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O Torneio Tribruxo

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1109

Notas: Durante este capítulo, há uma troca de narrador.


A viagem até o castelo foi um horror, pois chovia muito e eu estava toda molhada. Minha tolerância para o frio já era baixa, ainda tinha a chuva gelada e o vento que fazia a minha espinha querer deixar o meu corpo. Comecei a tremer levemente, desesperada para entrar logo no castelo, querendo me aquecer.


– Não está tão feliz por estar em Hogwarts agora, hein? - Fred se aproximou, se abaixando para ficar com o rosto na direção do meu.


– Estou, mas eu realmente estaria mais feliz ainda se o tempo aqui no Reino Unido não fosse tão... Gelado. - Dou mais uma tremida, até sentir um peso a mais ser colocado em meus ombros. - Mas o q...


– Eu estou acostumado com o clima daqui e estava com dois casacos. - Ele olhava para frente, evitando os meus olhos. Pude ver um leve rubor em suas faces, mas como estava escuro e eu estava morrendo de frio, não me concentrei muito nisso.


– Obrigada. - Eu sorri. Jorge nos alcançou e nós nos apressamos para a grande porta. Entramos e nos apressamos para o Salão Principal, onde vimos Ron praguejando por causa de Pirraça e Harry tirando o tênis cheio d'água.


Nós nos sentamos levemente distante do trio principal e eu comecei a ficar realmente inquieta, a noite chuvosa, a falta de um professor de DCAT, perguntas para Dumbledore... Ugh! Eu quero ter logo as aulas com ele, preciso saber de algumas coisas urgente, isso inclui se devo denunciar um certo fugitivo infiltrado na escola...


– Whitby, Kevin! - A voz de McGonagall me tirou dos devaneios. "Lufa-Lufa!" A festa na mesa dos texugos me chamou a atenção, ao olhar para lá, vi o garoto recém-selecionado se sentar do lado de uma menina baixinha, de cabelos castanhos e que ria abertamente, ela colocou a mão no braço do novato e afagou, como se o conhecesse. Isso me fez sorrir.


– Em qual estamos? - Minha voz soou tediosa.


– Hm? - Jorge me olhou de lado. - Ora, Lia, acabou de ser selecionado o último calouro deste ano! - Seus olhos mostravam preocupação, por isso, eu me forcei a sorrir.


– Entendo. Bem, vamos comer então! - Meu tom era animado o suficiente para o distraí-lo, o que era ótimo, não quero mais ter que responder as perguntas deles. Nós nos matamos de tanto comer, rindo de piadas idiotas e julgando os mais novos integrantes de nossa casa, vi Mione fazer drama por causa dos elfos cozinharem para nós e revirei os olhos. Só quero ver quando ela começar com o F.A.L.E., tenho até dó dos elfos de Hogwarts.


– Pudim! - Eu me animei ao ver a delícia doce aparecer diante de mim. Rindo de mim, Fred e Jorge se serviram das sobremesas e quando terminamos de detonar os doces, Dumbledore se levantou, calando o Salão com apenas um gesto.


Após dar alguns avisos corriqueiros, o diretor deu uma notícia que fez os gêmeos e Harry o xingarem em silêncio. Dei uma risadinha ao lembrar da reação deles ao saber que evento substituiria a Copa de Quadribol. Porém, antes que o diretor chegasse a dizer algo, a porta foi aberta violentamente. Moody.


Ou melhor, um falso Moody entrou pelo Salão e caminhou até a mesa principal, aterrorizando alunos e me dando uma enorme necessidade de falar com Dumbledore, ou gritar. Gritar talvez fosse a melhor ideia. Eu vi o fugitivo apertar a mão de Dumbledore e se postar perante os alunos, sendo apresentado como nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Meu estômago revirou. Logo após isso, Dumbledore voltou o foco dos anúncios para o Torneio que se aproximava:


O anúncio todo foi decorado com exclamações, de deleite no começo, raiva no meio e de cumplicidade no final. Meus olhos deixaram os gêmeos, que sorriam ao planejarem como iriam burlar a regra de idade, para procurar o real campeão de Hogwarts, não o meu irmão, mas o que foi decidido primeiro pelo Cálice.


Minha preocupação era com o lindo loiro que se sentava na mesa dourada e preta. Quando fomos dispensados, eu me despedi vagamente dos Weasley e corri atrás de Cedrico. É engraçado como eu realmente gostei dele, principalmente agora, não o quero morto. Ao alcançá-lo, ouvi ele tendo uma conversa animada com os amigos.


– Você com certeza vai ser escolhido! - Os amigos riam com ele.


– Então... Você vai se inscrever mesmo? - Meu tom era hesitante, mas minha voz foi ouvida por ele, que me olhou como se me reconhecesse.


– Oh, olá, Thalia! Sim, estou pensando em me inscrever. - Seu sorriso murchou ao ver a minha expressão. - O que foi?


– N-Nada... Mas... Cedrico, por favor... Não faça isso. - Eu abaixei a cabeça, ouvindo um suspiro dele.


– E por que não? - Seu tom era delicado, mas ao mesmo tempo exigente.


– E-Eu...


– Oras, menina! Pare com isso! - Um de seus amigos deu um passo em minha direção, me olhando ameaçadoramente. - Não é óbvio, Cedrico? Ela quer que você fique fora da jogada, para que alguém da casa dela seja escolhido! - Aquilo me pegou desprevenida.


– O que? Não! Não é isso! - Neguei com a cabeça, vi o loiro dar um sorriso e se virar para o amigo.


– Eu acredito que ela tem um motivo melhor para me dizer algo assim. - Ele colocou a mão no ombro do amigo. - Vamos para a Sala Comunal, vai ficar tarde. - Todos se viraram para se afastar. - Boa noite, Lia! - Ele acenou para mim, dando uma piscadela cúmplice na minha direção. Minha respiração era pesada, ele ainda iria se inscrever…


Subi para a Sala da Grifinória, com os pensamentos tão densos que não percebi os gêmeos ainda perto da lareira, de onde eles me acompanharam com os olhos, preocupados com a expressão que eu carregava.


Fui direto para a cama, me enterrando entre os cobertores e cobrindo a minha cabeça. Dei um suspiro, por que não posso evitar tudo isso? Peguei meu coiote de pelúcia e o abracei. O sono chegou cheio de sonhos com luzes verdes e paredes em ruínas.

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Quando Thalia se dirigiu para seu quarto, ela não percebeu a profundidade da preocupação que os gêmeos lhe dirigiam. Eles se entreolharam e suspiraram.


– Por que ela tem que ser tão complicada?


– Porque se ela fosse simples, você não se dedicaria tanto a ela. - O sorriso de Jorge fez as bochechas de Fred intensificarem o fluxo de sangue nas mesmas. - Você devia falar para ela, sabia? Antes que outra pessoa ocupe o lugar que você quer.


– Cale a boca - O tom do outro ruivo era carrancudo quando empurrou o irmão, corando ainda mais.

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