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A Amarga Derrota

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1566


Quando descemos para o Salão Principal e Dumbledore saiu, nos deixando com sacos de dormir roxos tamanho extra-fofos, o trio puxou seus sacos para um canto do Salão e os gêmeos Weasley colocaram os seus perto deles. Fred ainda estava meio estranho desde aquele ocorrido com Perebas... Talvez eu devesse começar a pensar antes de falar, mesmo com ele…


– Posso ficar com vocês? - Me aproximei de cabeça baixa e perguntei, incerta.


– Claro, Lia! - Jorge sorriu e deu um espaço para mim, entre os dois. Angelina tinha colocado o dela do outro lado dele e os dois se viraram para conversar...


– Fred?


– Sim, Thalia? - Ele não olhou para mim.


– Desculpe, eu não devia ter falado aquilo de Perebas. - Ele deu uma risadinha e suspirou.


– Ele é patético, eu sei disso, só fiquei surpreso com o ódio que você falou aquilo, por mais que eu não goste dele, ele ainda é da família, é importante para nós. - Ele finalmente me olhou. Eu assenti, mas meus punhos fecharam dentro do saco de dormir. Nojento. Levantei os olhos e notei algo nos olhos de Fred, algo malicioso.


– Claro! - Eu sorri, agora estava mais feliz.


Desviei o olhar para o Salão, todos tinham a mesma pergunta estampada na cara: Como foi que ele entrou? Umas ideias absurdas, que não seriam tão absurdas assim se não estivéssemos em Hogwarts, começaram a surgir, ouvi Hermione reclamar sobre ninguém ler “Hogwarts, uma história” e antes que eu pudesse comentar algo, Percy anuncia:


– As luzes vão ser apagadas agora! Quero todo mundo dentro dos sacos de dormir, de boca calada!

Todos deitamos e o Salão se encheu com sussurros de estudantes, que aos poucos foram caindo no sono... Perto das 3 horas da manhã, o Professor Dumbledore veio e ficou conversando com Percy perto de onde Harry, Mione e Ron estavam.


Depois Snape veio e passou um relatório para o mais velho, eles começaram a falar em um tom mais agressivo e eu podia jurar que estavam falando sobre o meu padrinho de novo. Assim que foram embora, eu virei para o lado e encontrei os olhos de Fred me encarando, ele sorriu.


Nos dias seguintes o assunto era apenas Sirius Black. Eu fiquei com dó de Harry, afinal parecia que estavam o sufocando por todos os lados, deu uma vontade de dar um soco em Percy mais de uma vez por dia, mas eu fazia um esforço para lembrar que apesar de ser babaca, ele era uma boa pessoa no fundo.


Eu conversei com Dumbledore e com Lupin essa semana e eles concordaram que eu devia falar logo para Harry, já que havia um perigo que eles não sabiam como ia acabar, e eles me proibiram de contar para eles.


Na véspera do primeiro jogo do campeonato de Quadribol, todos os alunos do terceiro ano da Grifinória estavam na sala de D.C.A.T., olhei em volta assim que sentei, porém Harry não estava lá... Quando ia perguntar a Mione onde ele estava, Snape entrou como um furacão.


Ah não, já estamos em Lua Cheia? Eu precisava ver Lupin urgente então. Dez minutos depois da aula ter começado, Harry aparece e pede desculpas para o Prof. Lupin... Isso não vai dar certo. Eu me abaixei na cadeira, já sabendo o que viria a seguir:


– A aula começou há dez minutos, Potter, por isso acho que vou tirar dez pontos da Grifinória. Sente-se. - Nessas horas eu queria gritar com meu irmão por ser tão teimoso.


– Onde está o Prof. Lupin?


– Ele disse que hoje está se sentindo mal demais para dar aula - Snape respondeu.- Acho que o mandei sentar-se?


– Que é que ele está sentindo? - Lancei um olhar para o rosto do professor, ele não ia falar agora, eu sabia, porém não posso deixar de me preocupar. Os olhos de Snape reluziram de forma cruel.


– Nada que ameace a vida dele. Cinco pontos a menos para Grifinória, e se eu tiver que pedir para você se sentar novamente, serão cinquenta. - Harry sentou e eu dei um tapa na minha testa. Garoto teimoso... Essa semana não seria fácil para ninguém, mas estou realmente preocupada com meu padrinho, ele nunca havia precisado se ausentar da sala antes… - Como eu ia dizendo antes de ser interrompido por Potter, o Prof. Lupin não registrou os tópicos que já abordou te hoje...


– Professor, por favor, já estudamos os bichos-papões, os barretes vermelhos, os kappas e os grindylows - Hermione respondeu tudo em quase um fôlego só. - E íamos começar...

Depois de interromper Hermione, Snape veio com uma sede de sangue para cima de nós. Tirou mais alguns pontos e ficou jogando indiretas ridículas e infantis sobre lobisomens. Quando a sineta finalmente tocou, Snape reteve a turma:


– Cada aluno vai escrever uma redação para me entregar, sobre as maneiras de reconhecer e matar lobisomens. Quero dois rolos de pergaminho sobre o assunto quero para segunda-feira de manhã. Está na hora de alguém dar um jeito nessa turma. Weasley, você fica, precisamos combinar sua detenção.


Sai da sala com Harry e Hermione, ela começou a falar sobre Snape. Eu ouvia parcialmente apenas, afinal Lupin pode ter se machucado essa noite e sua afilhada desnaturada estava ocupada demais para olhar o calendário. Não sei por quanto tempo que andamos, só notei quando estávamos quase no andar da sala comunal.


– Mas vou realmente torcer para o Prof. Lupin melhorar logo... Lia? Você está bem?


– Que? Ah sim, claro... Hm... Eu tenho... Eu tenho que ir para lá - Apontei para um corredor aleatório - Vejo vocês mais tarde. Tchau. - E sai correndo sem esperar pela resposta. Fui direto para o escritório de Lupin, bati na porta e passei um bilhetinho por baixo da soleira. Era assim que fazíamos em casa, quando essas semanas chegavam, afinal eu era proibida de entrar no quarto quando ele estava nesses períodos. O bilhete dizia o de sempre:


"Hey padrinho, respire fundo, estarei sempre atrás dessa porta te esperando sair.

P.S. Fique bem e eu te amo"


Não tive resposta, mas não havia nada de estranho no corredor, então assumi que ele estava inteiro e bem por enquanto. No dia seguinte, todos estavam excitados por causa do jogo. Desci antes que os jogadores fossem pro campo, queria dar boa sorte para eles, apesar de saber exatamente o resultado do jogo.


– Fred! Jorge! - Gritei assim que vi os gêmeos. - Heey, boa sorte no jogo de hoje.


– Oi, Lia, valeu! Mas é contra a Lufa-lufa, não se preocupe tanto. - Jorge riu e saiu antes que eu pudesse responder. Fred ficou do meu lado e sorriu de lado para mim.


– Hey Liih! Você vai ver o jogo né?


– Vou tentar, com esse tempo... Enfim, não deveriam subestimar tanto eles, Cedrico é um bom apanhador e tem um bom time montado. - Fred fez uma careta.


– Okok, tanto faz. Bom saber que você tem confiança na habilidade do seu irmão, Srta. Evans. - Abriu um sorriso malicioso.


– Eu confio nele, Sr. Weasley, porém não estou muito confiante nesse tempo. - Rebati. Ele apenas riu e saiu correndo para o campo, entrei no Salão e Harry já tinha saído. Quando o castelo já estava vazio eu resolvi que se pudesse, não veria aquele desastre de jeito nenhum, mas como estava sem opções...


Durante o jogo, a chuva não deu trégua alguma, depois do tempo pedido por Wood, Harry deve ter avistado o pomo, pois saiu em disparada para cima e foi com Cedrico na sua cola. As nuvens os encobriram e a próxima coisa que vimos foi um clarão seguido de algo caindo lá de cima.


– HARRY! NÃO! - Gritei e todos viraram a cabeça para onde eu apontava. Não perdi tempo, sai correndo em direção ao meu irmão, seguida pelos amigos dele. Dumbledore segurou Harry até chegarmos até eles e o levamos para a enfermaria, o time teve que ficar para terminar a partida, apesar de ninguém ter mais vontade para isso.


Assim que o jogo acabou, todos vieram correndo para saber como ele estava. Madame Pomfrey os deixou mais tranquilos e eles entraram para vê-lo, porém Fred se virou. Eu estava sentada em um dos bancos que ficam fora da enfermaria, só consegui pensar "Eu devia ter avisado ele, devia ter impedido, a Nimbus está destruída, eu devia ter impedido...", ele veio até mim e se sentou do meu lado.


– Hey... Como você está? - Ele passou um braço pelo meu ombro e me puxou para um abraço de lado. Eu tremia.


– Bem até... Você não vai vê-lo?


– Claro que vou, só queria me certificar que você está bem mesmo antes. - Sorriu de lado. Eu sei que não é o momento, mas meu coração começou a bater mais rápido quando ele deu o sorriso e eu me senti corar violentamente.


– Vá lá e veja se ele acorda... Vou para a Sala Comunal.


– Claro, me espere por lá - Ele sorriu mais e me deu um beijo na testa, o que, diga-se de passagem, quase me deu um ataque cardíaco. Subi correndo para ele não ver o meu rosto vermelho. Depois de um tempo, Fred subiu e me deu notícias sobre Harry, preferi não ir vê-lo porque não teria muito sentido no momento... Ficamos conversando até Fred começar a "pescar" e eu o mandar para a cama, rindo da sua cara.

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