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A Marca Negra

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1164


Fomos engolidos pela multidão que deixava o estádio, o que quase fez eu me perder de Mione, mas, graças aos céus, foi apenas um quase mesmo. Finalmente chegamos às barracas! Entramos na barraca dos meninos e conseguimos convencer o Sr. Weasley a nos deixar tomar uma última xícara de chocolate antes de irmos deitar. Eu e Hermione entramos em uma discussão sobre as habilidades de Krum versus a carranca que ele carrega para todo lado.


O Sr. Weasley acabou se deixando levar pelo papo de Carlinhos, o que nos deu mais tempo com os meninos, porém, quando Ginny derramou seu chocolate de tanto sono, ele logo nos mandou para a nossa barraca. Eu e as meninas nos despedimos e obedecemos suas ordens, indo para a cama. Lá, Ginny logo caiu no sono, enquanto eu e Mione nos encaramos.


– Por que você está fazendo esta cara? - Hermione me olhou curiosa.


– Que cara? - Eu fui arrancada da minha linha de raciocínio.


– Essa! A cara que você faz quando está esperando algo dar errado. - Eu posso ter rido para ela, mas eu voltei a pensar no que estava pensando antes. Alguma coisa, de fato, daria errado, mas mesmo assim, me deitei e fingi pegar no sono depois de compartilharmos um boa noite. Estava muito preocupada para dormir, pessoas poderiam e iriam de fato se machucar agora.


O Sr. Weasley entrou como um furacão na nossa barraca, eu já estava de pé, colocando o casaco e acordando Ginny. Não tinha conseguido dormir com a imagem da família trouxa grudada nas minhas retinas. Só a ideia de que a partir daqui as coisas ficariam realmente sérias, com pessoas morrendo e desastres horríveis me apavorava, eu não estava pronta para aquilo ainda.


– Ginny! Mione! - Eu e o ruivo mais velho chamamos, já jogando as jaquetas para as suas donas. - Levantem meninas! Rápido, venham! - Saímos e nos juntamos aos meninos. Ao ver a cena que me deu tanto nojo apenas pelo livro acontecendo bem na minha frente, senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto, Harry viu o meu desespero e pareceu querer falar algo, porém o Sr. Weasley estava de volta com Gui, Carlinhos e Percy - Vamos ajudar o pessoal do Ministério. Vocês... vão para a floresta e FIQUEM JUNTOS. Irei apanhá-los quando resolvermos este problema aqui!


Eles saíram correndo, nos deixando em um torpor, que só foi quebrado quando Fred pegou a mão de Ginny e começou a puxá-la para a floresta. Hermione me olhou e sussurrou um "era isso?" que foi respondido apenas com um aceno de cabeça meu.


Todo o grupo começou a correr e acabamos nos separando do Trio. Eu pretendia ficar perto de Jorge, como ele mesmo mandou, entretanto, na confusão do lugar, eu não enxerguei um galho e meu braço foi preso por ele.


– JORGE! - Gritei, mas ele não ouviu e se afastou. - JORGE!! - Não importava o quanto eu puxasse, meu braço simplesmente não soltava, senti farpas entrando em minha pele quando tentei puxar mais forte, soltei outro grito, mas esse foi de dor.


Alguém veio de encontro com o meu corpo e meu braço estava livre do galho, todavia, minha jaqueta havia rasgado e minha pele fora arranhada e sangrava. Eu soltei outro ruído de dor e me encolhi para perto da árvore, onde ninguém mais poderia tropeçar em mim.


Sei que eu devia ter corrido, assim que liberta, para onde os Weasley estavam, mas eu não conseguia pensar naquele momento. Tanta gritaria e correria, tanto desespero junto me deixou tão confusa e agitada, que nada me passava pela cabeça a não ser chorar copiosamente encostada naquela árvore, sentindo o meu braço arder.


De repente, sinto uma presença do meu lado. Ela não parecia desequilibrada e vinha em passos leves e rápidos na minha direção, não em direção à trilha do lado da árvore, na MINHA direção.


– Thalia? - A voz me era familiar, porém não era a que eu esperava ouvir.


– Cedrico? - Minha voz tremeu quando levantei a cabeça para ver seu rosto. O loiro se aproximou de mim e se ajoelhou do meu lado, pegando o meu braço.


– O que aconteceu?! - Seus olhos se arregalaram ao ver bem o meu rosto.


– E-Eu m-me perdi-di e-e m-meu braço p-prendeu - Eu soluçava. Vi Cedrico dar um pequeno sorriso e passar a acariciar minha cabeça de leve.


– Está tudo bem agora, você não está mais sozinha, Tha... - Eu não o deixei terminar e o abracei forte, ignorando a dor no braço e a falta de intimidade que eu tinha com ele. - Pronto, pronto. - Ele bateu de leve nas minhas costas até eu me acalmar. Quando ele sentiu que eu já não soluçava mais, ele me levantou e se separou de mim - Venha, vamos cuidar do seu braço. - Nos viramos para voltarmos ao acampamento, agora silencioso, quando ouvimos gritos de trás de nós e uma luz verde iluminou o céu.


– Mas o que?


– Por Merlin! A Marca Dele - Eu sussurrei - Não!


– Thalia! - O garoto me segurou quando meus joelhos cederam. - Vamos logo. - Ele me apressou, meio me segurando e meio me conduzindo. Chegamos em sua barraca em poucos minutos, seu pai não estava, mas isso não o impediu de me colocar na poltrona e de procurar pela varinha. - Droga! Eu devia ter a levado comigo! - Eu tento uma risada.


– Que tipo de bruxo não leva a varinha em uma situação dessa?


– O tipo que acaba de te ajudar, senhorita Evans. - Ele me mostrou a língua.


– Posso agradecer depois, senhor Diggory? - Ele se aproxima, feliz por ter achado seu espeto mágico.


– Claro, claro. - Cedrico executou um feitiço que fez com que os meus machucados melhorassem até virarem meros arranhões.


– Você é bom nisso.


– Eu sei. - Ele deu o sorriso que fazia muitas estudantes de Hogwarts suspirarem. - Não me entenda mal, Thalia. - Seu semblante ficou sério. - Mas eu acho que você não deveria preocupar mais ainda seus acompanhantes. É melhor eu te levar para os Weasley.


– Não precisa, Cedrico, eu consigo me virar agora que me acalmei. Obrigada por tudo, mesmo. - Dei outro abraço nele, me levantei e sai, indo em direção às barracas dos ruivos. Quando cheguei lá, fui engolida pelo abraço de dois Weasley que pareciam realmente desesperados.


– Achamos que...


– Eu sei. - Retribui o abraço - Eu estou bem, acabei encontrando o caminho de volta, tive ajuda.


– A culpa foi minha. Se eu tivesse prestado mais atenção...


– Jorge! Pare! Já passou, vamos entrar agora. - Nós três entramos, pegando a conversa dos demais no meio. O Sr. Weasley se levantou e me examinou.


– Parece que não se machucou, ainda bem. - Ele suspirou. Eu dei um sorriso e senti Harry passar a mão no meu cabelo. A conversa continuou mais um pouco, até todos serem mandados de volta para a cama. Assim que ouvimos a respiração e Ginny regularizar na beliche de cima, Hermione se sentou em sua cama e me olhou séria.


– Precisamos conversar.

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