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As "Gemialidades" Weasley

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1071


Não houve muita conversa depois que eu cheguei, por que será, né? O fato é que nós voltamos antes que a tia Petúnia pudesse se recuperar do choque. Porém, deu tempo de Fred deixar "cair" um doce no chão dos Dursleys, o que me irritou, pois eu sei como Duda se sente sobre Harry, apesar de nenhum deles ainda não ter descoberto isso. Eu e os meninos voltamos antes que Duda tivesse comido o doce, entretanto eu tinha certeza do que aconteceu, por isso, assim que saí da lareira, gritei:


– Weasley! - Vi cinco cabeças ruivas se virarem em minha direção, Gui e Carlinhos tinham chegado perto da hora de irmos buscar Harry - Só o idiota que deu aquele doce ridículo para o meu primo. - Quatro voltaram a conversar, enquanto Fred me olhava curioso.


– Ele comeu? - Seu tom animado fraquejou com o meu olhar.


– Você ignorou o que eu te disse sobre não usar pessoas aleatórias como cobaias, não foi?


– Quando você falou sobre isso? - Seu rosto inocente não me enganou. Suspirei ao mesmo tempo que Harry aparecia envolto nas chamas verdes do Pó de Flu. Meu irmão resolveu que foi super legal o que ele fez com o coitado do Duda e logo depois dele, o Sr. Weasley chegou, mais irritado do que nunca. Os gritos raivosos do Sr. Weasley acabaram chamando a atenção da temida e doce Sra. Weasley, que logo prendeu os gêmeos na cozinha e os outros saíram de fininho.


– Pode subir com os meninos se quiser, Lia, querida, minha conversa vai ser com esses dois aqui.


– Ah, não se preocupe, Sra. Weasley, eu quero ver isso. - Jorge estremeceu ao ver o sorriso que abri e Fred me olhava indignado. Depois da mãe gritar muito com eles, foram dispensados pelo pai e subimos as escadas para o quarto dos gêmeos. Eu entrei também no cômodo.


– Poxa, Lia! Jura que você ficou do lado da mamãe? - Jorge choramingou, se jogando na cama.


– Claro! Olha o que vocês foram inventar de fazer com o coitado do Duda!


– Achamos que você ia achar divertido! É só um trouxa, Lia, que ainda por cima é mal com o SEU irmão.


– O "trouxa" é meu primo, seu imbecil! Um primo que não tem culpa por ser submetido a conviver com uma hor... - Me calei, antes que soltasse o que não devia.


– Com uma o que? Está culpando o Harry pela personalidade do trouxa? - Fred ficou vermelho.


– Não, claro que não! - Talvez, mas não era exatamente o Harry, então não estou mentindo. - Olha, eu só queria que vocês não fizessem isso com os meus parentes, com trouxa nenhum diga-se de passagem. - Vendo que eu não estava muito legal, os pensamentos e teorias de fãs sobre o comportamento de Duda invadiram a minha cabeça, Jorge se sentou.


– Lia?


– Bom, eu vou indo. Amanhã nós conversamos. - Não tenho certeza que o sorriso que dei o convenceu, porém nenhum deles foi atrás de mim quando me encaminhei de supetão ao quarto de Ron, onde meu irmão estava.


– Acho que eles pararam de discutir. - Ouvi por trás da porta. A mesma foi aberta e finalmente vi Harry sem ter que me concentrar em outra coisa.


– Harry, será que eu poderia falar com você? - Olhei para os outros três - É rapidinho, prometo. - Mione piscou para mim e puxou os irmãos ruivos que estavam com eles, me deixando sozinha com o moreno.


– Lia! Fiquei bem surpreso quando te vi lá na casa dos Dursleys.


– Eu vi - Ri - Não foi o único. Sabe, Harry, eu... nós não tivemos muito tempo para conversar sobre... bem, sobre o fato de sermos irmãos e essas coisas... - Cocei minha cabeça.


– É... Eu ainda estou processando isso, Lia, ainda não consigo crer que tenho uma irmã... Pode me dar mais tempo? - Suspirei, não posso julgar muito, levei quase 3 anos para aceitar totalmente esse fato.


– Claro, o tempo que precisar - Dei um sorriso amarelo - Agora vamos, antes que o seu amigo estressadinho venha te buscar. - Descemos, porém, ao passarmos pelo quarto de Ginny, eu dei uma desculpa e me fechei no quarto, logo após de Harry desaparecer na escada. Respirei fundo, pensando no que iria acontecer com Harry no último ano que ele deveria estar na escola, pensando em que este ano reservava para as nossas vidas e como evitar que eu me envolva…


É impossível, um dia eu iria cometer um deslize e estragaria tudo, ou até salvaria alguém, quebrando minha promessa para com Dumbledore e possivelmente causando minha morte. Com pensamentos assim, acabei sentindo lágrimas abrindo caminhos no meu rosto.


Não, eu não posso chorar agora, tenho que aguentar e pensar na minha decisão final. Indo e vindo de devaneios, demorei para perceber uma coruja me encarando com carinho. Sid se aproximou de mim e piou fraquinho, me consolando. Soltei um risinho.


– Não se preocupe, tudo estará bem. - Limpei meu rosto úmido e acariciei minha coruja, que esticou sua perna com um bilhetinho amarrado, dois na verdade:


"Lia, sinto sua falta também, mas não poderemos nos ver por um tempo, acabei arrumando um pequeno bico e não posso largá-lo agora, espero que esteja feliz e assim que eu puder, eu estarei ai. Me escreva sempre que puder! -Te amo, Aluado."


"Senhorita Evans, eu ficaria encantado se a senhorita visitasse a minha sala no primeiro dia de aula, pois precisamos discutir algo muito importante - sobre os livros - e urgente. -Atenciosamente, Alvo Dumbledore."


Fiquei abismada! Como assim "algo importante e urgente"?! Eu não fiz nada desta vez! Eu juro! Voltando para o bilhete de Remo, fiquei bem chateada por não poder vê-lo, mas feliz por ele ter arranjado trabalho... O que será que Dumbledore quer falar comigo? Será que... Não, ele não falaria agora... Ou sim? Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta.


– Lia? - A voz do gêmeo soou hesitante. - O jantar está pronto.


– Ok, Fred, obrigada por vir chamar - Abri a porta e o vi ainda vermelho. - Vamos?


– A-ah - Ele estreitou os olhos ao me examinar - Sim, vamos.


Chegamos ao andar de baixo e nos acomodamos nas cadeiras vagas, eu me sentei entre os gêmeos e de frente para Harry. A refeição foi barulhenta e bagunçada como sempre, o que foi ótimo, porque me distraiu dos mistérios que, apesar de eu saber as respostas, complicavam a minha vida constantemente.

 
 
 

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