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O Ressentimento de Snape

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1122


Depois do "ataque" à Ron, vindo de Sirius, não de mim, o ruivo virou uma espécie de celebridade, dava para ver seu orgulho inchando. Fred e Jorge, apesar de realmente estarem preocupados, viviam tirando sarro do jeito pomposo que o irmão contava sua história. Um dia desses, eu vi Hermione sozinha na biblioteca, me aproximei devagar, ainda meio hesitante.


– Hermione? - A chamei.


– Ah! Olá, Lia. Não te vi aí. - Ela parecia ter esquecido sobre Lupin. Ótimo.


– Parece sobrecarregada, Mione. Quer uma ajuda?


– Sim, seria ótimo! Na verdade, agora eu não estou fazendo trabalhos agora, mas estou pesquisando sobre...


– Casos de hipogrifos! É para ajudar o Hagrid, né? - Ela me olhou surpresa - Não me pergunte - Demos risadas. - Muito bem, como eu ajudo?


– Bem... pode começar procurando alguns argumentos para Hagrid usar a seu favor, eu vou procurar a defesa. - E a partir daí, eu ajudei Mione com o caso do hipogrifo e ela teve mais tempo para terminar suas tarefas. Não fui com ela para entregar as pesquisas para Hagrid porque ela precisava desse tempo com alguém que ela já confia. Na véspera da próxima visita à Hogsmeade, Fred se sentou no braço da minha poltrona. Jorge e Lino passaram sorrindo de um jeito estranho e saíram para as cozinhas.


– Então, ruivinha, você vai para Hogsmeade amanhã? - Ele tomou o livro que eu lia do meu colo.


– Não vai dar, Weasley. Eu tenho muitas tarefas nesse fim de semana para fazer. - Meus planos para o fim de semana vão decidir algumas coisas...


– Entendi. Poxa, eu ia te chamar para me ajudar a reabastecer nosso estoque de bombas de bosta. - Rimos.


– Nem vai rolar, Fred. Eu estou realmente ocupada desta vez.


– Fazer o que, né - Ele deu de ombros, me deu um beijo na testa e foi-se. Para esclarecer, eu pretendia falar com Black nesse fim de semana, vai que dá certo. Na manhã seguinte, me despedi dos gêmeos e de Mione, que ainda estava bem preocupada com Hagrid e Bicuço. Ron me olhou com desconfiança e Harry passou bagunçando os meus cabelos. Parece que ele se acalmou depois do meu discurso para o amigo dele.


– Onde vai? - Perguntei ao ver ele se apressar pela escadaria.


– Vou para a Sala Comunal.


– Sei. Sabe, Harry, talvez seja melhor você tomar cuidado. Nunca se sabe quando um descuido pode acontecer.


– Pode deixar. Serei muito cuidadoso. Até mais - E correndo, ele se foi. Assim que percebi que não seria vista por ninguém, eu fui, tomando os devidos cuidados, em direção ao Salgueiro Lutador. Nem Remo poderia saber ainda do que eu estava fazendo. Já perto da árvore, Bichento veio me recepcionar.


– Olá, Bichento. - Acariciei entre suas orelhas. - Será que você poderia me deixar entrar? - Fiz um gesto com a cabeça em direção ao Salgueiro. O gato miou, se esfregou em mim e pulou na direção do nó do tronco da árvore. - Acho que isso é um sim. - Entrei pelo buraco, localizado entre as raízes.


O túnel estava escuro e úmido, mas ainda era transitável. Eu estava quase no fim da passagem quando escutei um rosnado baixo e ameaçador. Me virei lenta e calmamente e a primeira coisa que eu vi foi uma massa escura de pelos e dentes, a forma canina de Sirius realmente é enorme.


– Ahn... Sirius? - O cão me olhou surpreso e, sabendo que eu iria querer manter a distância atual intacta, ele veio se aproximando, me conduzindo para a Casa dos Gritos. Chegamos no primeiro cômodo, onde eu tropecei num piso solto e cai, ao mesmo tempo que o cachorro negro à minha frente se tornou um homem magro e desgrenhado.


– Não é possível! Eu estou mesmo ficando louco! - Falou, com uma voz rouca. Seu olhar, apesar de suas palavras, parecia bem lúcido para mim.


– S-Sirius Black? Senhor? - Minha voz saiu tremida, não me julguem! Um dos meus heróis estava bem na minha frente, é natural a voz tremer, além disso, ele é um dos marotos, que eu nem sempre apoio, mas que no geral são pessoas incríveis.


– Até a voz é parecida! Minha mente enlouqueceu! Suma daqui, Lily! - Ele veio para cima de mim.


– O-O que? Não! Espere! Sirius! - Ele agarrou meus braços. - Eu não sou a Lily!


– Então quem você seria? Você é idêntica a ela e me reconheceu na outra forma! Você é uma criação da minha mente! VOCÊ ESTÁ MORTA!


– NÃO! Eu não sou ELA! Meu nome é Thalia! Sou a filha dela... - Seus olhos se arregalaram e sua boca se escancarou. Suas mãos, antes me prendendo como ferro, se tornaram suaves como seda e me puxaram para um abraço. Eu tremia. Muito.


– C-Como é possível? Você sobreviveu! HAHAHA Maravilha! - Ele agora ria como uma criança. - Bem que eu achei estranho, algo em você me lembra tanto o James. Por Merlin, garota, você me assustou!


– EU te assustei? VOCÊ é o "assassino super-perigoso" aqui. - Dei uma piscadela irônica. Pelo sorriso que recebi de volta, percebi que tínhamos muito o que conversar.


Não percebi o tempo passando, só me dei conta que precisava voltar quando Bichento entrou na casa e começou a miar como um louco. Assim que voltei para os terrenos de Hogwarts, notei que o céu já estava praticamente escuro. Durante a minha corrida de volta para a Torre da Grifinória, avistei Lupin, Harry e Ron no corredor.


– Porque... - Lupin parecia segurar algo - porque a intenção desses fabricantes de mapas era atraí-lo para fora da escola. Teriam achado isso muitíssimo divertido.


– O senhor os conhece? - Perguntou Harry, eles estavam falando sobre o mapa. Ah, meu querido Harry, mais do que conhecer, Remo é um deles. Me aproximei a ponto de pegar a última parte do sermão de Lupin:


– É uma retribuição indigente, trocar o sacrifício deles por uma saca de truques mágicos. - E se afastou, me lançando um olhar de aviso.


– Vejo que ignorou o que eu te falei. - Passei um dos braços pelo pescoço do moreno.


– Não foi isso, Lia... Eu me descuidei um pouco... - Ele parecia tão mal que decidi nem zoá-lo. Ron ficou vermelho e se virou para mim.


– Por que Harry teria que te escutar, de qualquer jeito?


– Vejo que não contou para ele. - Olhei de Ron para Harry, entediada.


– Não me amole, estou esperando eu mesmo me acostumar com a ideia primeiro. - Os meninos saíram, com o ruivo olhando confuso para Harry. Voltei para o meu caminho original e vi Hermione sair pelo buraco do quadro da Mulher Gorda e falar algo com os meninos. Pela sua cara, era algo realmente ruim... O que acontecia agora mesmo? Lembrei... Ah não... Bicuço!

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