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Uma Visita Inesperada

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1202


Sabe quando você é criança e você ouve uma história tão fantástica e incrivelmente envolvente que você começa a desejar que aconteça com você? Eu era assim com 6 anos, quando comecei a entrar no universo criado pela rainha J. K. Rowling. Meus pais liam para mim toda noite antes de eu ir dormir, eu sempre implorava para que eles lessem mais de um capítulo por noite, mas, assim que consegui ler sozinha e entender bem o que as frases da autora queriam dizer, eu comecei minha jornada solo pelos livros de Harry Potter.


Na época, eu achava a realidade daquelas páginas tão maravilhosa que comecei a me imaginar fazendo parte da história. Enquanto era pequena, meus pais e os outros adultos que me cercavam achavam engraçado e fofo como só uma criança pode ser quando eu dizia que era uma bruxa e que um dia Hagrid viria me levar para Hogwarts, porém, conforme eu crescia, coisas estranhas começaram a acontecer, como quando minha mãe me negou um pirulito antes do jantar e meu quarto se encheu de pirulitos assim que eu bati a porta.


Quanto mais eu crescia, mais coisas estranhas aconteciam e mais as pessoas deixavam de achar graça. Houveram até vezes em que fui levada para a diretoria da escola e levei broncas gigantescas dos meus pais, que pareciam mais e mais nervosos cada vez que algo bizarro acontecia. Mas o mais estranho foi de longe, assim que completei 11 anos, quando duas figuras estranhamente vestidas apareceram no começo da minha rua...

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Eu e Dumbledore desaparatamos no começo daquela rua estreita. Andamos lentamente pela rua, que era comprida e mal iluminada. Meus passos eram hesitantes, afinal eu totalmente com certeza não estava nada pronto para o que estávamos prestes a fazer. Dumbledore deve ter sentido isso, pois ele parou, olhou para mim e suspirou:


– Vamos, Remo, achei que já tínhamos conversado sobre isso?


– Professor... Acho que não estou pronto para isso... talvez seja melhor o senhor ir sozinho... - Recuei alguns passos até Dumbledore me deter com um gesto.


– Não tenho a capacidade de fazê-lo sozinho, você sabe, Remo Lupin. A menina vai precisar de você muito mais do que precisará de mim. Lembre-se que sou eu quem o está acompanhando e não o contrário. - Não respondi, mas respirei fundo. Ele tinha razão, afinal ele voltaria para Hogwarts enquanto eu ficaria responsável pela educação da menina. Comecei a andar para frente, em direção a única casa ainda iluminada. Quando chegamos a porta, antes mesmo de batermos, uma menininha afobada a abriu. Eu congelei, ela era tão parecida com Lily que eu mal conseguia acreditar, herdara seus cabelos ruivos e seus olhos verdes, apesar de ter em sua expressão traços óbvios de seu pai.


– Mãe! Tem dois adultos parados na porta! Eles são estranhos! Vem aqui! Parecem até bruxos! - Gritou a menina assim que nos viu direito. Virei para Dumbledore com cara de confuso, ele sorria divertido.


– Ora, senhorita, para que esse escândalo? Não é educado receber visitas assim. - Repreendeu Dumbledore afetuosamente. Para a minha surpresa, ela olhou para ele, o mediu de cima abaixo como se procurasse algo específico. O diretor notou e mostrou algo em sua mão. Sua varinha. Isso fez com que a criança abrisse um sorriso gigantesco:


– Por favor, senhores, entrem e sintam-se à vontade para se acomodarem na sala. - Eu não aguentei e ri do tom pomposo que a menina usou. Quando escutou a minha risada, ela me deu uma piscadela divertida, o que me surpreendeu, pois seu pai tinha o mesmo hábito.


Graças a algo que eu não tenho certeza até hoje ela pareceu reconhecer quem estava em sua porta. Entramos na sala e Dumbledore se sentou na poltrona, eu preferi me encostar na pequena estante que havia lá. Uma mulher de meia idade apareceu e, emoldurada pelo batente da cozinha, sorriu temerosa.


– Meu Deus, senhor Dumbledore! Desculpe essa menina sem modos, não sei o que fazer mais com ela! - A mulher chegou mais perto e abraçou a menina, que tinha ido em direção a mãe, sem tirar os olhos de nós, não parecia na ofensiva e sim na defensiva, como se fossemos fazer mal a criança - Se está aqui com um convidado, só posso deduzir que a sua visita não me trará notícias boas?


– Olá, Sra. Milan, de fato, acho que eu não trago notícias muito agradáveis para a senhora e tão pouco para a senhorita. - Ele direcionou seu olhar para a ruivinha. - Mas que tal uma bebida antes dos negócios?


– Eu busco! - Disse a pequena, percebendo o clima e saindo logo.


– Por que vieram, senhores? - Pergunta a mulher sem pestanejar.


– Apenas para contar uma história a sua pequena filha e dar a ela uma escolha. - Respondeu o bruxo mais velho. A mulher começou a tremer levemente e se apoiou no encosto do sofá.


– Acho que eu devia esperar isso... falem com ela, Thalia já está mesmo na idade certa para ir… Se eu for contra, só vou atrapalhar ainda mais a minha menina… - Tal menina voltou à sala com uma bandeja de chá preparados pelo pai.

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Quando eu voltei para a sala, eles pareciam estar conversando, porém pararam de falar assim que eu apareci. Todas as cabeças estavam viradas para mim. Achei que era aquela a melhor hora para começar a perguntar sobre essa situação fantástica:


– Licença... Mas poderia eu fazer algumas perguntas?


– Claro, senhorita, pergunte o que quiser. - Respondeu o mais velho da sala.


– Por que dois personagens do meu livro favorito estão aqui, na minha sala?


– Ora, senhorita! Achei mesmo que começaria pela mais importante. Sente-se, será uma história um pouco confusa. - Eu o fiz, sentando no sofá, imediatamente na frente de minha mãe - Os livros escritos por Joanna Rowling são mais que livros. Senhora Rowling é uma vidente talentosa que vendeu suas premonições sobre aquele bruxo específico para o mundo trouxa. Tais livros foram enfeitiçados para que ninguém que pratica magia consiga os ler...


– Hm... Então vocês são reais... Mais uma pergunta, o que esses ilustres seres humanos vieram fazer aqui? E como minha mãe conhece vocês? - Eu olhei de lado e vi um ligeiro sorriso escapar de Lupin, que reconheci pelas roupas e pela aparência surrada, mas nunca diria isso para ele.


– Podemos explicar tudo isso com uma simples história, se você estiver disposta a ouví-la. - Nem bem Dumbledore tinha terminado de falar eu já concordava com a cabeça, ansiosa.


– Acho que Remo poderia contar melhor esta história específica, não poderia? - O mais velho perguntou para o mais novo, que assentiu e foi se sentar numa poltrona saliente. Ele suspirou. – Tudo começou quando os Potter se casaram, você conhece essa parte, senhorita?


– Conheço, claro! E me chame de Lia, por favor! Os dois! - Falei olhando de Lupin para Dumbledore e voltando para Lupin. Depois dessa resposta, ele começou a contar a minha história, isso mesmo: a minha história, e, no final, ambos os bruxos me fizeram uma pergunta, que eu ainda lembro de procurar por minha mãe antes de responder. Ela apenas assentiu e me pediu que dissesse sim, afinal aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade...

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