estava funcionando e eu já controlava melhor os meus pequenos ataques de pânico toda vez que eu o via de relance, entretanto… Um dia, Lupin havia me liberado para comprar uma guloseima no Beco. Como tinha esquecido completamente que Harry passava as tardes na sorveteria, resolvi comprar sorvete para nós. Eu realmente não havia me dado conta da situação até esbarrar em uma mesa do lado de fora da sorveteria. Parece que o barulho havia chamado a atenção de Harry, pois ele levantou a cabeça e encontrou meus olhos com rapidez. Ele me encarou, estupefato, como se não me visse realmente. Harry pareceu não acreditar na sua visão, porque ele desviou os olhos e sacudiu a cabeça antes de olhar novamente para mim. Porém, quando ele tentou voltar os olhos para a minha pessoa, eu já havia corrido com todas as minhas forças de volta para o Caldeirão Furado. Lupin me encontrou no quarto, algumas horas depois, sentada na cama, ainda com a adrenalina solta na minha corrente sanguínea. Contei a ele o que aconteceu e foi nítido o esforço que meu padrinho fazia para não cair na gargalhada. Remo tentou se manter sério, mas não deu certo, já que a situação era absurda demais para nós dois, então eu também caí na risada. Ambos sabíamos que devíamos evitar que aquilo se repetisse, porém, por enquanto, podíamos rir. Na véspera da partida para Hogwarts, acordei com uma barulheira danada no corredor. Lupin também estava acordado, então nos arrumamos para tomar café. Como, aparentemente, a estalagem estava cheia, Remo não viu problema em comermos no salão, mesmo em um horário em que Harry provavelmente estava lá também. Ainda no topo da escada, tive uma visão que quase me matou: Cabeças ruivas inundavam o salão e ninguém menos que Molly Weasley gritava para que se comportassem e baixassem o volume, o que era bem irônico e cômico. Eu e Remo nos sentamos para comer em um canto que não chamava atenção e observamos a família de bruxos. Nem Remo conseguiu evitar que algumas risadinhas escapassem diante de algumas respostas dos gêmeos que eu amava tanto. Eu vinha de uma família pequena, mesmo com meus pais adotivos, era apenas eu e eles, agora, sou eu e Lupin só. Então ver toda aquela confusão era incrível. Imaginar aquela cena na enquanto lia os livros era uma coisa, ver na vida real, com meus próprios olhos era outra completamente diferente. Dei uma gargalhada quando pensei, aliviada, que meu cabelo estava escondido pelo meu capuz. Acho que era uma das maiores reuniões de ruivos já feitas e poderia ser confundida com um Weasley àquela altura. Quando terminei meu café, notei Harry falando com os dois amigos e sair com eles para o Beco Diagonal. Pensei bem antes de me levantar, o que fiz bem devagar. Não faria mal dar uma espiada no que eles fariam, né? Não se eu não fosse pega, cheguei a essa conclusão satisfeita. – Posso dar uma volta? Quero ver se memorizei os caminhos direitinho. – Quer que eu vá com você? - Perguntou Remo, neguei - Ok, mas tenha cuidado. – Claro, claro, ficarei dentro do Beco ainda, não irei para os bairros mais afastados sozinha. - Apesar de ter dito isso com convicção, assim que passei pelo arco do Beco, tropecei feio e trombei com uma pessoa que estava parada do outro lado da parede de tijolos. – Opa! - Disse o menino em quem esbarrei, me segurando. Não que eu pudesse responder rapidamente para ele. Vários motivos, mas o principal dele era: eu tinha tombado em um dos meus personagens favoritos! Fred Weasley, pessoal, estava me segurando pela cintura para que eu não caísse. O quão surreal é isso? – Ah Por Merlin! Desculpe! Sou muito desastrada! - Me soltei dele assim que a parte racional do meu cérebro entendeu a situação em que eu estava. Ele riu quando eu quase caí de novo ao tentar ficar em pé sozinha. – Hey! Calma, está tudo bem comigo, você se machucou? - Corei violentamente e neguei com a cabeça, falhando em notar que ele havia estendido a mão na minha direção. - Sou Fred Weasley. - Ele abaixou a mão, mas sorriu para mim. Okay, sem querer ser chata, mas não se faz isso com uma menina de 13 anos que está começando a puberdade e acabou de encontrar pela primeira vez o maior crush de infância que ela já teve. – Sou Thalia Evans? - Sim, soou mais como uma pergunta porque naquele momento, eu definitivamente não tinha certeza de nada. Me julguem! – Bonito nome… - Ele agora parecia estudar o meu rosto com mais preocupação ainda. Fiz um esforço gigante para não encarar seu rosto e dei uma tossidinha para disfarçar a minha vergonha indisfarçável. – Obrigada… Ér... Preciso ir, foi um prazer, tchau. - Não sei o que estava pensando, mas gosto de dar a desculpa que Remo ficaria bravo comigo se eu me revelasse demais para uma pessoa tão próxima de Harry. Sim, essa desculpa me deixa muito feliz, porque Lupin de fato é bem assustador quando fica bravo de verdade. – Igualmente! - Ele gritou sorrindo para mim, que já tinha me afastado bastante. Corri para a Floreios e Borrões e me escondi entre os livros até me acalmar e poder voltar para o Caldeirão Furado sem esbarrar em mais ninguém. Naquela noite, mal consegui dormir, estava muito ansiosa para ver Hogwarts e para tudo que estava começando a acontecer.

  • O Noitibus Andante

    Palavras: 1001 Eu e Lupin passamos o dia andando por aí, ainda explorando, mas fomos para as partes um pouco mais sujas do Beco, para que eu realmente pudesse me locomover na maioria dos lugares que eu pudesse parar por acidente. Foi um dia tranquilo e divertido, rimos muito e compartilhamos histórias boas. Como eu não posso dividir muito do que sei com ele, Lupin sempre é aquele que fala, o que eu acho fofo, já que ele é super quieto no geral e eu sei que é apenas para me deixar confortável. Já estávamos terminando o jantar quando Cornélio Fudge entrou no Caldeirão Furado todo esbaforido. Era a primeira vez que eu o encontrava pessoalmente. Como eu estava de moletom com capuz, assim que o homem entrou no recinto, Lupin puxou o meu capuz para cima e enterrou a minha cabeça dentro dele. Eu entendo o porquê, mas foi muito inesperada a rapidez com que ele reagiu ao ministro. – Temos que achá-lo Tom! Temos que achar Harry antes que Black o faça! - Tom tentava acalmar o Ministro. A fala dele me lembrou dos acontecimentos daquela noite, então, me esquecendo do ministro, corri para a janela. Essa era a noite que Harry transformou a Tia Guida em balão, ela ainda era levemente visível no céu. Me virei para Lupin, que me seguirá para a janela discretamente e já me olhava com um pouco de reprovação. – O que acha padrinho? - Ele olhou de novo entre eu e o céu noturno e pareceu pensar algumas vezes. Seus olhos ficaram mais vivos de repente e ele suspirou profundamente antes de me responder. – Acho... que seu irmão puxou o mesmo lado da família que você. - Fala, dando um sorrisinho de lado que o deixou ainda mais parecido com o jovem Lupin que vi em algumas fotos dos Marotos. – Ahn? - Um talento meu que foi desenvolvido ao estudar com Fleur Delacour é me fingir da mais perfeita desentendida quando eu preciso. Não gosto muito de quando as pessoas insinuam coisas para mim, então faço questão de provocá-las até elas me falarem com todas as letras o que querem dizer. – Pelo que parece, Harry fugiu de onde o ministro achava que ele estava, sem nem parar para pensar nas consequências. - Ele sabe que eu odeio quando fazem isso de deixar subentendido o que realmente se quer dizer. Remo faz isso de propósito, assim como eu, em não entender o que está nas entrelinhas. – E aonde eu entro nisso? - Não se irrite, eu gosto quando dizem que eu e meu irmão que não sabe que eu existo somos parecidos em algo, então, nada mais justo que ele dar a informação completa ao invés de ficar insinuando as coisas. – Você também é impulsiva, James era assim... - Falou, agora com um sorriso brincalhão. Revirei os olhos, mas também abri um sorriso e ri baixinho. Não sei muito se tenho o direito de “sentir saudades” dos meus pais, já que os conheci melhor do que Harry, graças aos livros e o convívio com Lupin… Me sinto em conflito toda vez que falamos diretamente sobre James e Lilian, já que eu ainda não entendi como devo me sentir sobre eles... – A coruja de Harry! - O grito do ministro nos trouxe de volta para a realidade. Ele pareceu mais aliviado quando Edwiges pousou do lado de Sid no salão do bar. Sem esperar muito, Fudge correu para a porta, só para voltar, minutos depois, com um garoto magricela, de cabelos negros, olhos verdes, óculos e uma cicatriz fina em forma de raio na testa. Harry Potter. Meu irmão. Tudo aconteceu rápido demais para o meu cérebro de 13 anos processar, então, sem perceber, levantei e os segui, até uma mão capturar meu braço. Lupin... Ele me estudava, preocupado. – Aonde pensa que vai? - Ele ainda não havia soltado a mão do meu braço. Seu tom era inseguro, como sempre ficava quando ele desconfiava que precisaria me disciplinar. – Aquele… Aquele era… Era ele, não era? - Perguntei, ainda muito desnorteada - Ele… era o Harry, não era?! - Podem achar que foi uma reação exagerada, mas tentem lembrar que eu tenho 13 anos, descobri que tenho um irmão e que ele era Harry Potter a dois anos, mas nunca tinha ido nem para a Inglaterra, quanto mais realmente sentido a história tão real e próxima a mim! Senti que a visão começava a embaçar. – Lia, respire fundo, bem fundo. - Ele tentava me acalmar - Eu sei que é muita coisa de uma vez só, mas você tem que respirar. - Seu tom era doce, reconfortante e paciente - Vai tudo dar certo, você vai ver, no final vai tudo dar certo. - Lupin me abraçou e fomos andando bem devagar para o nosso quarto. Ele acariciava as minhas costas e me confortava. – Eu sei que não adianta ficar assim e que as coisas só vão ficar mais difíceis, mas... - Suspirei, já mais calma. Só então percebi que estava no quarto já, sentada na cama, ainda abraçada por Lupin. - Eu sei que é egoísmo, mas eu realmente queria poder contar para ele logo de cara, resolver toda essa história e evitar tudo de ruim que está por vir… - Dito isso, apertei mais o adulto. – Não é egoísmo, Lia, mas você ainda é muito nova para entender… De qualquer forma, eu estou aqui para te ajudar, okay? Sempre estarei aqui. Então, não se preocupe, um dia vai poder contar tudo para Harry. - Chorei mais quando ele disse isso, porém foi um choro mais contido. Não posso lidar com isso agora, então me deixei ser criança e ser embalada pelo sono nos braços do meu padrinho. Não demorei para pegar no sono, mas foi conturbado. Vários pesadelos seguidos com cenas dos livros que agora terei que assistir ao vivo, não consegui descansar muito, mas também não poderia voltar a dar esses sustos no Lupin… Segundo Dumbledore, esse era um peso que eu deveria carregar sozinha desde que escolhi entrar de fato no mundo bruxo.

  • O Grande Erro de Tia Guida

    Palavras: 1005 No dia seguinte, por algum motivo, eu acordei super animada. Depois da reflexão profunda da noite anterior, meu cérebro parecia ter desistido de queimar neurônios para resolver o problema impossível, não que eu esteja reclamando, eu realmente estava me sentindo mais leve. O dia estava bonito o suficiente para Londres e eu parecia ter bastante energia. Por isso, que mal acabamos de tomar café, eu já me levantava. – Hoje vamos comprar a minha coruja, né?! – Bom dia para a senhorita também. - Lupin respondeu, sorrindo. Esperei ele terminar ouvindo Tom, todo sorridente, nos contando que o Ministro estava por lá, o que obviamente preocupou meu padrinho e eu. Aquele ministro só traz problemas nessa parte da história, principalmente, se ele estava por lá, quer dizer que logo outro alguém chegaria. – Vamos terminar de comprar as suas coisas, Lia. - Remo se levantou abruptamente depois que deu a última garfada nos seus ovos. – Eba! Vou ganhar uma coruja! - Fiz graça para aliviar a tensão, deu certo já que ele deu um sorrisinho de lado. Fomos para os fundos e ele bateu no 3° tijolo. Eu sempre vou me maravilhar com o espetáculo que é a abertura do Beco. De verdade. Não consigo dizer que depois de dois anos vivendo no mundo mágico muitas coisas me deixam fascinadas por muito tempo, mas a parede de tijolos se remodelando e abrindo para a rua bruxa com certeza é uma visão fantástica. Matamos um pouco de tempo dando uma explorada pelo Beco, já que Remo preferia que eu soubesse me achar se um dia acabasse perdida por ali. Ele me contou mais histórias sobre o tempo dos Marotos e situações que ocorreram no próprio Beco Diagonal. Também me contou sobre a grande conta no Banco de Gringotts que meus pais deixaram para mim e para Harry, mas que por enquanto só Harry usava, já que só ele tinha a chave. Mais uma coisa que ele terá que aprender a dividir! Não dá para eu viver às custas de Lupin para sempre, não é mesmo? Assim que Harry descobrir sobre mim, se descobrir, ele terá que adaptar várias coisas em sua vida… Se ele me quiser nela, óbvio... Conversa vai, conversa vem, nós chegamos à loja de animais. A minha própria coruja era uma promessa que eu não deixaria que Lupin quebrasse. O único presente caro que eu já pedi na vida para ele era muito importante para mim. Meu sonho de potterhead, construir um vínculo tão forte e real com a minha coruja quanto o criado entre Harry e Edwiges. – Sejam bem-vindos! - Uma mulher atrás do balcão nos cumprimentou. Parecia simpática, mas cansada. Retribui o cumprimento com um sorriso. – Olá! - A saudamos. E Lupin continuou: - Nós estamos procurando uma... AI!! - Algo laranja o interrompeu, pulando em sua cabeça. Depois que eu me recuperei do susto, comecei a rir. Não aguentei, ainda mais por conhecer a criatura que “atacou” meu padrinho. – BICHENTO! NÃO! - Gritou a mulher. Ainda rindo, tirei o gato do rosto de Remo, fazendo carinho discretamente nele, e o devolvi à vendedora. Os olhos do bichano pareceram me avaliar por um instante antes dele perder o interesse e correr para longe de nós. Continuei a frase de Lupin: – Procuramos uma coruja. - A mulher parecia ainda mais cansada ao observar o gato se afastar preguiçosamente. Ela deu um suspiro de alívio quando ouviu a palavra “coruja” saindo da minha boca. – Ah! Temos várias espécies e tamanhos, qual... – Quero uma Suindara-de-Madagascar. - Nem a deixei terminar. Eu havia pesquisado por muito tempo qual coruja iria ser perfeita para conviver com os meus hábitos. Não que eu fosse uma pessoa difícil, mas não gostaria de ter um animal que não pudesse se adaptar a mim e vice-e-versa, isso seria cruel com as duas partes. – Um pedido bem específico, não é?! Vamos ver... - Ela deu uma rápida olhada entre as corujas que existiam pela loja. Eu já havia achado a que eu pedi, mas não queria parecer desesperada. A coruja em questão olhou para mim e deu um pio, o que chamou a atenção da vendedora também. - Aqui está! São 15 galeões. A mulher deu o braço para a coruja, que se pendurou nele, e a trouxe para perto de mim. Com um certo receio, eu estendi a mão para acariciar a penugem bronzeada, mas logo perdi qualquer hesitação já que Sid, como eu a chamei, voou para o meu ombro. Rindo da minha cara de abobada, Lupin pagou a mulher e pegou tudo que era necessário para cuidar de uma coruja. Voltamos para o Caldeirão Furado e fomos jantar, depois de deixar Sid e os materiais no quarto. O bar estava silencioso salvo Tom indo de lá para cá para satisfazer pedidos aleatórios do ministro. Não sei se notaram, mas eu não gosto muito de Fudge. Não é nada muito pessoal, só acho que ele é incrivelmente condescendente e isso me irrita um pouco… Mas enfim, terminamos a janta e nos recolhemos. Enquanto Lupin tomava banho e se preparava para dormir, eu brincava com Sid. Literalmente. Me apresentei a ela, a acariciei, a chamei do outro lado do quarto só para ver ela voar, em minha defesa, parecia que ela também estava se divertindo, já que fez alguns barulhos de felicidade, segundo a dona da loja, só parei quando Remo voltou para o quarto e me mandou ficar quieta se não iriam reclamar da gente. Dei uma risada baixa e o obedeci. Quando finalmente deitei, depois de colocar Sid de volta na gaiola e ter certeza de que tudo estava onde deveria estar, lembrei que pelo fato de Lupin estar indo para Hogwarts deveríamos estar na história do Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban. Eu tenho que parar de ficar emocional toda noite aqui no Caldeirão Furado… Talvez seja porque é somente a noite que eu paro, ou porque é quando eu fico realmente sozinha… De qualquer forma, eu com toda certeza não sabia lidar com o que estava para acontecer.

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