Palavras: 1054
No dia seguinte, fomos acordadas pela voz doce e melodiosa da Sra. Weasley:
– Acordem, meninas! Vocês tem quinze minutos para descerem! - Ela bateu na porta, nem entrando no quarto. Ouvimos seus passos se afastando, provavelmente indo acordar os meninos. Virei o rosto e estava quase voltando para o meu oceano mais profundo e a minha nuvem mais alta, quando minha cabeça é atingida com força por um travesseiro.
– Vá se trocar primeiro, Potter! - Ginny parecia gostar de me chamar assim.
– Por que eu, futura Potter? - Respondi, abrindo um dos olhos e a vendo corar. VINGANÇA!
– Porque eu não quero sair da cama agora! Vá logo! Não quer que nos atrasemos, quer? - Bufei indignada, porém fui assim mesmo em direção à minha mala para me trocar. Estávamos quase prontas quando ouvimos os passos pesados dos garotos descendo as escadas, eu e Mione enrolamos mais um pouco até Ginny estar pronta e descemos também.
Depois da Sra. Weasley gritar com os gêmeos por causa dos logros criados que eles estavam querendo levar e de comermos, nós saímos. Fred e Jorge iam na frente, furiosos, nem se despediram da mãe... Troquei um olhar com Mione e me apressei para alcançá-los.
– Vocês deviam ter se despedido dela, sabiam? - Perguntei, olhando-os por baixo.
– Lá vem você, o que exatamente fizemos de errado desta vez? Hein? - Fred me olhou de lado apenas, seu tom era incomumente maldoso. - Ontem veio nos encher por causa do seu "primo" e hoje por causa da nossa mãe?
– Fred! - Até Jorge o olhou surpreso. - Não leve a sério o que ele está falando, Lia, nós só estamos chateados por mamãe ter jogado tudo no lixo... - Ele suspirou, bagunçando o meu cabelo com uma das mãos.
– Tudo bem, não acho que vocês deveriam ficar tão bravos, só isso. - Ao olhar revoltado deles, eu continuei - Qual é? O que a Sra. Weasley jogou fora não é nada que vocês não possam recriar ainda melhor. - Dei-lhes um sorriso. - Eu também acho, que talvez, vocês deviam se despedir da sua mãe, antes que não possam mais fazer isso... - Meu sorriso vacilou rapidamente. Vi que os olhares raivosos dos ruivos também haviam vacilado, se tornando mais receosos que antes. - Ignorem, eu só estava pensando alto. - Mostrei a língua, tentando quebrar o clima estranho que havia se instalado.
– Mudando de assunto, dona Thalia - Fred, já mais normal, me olhou como se me acusasse de algo. - Por que a senhorita estava chorando ontem? - Prendi o suspiro que estava preste a sair. Não... Eu ainda não iria contar a eles... Voltei a minha atenção para a paisagem pela qual andávamos. Estávamos quase no alto do morro Stoatshead, então eu só precisaria enrolar mais um pouco, só até encontrarmos aqueles que iriam com a gente.
– Sabe, Fred... Por mais que eu ame vocês, eu não acho que estão preparados para saber tudo o que se passa na minha pequena e ruiva cabecinha. - Sorri de lado aos gêmeos.
– Nos ama? - Jorge me olhou com um sorriso malicioso. - Tem certeza que esse verbo é no plural mesmo? - Corei e dei um soco fraco em seu ombro.
– Idiota. - Mostrei-lhe a língua enquanto ele dava uma gargalhada alta. Antes que o foco voltasse para mim, eu diminuí o meu passo e me separei deles, indo para perto de Mione, que parecia estranhamente sem fôlego. - Isso ai é puro sedentarismo, sabia? - Caçoei.
– Sim... - Respira - Eu - Respira - Já - Respira - Estou - Respira - Morta - Respira fundo. Não aguentei e dei uma risada alta. - Não - Respira - Ria - Respira - De M - Respira - Mim!
– Desculpe Mione, é que é tão bonitinho - Dei um sorriso amarelo. - Sabe... Se você está sem fôlego agora, eu imagino quando encontrarmos quem está nos esperando lá em cima... - A olhei, maliciosa.
– Quem... é?...
– Se eu contar, perde a graça, oras! - Mione me mostrou a língua e eu dei outra risada. Estranhamente, eu estava com um ótimo humor, apesar de ter acordado extremamente cedo e ouvido aquela gritaria logo depois... O dia ia ser ótimo, apesar... Não! Eu não devo pensar nisso agora, hoje vai ser um ótimo dia! Quando finalmente eu terminei de ajudar Mione a terminar de subir o morro, ouvimos um animado grito chamar pelo Sr. Weasley:
– Aqui, Arthur! Aqui, filho, achamos! - Seguimos em direção ao homem que segurava uma bota velha e de aparência mofada. O cumprimentamos e confesso que estava louca para conhecer o tal do filho dele, o "galã" Cedrico Diggory. Ele apareceu e nos deu "Olá", o que foi ótimo, porque eu pude FINALMENTE ver de perto o que a J. K. achava de tão bonito nele, devo admitir: Por Merlin! Voltei a conversa principal, a tempo de ouvir:
– Ah, não, só os ruivos - Eu pigarreei - Menos a menor ali - Poxa! Só porque a Ginny é maior, não precisa ficar falando - Ela é Thalia, amiga dos gêmeos, esta é Hermione, amiga de Rony, e Harry, outro amigo...
– Pelas Barbas de Merlim! - E por aí foi o que sempre acontece quando os bruxos mais velhos escutam o nome Harry Potter... Não sei como o meu irmão aguenta, de verdade... Eu definitivamente já teria perdido alguns fãs, só por ser do meu jeitinho doce... Enfim, enquanto Amos Diggory enchia a paciência do meu querido Potter, eu aproveitei para ir perto de Mione.
– Eu não te falei? - Sussurrei em seu ouvido, ela me olhou com um sorriso malicioso que eu nunca imaginei que veria. Soltamos risadinhas cúmplices e de repente, eu senti um braço envolver meu ombro, olhei para o lado e era Fred.
– O que as meninas tanto cochicham aí? - Seu hálito quente alcançou a minha orelha.
– N-Não te interessa, Weasley! - Tirei seu braço dos meus ombros, lembrando do incidente do Correio. Ele me lançou um olhar como se soubesse exatamente o porquê de eu ter saído de tão perto dele. Acho bom.
– Lia...
– Vamos, meninos! - O Sr. Weasley gritou para nós, nos juntamos em volta da velha bota - Três... dois... um… - E então, fomos puxados para algum lugar. Era como se um anzol estivesse me puxando pelo umbigo, senti minha mão, antes livre, ser apertada e então lá estávamos, todos - menos o Sr. Weasley, o Sr. Diggory e Cedrico - estirados no chão.
– O sete e cinco chegando do morro Stoatshead.
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