Palavras: 1066
Minhas primeiras duas semanas na Toca foram incríveis. Nos primeiros dois dias, eu fiquei com extrema vergonha, mas que logo foi substituída pela alegria confortável. A Sra. Weasley foi muito gentil comigo desde o momento em que eu cheguei, Percy me ignorou, Rony insistia em me perguntar sobre como eu vi o que ia acontecer no ano anterior, Ginny dividia seu quarto comigo, então conversamos bastante, eu ajudei um pouco Fred e Jorge, mas eles nunca me deixavam testar nada, e o Sr. Weasley me encheu de perguntas sobre os trouxas e sobre a minha família.
Assim que Arthur me viu, eu soube, pelo seu olhar, que ele havia percebido a minha semelhança com minha mãe, Lily Potter. Mas ele esperou eu me sentar na grande mesa da Toca, com todas as crianças (menos Ron e Fred) fora, para comentar:
– Você parece muito com uma antiga colega minha. - Os três mais novos na cozinha estancaram e Molly me olhou mais atentamente, enquanto eu olhava para a minha panqueca como se ela estivesse super interessante.
– Oh! - Molly derrubou a espátula que segurava. - Não pode ser!
– Por que todo mundo diz isso? - Escapou da minha boca.
– Lily? - Eu tive que rir do tom esganiçado do Sr. Weasley.
– Na verdade, a filha dela. - Estendi minha mão em sua direção - Thalia Evans Potter, ao seu dispor. - A partir daí foi uma festa, quase todos os Weasley ficaram sabendo do meu segredo já não tão secreto, os adultos me abraçaram e ficaram dizendo como eu parecia com minha mãe. Agora eu sei o que Harry sentia ao ser comparado com nosso pai…
Os dias passaram e eu fui ajudando nas tarefas, um pouco antes da vinda de Harry, a Sra. Weasley me pediu para colocar uma carta com o endereço dos Dursley. O envelope estava tão cheio de selos que chegava a ser hilário, aposto que Harry irá adorar. Fred foi comigo para o Correio. Não quero falar sobre isso, só saibam que eu voltei para A Toca batendo os pés e talvez eu tenha atirado uma Varinha Falsa nele.
Hermione chegou no mesmo dia, para me salvar! Nós nos trancamos no quarto de Ginny e passamos horas conversando, descobrimos que nós três somos muito compatíveis e me arrisco dizer que somos amigas. Chegou uma hora que eu e Mione ficamos sozinhas no quarto, ela me sentou na cama e me perguntou, muito séria:
– Você trouxe?
– Sim... Você tem certeza que quer ler isso? Pode se meio... Sei lá, chocante? - Ela me lançou um olhar que eu deduzi a resposta - Ta bom. - Abri minha mala e tirei de lá três livros: A Pedra Filosofal; A Câmara Secreta; O Prisioneiro de Askaban. Hermione os pegou com um olhar de fascínio, deu uma folheada nos livros e me sussurrou:
– Aqui tem até partes que eu só ouvi dos meninos! Tem coisas que acho que nem eles sabem direito! - Dei um risinho.
– Sim... aí tem tudo. Olhe Mione, Dumbledore me permitiu te entregar esses três livros, mas só depois de eu prometer que você não iria mostrar para ninguém. Nem para os meninos.
– Eu sei, Lia. Relaxe, eu nunca contarei, pelo menos não até você me dizer que posso. - Respirei mais tranquila - E... Será que eu não poderia ler os outros? Você me disse que são sete. Eu procurei, mas não achei nenhum.
– Não pode. Eles não aparecem mais para mim, são enfeitiçados para que quem usa magia nunca os encontrem. Por algum motivo, parece que os meus exemplares tem um feitiço especial, eles voltam a aparecer para mim depois que a história contada neles acontece. Então, você terá que esperar até tudo estar acabado para ler o resto.
– Entendi - E assim passamos o resto do dia, eu e Ginny saímos para jogar no jardim, enquanto Mione ficou lendo, com a porta trancada. Jorge e Fred se aproximaram de nós, ambos com um sorriso maroto no rosto.
– Querem jogar? - Ginny perguntou.
– Claro, mas antes, Ginny, querida, venha aqui, preciso te perguntar uma coisa. - Jorge puxou a minha futura cunhada pelos ombros e me deixou sozinha com Fred.
– Lia, nós conseguimos fazer funcionar a parte laranja do doce!
– É? Parabéns, Weasley. - Eu ainda estava brava com ele.
– Ah, Lih! Poxa, eu já pedi desculpas, você ainda está brava por causa daquilo? - Acho que meu olhar respondeu. - Olha, eu sei que não deveria ter falado aquilo, mas você não pode ficar me punindo para sempre!
– Será? Eu posso tentar.
– Liiiiih, pooor favoooor me peeerdoaa - Ele fez uma carinha de "cachorro que caiu do caminhão de mudança" e, quando viu que eu não mudei a minha expressão, ele resolveu me fazer cócegas. Sim, Fred Weasley tinha descoberto todos os meus pontos de cócegas e ele é mais forte que eu, então tudo que eu podia fazer era me contorcer e gritar com ele.
Chegou um momento que eu perdi o equilíbrio e cai. Levando Fred junto, claro. Caímos na grama, ele sobre mim, rimos um pouco, mas aí eu percebi o quão perto seu rosto estava do meu. Eu sentia sua respiração e conseguia ver o tom exato de seus olhos, vi quando ele corou e quando hesitou em se afastar o suficiente para que eu me sentasse.
– Você é impossível, sabia? - Eu tentei manter meu cabelo entre nós para que meu rosto tivesse tempo de "descorar".
– Sabia! - Ele parecia estranhamente satisfeito. - Vai me perdoar? - Suspirei.
– Vou, Weasley. É bem complicado ficar chateada com você. Só não faça de novo.
– Prometo, ruivinha! - Ele bateu continência e fez uma careta - PRONTO, JORGE! PODEM VOLTAR! - Jorge e Ginny apareceram de trás do barracão, Jorge gritou um FINALMENTE e Ginny parecia prestes a cair no riso. Nós voltamos a jogar, enquanto discutíamos quanto sucesso o Kit Mata-Aula faria assim que estivesse pronto. Ficamos fora até Rony sair para avisar sobre o jantar. Eu e ele ficamos mais para trás, dando chance dele me perguntar:
– Você nunca vai me contar, né?
– Ahn? - Eu estava distraída, me lembrando do tombo de hoje.
– Nunca vai me contar, não é?
– Contar o que?
– O que contou para Mione.
– Um dia, Ron. Um dia eu prometo que contarei - Dei-lhe um tapinha nas costas e corri para entrar pela porta aberta, segurada por um dos gêmeos Weasley.
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