Palavras: 1225
Hoje é o dia em que vamos buscar Harry. Logo de manhã, havia uma tensão boa no ar... Me deixem explicar: Toda a Toca estava sendo arrumada para a chegada do famoso Menino Que Sobreviveu. Fred e Jorge estavam recolhendo as tralhas e jogando elas no quarto, Ginny estava correndo atrás da mãe com um rosto da cor do próprio cabelo, Ron e Hermione andavam de um lado para o outro, ansiosos.
E aí tinha eu. Que estava sentada em minha cama emprestada, já que a Sra. Weasley simplesmente não me deixava ajudar, pensando se talvez fosse melhor avisar Harry que eu iria... e que iríamos por Pó de Flu. Resolvi mandar, afinal, que mal poderia fazer, não é? Escrevi o bilhete, mas aí eu lembrei que teria que esperar Sid voltar, a coruja tinha ido levar uma carta para meu padrinho, que estava meio longe. Esperando minha coruja, eu desci para a cozinha.
– Sra. Weasley, posso ajudar em algo?
– Ah! Não precisa, minha querida. Estamos quase terminando! - A cabeleira ruiva da adulta estava um desastre, mas a casa estava brilhando!
– Hã... Será que não seria melhor a Sra. ...
– Nossa, mãe! A Sra. deveria se olhar no espelho! Vai assustar o Harry desse jeito!
– Ronald! - Eu dei um tapa na cabeça do amigo tapado do meu irmão. Molly olhou no espelho, que gritou uma coisa tão gentil quanto o filho mais novo. - Sra. Weasley, não ligue para isso.
– Oh por Merlin! Vou me arrumar, será que você poderia ir lavando a louça do café-da-manhã para mim, Lia?
– Claro, Sra Weasley! - Acho que o meu falso entusiasmo a enganou, porque ela subiu as escadas, satisfeita. Não me entendam errado, eu quero ajudar, mas logo lavar louça... A pior de todas as tarefas! Suspirei e comecei a ensaboar o conteúdo da pia, quando algo fez um barulho alto atrás de mim. - Mas o qu...
Assim que me virei, vi uma bola de cabelos ruivos rolando os últimos degraus da escada. Parecia que Fred havia descido correndo e acabou dando um encontrão com Ron e os dois caíram. Não consegui me segurar e soltei uma risada alta, ouvi xingamentos vindos dos dois ruivos e outro barulho ao tentarem se desenrolar.
– Ajudar aqui, ninguém quer, não é mesmo?! - Ron gritou para mim ao me ver rindo.
– Oh! É para eu ajudar? - Dei outra gargalhada - Mas vocês parecem estar indo tão bem sem mim.
– Lia, por favor! - Fred deu um empurrão na perna do irmão mais novo e quase se soltou - Esse animal não está ajudando, preciso de uma cabeça pensante aqui! - Suspirei.
– Por que você desceu com tanta pressa que nem o viu ai? - Perguntei enquanto levantava Ron de cima de Fred.
– Jorge quer te mostrar uma coisa, eu vim impedir isso.
– Por que impedir? - Agora eu fiquei curiosa.
– Porque ele tem vergonha do que eu vou te mostrar. - Todos nós viramos para trás, onde Jorge estava, ostentando um sorriso maroto e carregava algo nos braços.
– Agora eu quero ver, o que é? - Ele desviou de um ruivo, empurrando outro ruivo nele. Jorge trouxe uma pasta e colocou na mesa.
– Vou proteger isso até você terminar a louça, minha mãe pode ficar uma fera se ver a pia cheia. - Quer um incentivo melhor do que isso para terminar o mais rápido possível uma louça? - Isso foi rápido. - Ele soou impressionado enquanto segurava um Fred meio revoltado.
– Estou curiosa! - Sequei as mãos em um pano e me sentei à frente da pasta, olhando com ansiedade para a mesma. Jorge sorriu.
– Não se atreva! - Fred vociferou.
– Atrevimento é o meu nome do meio, meu querido gêmeo. - Jorge deu as costas à ele e piscou para mim, pegou a pasta e abriu em uma página específica. - Veja o passado sombrio de nosso querido e estimado Fred Weasley.
Quando eu olhei na página, eu não acreditei! Minha boca abriu num perfeito O e eu fiquei mais do que pasma. Como isso foi possível? Olhei para eles e Jorge estava com um sorriso debochado e orgulhoso enquanto Fred escondia o rosto com as mãos e parecia envergonhado. Eu voltei meu olhar para a página e tive que tocar aquele documento para ter certeza que era real. Era.
– Isso realmente já aconteceu? - Eu tive que sorrir, era hilário.
– Ei! Todos já tiveram a sua fase negra, okay? - Fred veio com tudo e puxou a pasta de mim. - Aconteceu uma vez só.
– Durante um ano todo. - Jorge sussurrou para mim.
– Não! - Comecei a rir - Você só pode estar brincando! Os outros sabem disso? VOCÊ passou por isso? - Apontei para o peito de Jorge.
– Hm... As respostas são: só a mamãe e É CLARO que não! Eu lá tenho cara de que faria isso? Mas me confundiam bastante com ele, então eu acho que vou retirar a minha pergunta, porque eu provavelmente tenho cara sim.
– Cara de quê? - A Sra. Weasley surgiu de repente na cozinha. Fred fechou a pasta com um baque e a colocou atrás das costas.
– Nada, minha linda mamãe. - Jorge fez graça a fim de a distrair. Ela fez cara de desconfiada.
– Sei. - Olhou para o relógio. - Hora de fazer o almoço. Lia, querida, faça o favor de mandar aquele preguiçoso do Ronald descer para me ajudar. - O irmão mais novo havia saído da cozinha antes de Jorge abrir a pasta.
– Claro, Sra. Weasley, mais alguma coisa? - Ela balançou a cabeça em um não. - Okay, se precisar me grite, sim. - Com um sorriso dela e um olhar desesperado de Fred, Jorge e eu subimos em direção ao quarto do Weasley mais novo. - Como você foi capaz de o deixar fazer aquilo? - Sussurrei para ele assim que ficamos sozinhos.
– Sei lá, talvez porque na época era divertido ser confundido com um estudante de honra sendo o diabinho da sala. E também porque graças a tê-lo deixado fazer aquilo, tenho essas maravilhosas lembranças. - Ele abriu um sorriso maligno.
– Ei! Ele é o Fred do seu Jorge, você não deveria ser mais legal com ele? - Dei-lhe um empurrão brincalhão.
– Eu sou legal com ele! Legal é o meu nome do meio!
– Achei que fosse atrevimento?
– Esse também. - Ele sorriu. - Eu guardo isso porque são algumas das poucas lembranças que apenas eu e ele nunca esqueceremos. Não importa o que aconteça, nós vamos sempre nos lembrar de como Fred já ganhou um prêmio de estudante de honra para só depois conhecer sua vocação.
Depois dessa conversa, o almoço foi servido e todos começaram a ficar ansiosos com a chegada da hora de buscar Harry. O Sr. Weasley chegou um pouco atrasado, ele explicou que foi difícil fazer o Ministério ligar a casa dos meus tios à Toca. Nós trocamos de roupa e os meninos se prepararam para ir.
– Eu vou depois de alguns minutos, não quero assustar a minha tia. - Esclareci para Mione. Os Weasley passaram e eu esperei o tempo de Arthur explodir a lareira dos trouxas para ir também. Quando cheguei lá, eu estava cheia de poeira, mas assim que eu levantei a cabeça, encontrei o olhar aterrorizado de Petúnia, me fitando como se fosse uma assombração. Tenho certeza que ela reconhece as características da irmã em mim. - Olá, tia Petúnia.
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