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A Fuga da Mulher Gorda

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1092


As aulas de Lupin são maravilhosas, não que me surpreenda, mas ao vivo é outra coisa. Não havia como colocar defeitos. Todos adoravam Lupin, a não ser Malfoy e a turminha dele, mas suas críticas eram ridículas. Lupin trazia cada vez mais criaturas estranhas e perigosas, o que é quase perfeito para adolescentes, porém certos professores, vulgo Severo Snape, não gostam tanto assim do novo colega de trabalho.


Snape andava implicando ainda mais com Neville, depois que a fofoca do bicho-papão se espalhou, até mais do que implica com Harry. O professor mal se dirigia a mim, fingia que eu não estava na sala na maior parte do tempo, ignorando quando eu levantava a mão ou quando eu tinha uma pergunta. Não que eu me importasse muito, mas isso só confirmou a minha impressão original do homem. O quanto menos interagirmos, melhor.


As outras aulas compensavam o mau humor de Snape. Era realmente um sonho ir para Hogwarts. As vezes em que consegui visitar Remo, ele fez questão de lembrar e relembrar que no começo eu era contra vir para cá. Mesmo assim, agora que estávamos aqui, eu não conseguia parar de saltitar. Segundo Remo, parecia que eu havia voltado a ser a criança despreocupada de antes de virmos para a Inglaterra.


Não que eu não tivesse pesadelos de vez em quando com o que estava por vir. Mas eles aconteciam com pouca frequência e eu rapidamente me acalmava. Me concentrava bastante nas aulas e acabava por esquecer deles. Eu e o trio de ouro começamos a conversar mais também, já que dividimos muitas aulas no final das contas, mas Harry ainda preferia manter uma certa distância de mim.


Parecia que as aulas de Astrologia estavam começando a incomodar Harry. A de Estudo dos Trouxas, em compensação, estava cada vez mais interessante, era incrível ver como os bruxos entendiam a cultura na qual fui criada. A aula de T.C.M. (Trato de Criaturas Mágicas) era de chorar, já que depois do ocorrido na primeira aula Hagrid perdeu toda a confiança em si mesmo e estava nos fazendo passar por horas e horas de tratos de vermes.


Já no início de outubro, os integrantes do time de quadribol da Grifinória estavam ficando cada vez mais inquietos, pelo que Fred e Jorge me contaram, Olívio já estava pegando pesado com eles. Todos, incluindo grifinórios, estavam terminantemente proibidos de assistir aos treinos, o que me deixou um pouco revoltada, afinal eu amava o esporte. Eu peguei a mania de assistir os jardins pela janela, na esperança de ou ver algo do treino ou da dupla estranha que não deu mais sinal de vida.


Depois de um desses treinos, eu encontrei o time voltando para a sala comunal. Como também ia para lá, me juntei a eles. Fomos conversando, os gêmeos me apresentaram ao resto e todos foram muito simpáticos, principalmente as minhas ídolos, Angelina e Kátia, as duas amaram quando eu disse o quanto gostava das duas. Ouvimos os alunos do 3º ano antes de vê-los, quando entramos na sala comunal, todos estavam em alvoroço.


– Que foi que aconteceu? - Perguntou Harry para os amigos, que estavam acomodados nas melhores poltronas da sala, terminando os mapas de astrologia e parecendo não muito interessados na confusão.


– Primeiro fim de semana em Hogsmeade - Respondeu Ron. - Fim de outubro. Dia das Bruxas. - O resto do time se dispersou pela sala.


– Ótimo. - Comentou Fred, apoiando o queixo no topo da minha cabeça e passando os braços pela minha cintura. - Preciso visitar a Zonko's. Meus chumbinhos fedorentos estão quase acabando.


– Ora, não vai me dizer que usamos todos, semana passada. - Dei risada e me despedi do trio. Eu e ele nos afastamos dos meninos e fomos para um canto mais quieto da sala, perto da janela.


– Não, ainda tenho uns no estoque. - Fred deu um sorriso. Olhei pela sala e vi Jorge encostado na parede oposta a nós, conversando com Lino. Quando voltei meus olhos para Fred, ele olhou para o trio e virou a cabeça na minha direção - Você precisa contar a ele logo, sabe? O coitado acha que não tem família.


– Ele tem família, vocês. Os Weasley são a família dele, todos nós sabemos disso...


– Você me entendeu, srta. Evans. Por que não se aproxima mais deles? - Ele usava um tom preocupado. Eu dei de ombros.


– Porque eu estou bem assim, sr. Weasley. Eu sei quando preciso contar a Harry, não posso acelerar esse processo em especial... - Nessa hora escutamos um grito:


– AI! - Era Ron, parece que Bichento tinha atacado sua moch... Claro! Perebas! - DÊ O FORA DAÍ, SEU BICHO BURRO. - Então começou o maior corre corre para pegar o gato e o rato, que fugiu da mochila. Até o Jorge entrou nessa! Depois de um pouco de discussão com Hermione, Ron foi dormir com aquele rato imundo, enquanto Mione parecia desolada, sabendo o final dos dois, eu me sentia ainda mais irritada.


– Que ótimo, aquele gato deve ter problemas, Perebas não parece tão apetitoso ao ponto de correr atrás dele. O animal está doente, pelas calças de Merlin! - Fred resmungou do meu lado.


– Particularmente eu preferiria que Ron deixasse o Bichento pegar ele, aquele rato parece à beira da morte mesmo. - Eu sei que Perebas é apenas um covarde que acaba salvando meu irmão, mas não consigo evitar de sentir repulsa e ódio por ele. E meus comentários podem soar cruéis, porém, lembre-se que eu tenho 13 anos, não penso muito em consequências quando falo essas coisas.


– E se ele fosse SEU bichinho de estimação, pelo tempo que foi da nossa família? - Fred me olhava meio horrorizado.


– Se fosse Perebas? Eu mesma o matava. - E com essa feliz sentença eu me retirei para meu dormitório.


Os dias foram passando e o ânimo de Harry foi diminuindo à medida que o dia das Bruxas chegava. Quando ele chegou, fui me despedir e insinuei que teria uma companhia. Lá em Hogsmeade, eu me diverti muito, mesmo tendo que evitar os Weasley, meus amigos do 3º ano criados bruxos me apresentaram muito bem a vila. Voltamos ao castelo e Harry, antes de ater a atenção aos amigos, me lançou um olhar estranho.


A festa estava maravilhosa, todos se divertiram muito. Fomos todos juntos de volta para a sala comunal, porém, é claro que não dormiríamos lá essa noite, afinal, o padrinho do meu irmão é tão impulsivo quanto Bichento. Sirius não sabe esperar a hora certa e, agora, por causa dele, teremos um cavaleiro maluco como porteiro.

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