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O Convite

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1048


– Não acredito que você escreveu que Mione chegaria hoje! - Eu exclamei, rindo. Eu, Mione e Ron estávamos na sala da Toca, conversando. Ronald tinha escrito um bilhete para Harry sobre a Copa de Quadribol e falou que Hermione estaria chegando hoje.


– Eu não queria que ele se sentisse excluído! E não foi uma mentira, porque tecnicamente ela chegaria hoje, só veio antes por sua causa - O ruivo me acusou, brincando - Foi uma mentirinha branca para ele não achar que eu prefiro vocês a ele.


– E não prefere? - Brinquei, indicando Mione com a cabeça. Ele ficou vermelho e me mostrou a língua, tudo sem ela ver, claro.


– Não vejo mal no que ele fez, aliás, Lia, VOCÊ falou para ele que está aqui? - Hermione me olhou, debochada.


– Claro que não, vai ser uma surpresa. E o Sr. Weasley falou que eu posso ir buscá-lo também! - Dei um pulinho de alegria falsa e me levantei - Agora me deem licença, quero ver o que aqueles diabinhos idênticos estão aprontando.


Sai da sala com uma reverência. Fred e Jorge se trancaram no quarto logo depois do café-da-manhã e só dava para ouvir algumas explosões baixas, que deixavam Molly bem preocupada. Cheguei à porta deles e levei um baita susto com um barulho diferente, alto, mais como um baque do que como uma explosão. Abri a porta com tudo.


– Mas o qu... - Tive que parar ou pisaria em cheio na cabeça de Fred.


– Ah, oi, Lih! - Fred se sentou, passando a mão na cabeça. Olhei para Jorge, que estava tão concentrado olhando umas anotações que apenas acenou para mim.


– O-O que vocês estão fazendo? - Perguntei, ajudando Fred a se levantar.


– Estávamos testando uns logros, mas não está indo muito bem, sente-se. - Ele tirou umas caixas do lugar.


– Entendi. Posso participar?


– Claro, olhe isso aqui para mim, Lih. - Jorge me deu as anotações.


– Jorge! - Fred falou indignado e lançou um olhar intenso para seu gêmeo.


– Oh! Por Merlin, como pude? - Jorge debochou, se sentou ao meu lado. - Me desculpe, Ruivinha.


– Pelo que? - Os gêmeos trocaram um olhar, Fred indignado e Jorge divertido.


– Esquece. - Fred resmungou e se sentou do meu outro lado. - Acho que é isso aqui que está dando errado.


– Pode ser... Li... - Olhar de Fred, sorriso de Jorge - a, dê uma olhada nesses dados aqui, pense em algum ingrediente que compense esse lado do doce. Por favor.


– Claro! - E assim passamos o resto da manhã assim, até Mione bater discretamente na porta. - Sim? - Todos os três dentro do quarto estavam muito concentrados para uma reação melhor.


– Lia? Meninos? Harry acabou de mandar uma resposta, ele virá para a Copa, os tios dele deixaram.


– Oh! Que alívio, Mione! Amanhã, às 5h, não é mesmo? - Fred tirou a parte roxa e a colocou contra a luz do sol.


– Sim... Lia, será que eu poderia falar com você depois do almoço? - A voz abafada e hesitante da morena me chamou a atenção.


– Claro, Mione! Assim que terminamos de comer. - Ouvimos um "ótimo" e passos se afastando. Não passaram nem dez minutos e ouvimos Ginny socar a porta e gritar que o almoço estava na mesa. Descemos depois da segunda vez que ela veio nos gritar, então quase todos estavam lá, sentados na pequena cozinha da Toca.


Nós comemos entre risadas, conversas e algumas alfinetadas da Sra. Weasley para Fred e Jorge. Quando eu acabei de comer, notei que Hermione se levantou, ela indicou a escada com a cabeça e eu também me levantei. Pedimos licença e subimos para o quarto de Ginny.


– Primeiro de tudo, me prometa que vai me responder apenas o estritamente necessário. - Hermione me falou, logo depois de trancar a porta. Nos sentamos na cama, uma de frente para a outra. Assenti. - Ótimo. Agora, vamos as perguntas: O que a liberdade de Perebas, desculpe, Rabicho vai acarretar?


– Problemas. - Disse depois de hesitar um momento. Hermione fez sinal de ter entendido.


– Dumbledore sabe de tudo?


– Ele não sabe que tudo o que sei, ele nunca leu os livros, mas ele tem umas ideias sobre o que vai acontecer.


– Algum conselho urgente, universal e que não faça sentido?


– Bela pergunta, tenho sim. Sempre, mas sempre mesmo, confie em “Hogwarts, Uma História”!


– O livro?


– Ele mesmo. - Ela deu de ombros.


– Sobre o meu final... Eu caso com alguém?


– Sim.


– Harry ainda vai passar por muita coisa, né? - Assenti. - Eu e Ron vamos ser capaz de ajudá-lo?


– Até o fim. - Chorei. Brincadeira, eu só respirei bem fundo já que não posso mostrar muitas emoções, ou posso entregar toda a história.


– O elfo, Dobby... Ele está bem? - FUI SALVA PELO GONGO! Fred bateu na porta como se as calças pegassem fogo.


– LIA! MIONE! O Ron quer jogar lá fora, venham também! Não sejam anti sociais! - Suspirei de alívio e saltei da cama.


– Vamos, antes que ele derrube a porta. - Não dei tempo de ela raciocinar, já abri a porta e quase atropelei Fred e Jorge. Jogamos o resto da tarde toda, Percy desceu para reclamar do barulho, então os gêmeos resolveram jogar uma bola de tinta na janela aberta do irmão. São uns doces, esses meninos. No jantar, Percy desceu novamente, o que resultou em gritos da parte dele e risadas da parte dos outros irmãos, além de uma bronca da Sra. Weasley e um aviso para irmos dormir cedo do Sr. Weasley.


Agora, deitada na cama improvisada no quarto de Ginny, eu não conseguia dormir. Estava acontecendo comigo o que parecia sempre acontecer quando estava com eles: o ano anterior e as férias voltam a mente e eu fico com a cabeça cheia, pensando na minha sorte, sofrendo em silêncio por conhecer o destino de pessoas tão maravilhosas e que eu descobri serem tão próximas de mim.


Respirei fundo e tentei me concentrar na respiração ritmada das outras no quarto. O sono chegou antes mesmo que eu me desse conta, pensamentos aleatórios então vieram, como o meu irmão viria no dia seguinte e o dia em que Fred caiu em cima de mim... Não me julguem, mas eu talvez tenha dormido com um sorriso, como me foi dito mais tarde.

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