top of page

A Bordo do Expresso de Hogwarts

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 1092


Na manhã seguinte, o clima na Toca estava levemente triste, como acontece normalmente em últimos dias de férias... A não ser que você estude em Hogwarts, porque eu estava em êxtase! Desci para tomar o meu café, feliz da vida, mas pelo jeito, era só eu, porque a cozinha parecia estar prendendo o fôlego.


– O que houve? - Perguntei para o ruivo mais próximo.


– Papai foi chamado pelo Ministério, parece que Olho-Tonto aprontou alguma. - Gui deu de ombros, para logo depois, passar o braço pelo meu pescoço. - Com fome?


– Muita! - Sorri e me sentei ao seu lado, recebendo olhares estranhos do outro lado da mesa. - Bom dia para você também, Fred. - Sorri amarelo.


– Bom dia. - Foram ouvidas duas falas diferentes e iguais ao mesmo tempo. Fred me respondeu em tom baixo, enquanto Jorge berrou do outro lado do pequeno cômodo. Ri disso e me alimentei. Fui terminar de descer as malas e as minhas coisas, para podermos ir logo. - Parece animada para voltar à Escola. - Fred piscou para mim.


– E estou. - Sorri - Nada contra a Toca, mas Hogwarts é agora minha casa predileta. - Ele gargalhou antes dos outros aparecerem e nós irmos para a Estação King Cross.


A trajetória foi como normalmente é quando se está com os Weasley, barulhenta. Eu estava de ótimo humor, até Carlinhos falar algo para Harry, já quando estávamos para entrar no Expresso de Hogwarts, que me deixou levemente preocupada:


– Talvez eu volte a ver vocês mais cedo do que pensam. - O tom do Weasley era brincalhão, mas eu sabia das consequências que isso traria... Depois de me despedir dos mais velhos, eu fui arrastada para um compartimento com Fred e Jorge. Lá eu me sentei de frente para Jorge, enquanto Fred se sentou ao meu lado. Eles pareciam incomodados por algo.


– Falem logo, o que está perturbando as mentes já perturbadas de vocês? - Meu sorriso foi se perdendo ao ver os quatro olhos me mirando como se vissem a minha alma. - O que foi? Não me olhem desse jeito...


– Lia... Nós... - Jorge parecia hesitante e nervoso. - Nós... Nós queremos saber o porquê de você estar chorando quando voltamos da Copa de Quadribol. - Ele me olhou com determinação.


– E não aceitaremos outra resposta que não seja a verdade. - O tom de Fred era estranho para mim, era um tom sombrio e autoritário.


– Eu... - Hesitei. Não poderia contar a eles, poderia? - N-Não foi nada, meninos, mesmo. Coisas que uma mulher passa na vida. Só isso. - Evitei qualquer uma das orbes azuis. Ouvi eles se aproximando de mim e ouvi eles bufarem.


– O que era, Lia? O que é? Sério que você não quer nos contar? - Jorge soou tão magoado que eu quase desisti de esconder. Quase.


– Não é questão de querer, Jorge... Vocês são meus melhores amigos, é claro que eu gostaria de contar... Mas... Dumbledore me proibiu de fazer algo assim.


– Se Dumbledore sabe, então o negócio é sério...


– Não pode nos contar, mas Hermione sabe de tudo. - Fui pega de surpresa agora. Olhei para Fred com olhos arregalados e recebi um risinho malicioso de volta. - Foi ela que nos mandou perguntar sobre isso. Ela falou que faria bem para você falar um pouco.


– Porém, parece que a nossa ruivinha não quer falar. - Jorge forçou uma risada.


– Meninos...


– Tudo bem, Lia. - Ambos sorriram, confirmando as palavras do ruivo - Não vamos te pressionar mais, porém, você deve nos contar assim que possível. Sua reação me deixou curioso.


– Sim, por favor, Lia. - Fred deitou a cabeça no meu colo. - Agora que resolvemos isso, calem a boca, eu vou dormir. - Eu e Jorge rimos baixo. Depois de um tempo observando o irmão, ele se levantou e me disse que iria procurar Lino e que eu devia descansar um pouco também, ele voltaria antes de chegarmos a Hogwarts, para podermos nos trocar.


Assenti e deixei meus pensamentos vagarem enquanto Jorge fechava eu e Fred dentro do compartimento. Sem perceber, comecei a acariciar os cabelos ruivos de Fred, ainda concentrada em pensamentos aleatórios e na paisagem mostrada pela janela. Uma ameaça a vida de Hermione passou pela minha mente e um sorriso maligno se instalou em meu rosto.


– Não sorria desse jeito. - A voz rouca quebrou o silêncio de forma abrupta, me dando um sobressalto e me fazendo parar com o carinho.


– Bem, não me assuste desse jeito, então! - Ele se mexe em meu colo, virando o rosto para me olhar e ri.


– Não foi exatamente a intenção, mas é que esse sorriso não fica muito bem em você. - Seus olhos estavam carregados de algo que eu não consegui identificar muito bem. - Não pare com o carinho. Estava gostoso. - Ele volta a fechar os olhos.


– São muitas coisas que você quer que eu não faça. - Dou um risinho ao ver um sorriso que só ele podia dar aparecer em seus lábios.


– Quer saber uma coisa que eu quero que você faça? - Seus olhos voltaram a se abrir, ele levantou os braços e com mãos delicadas, ele puxou meu pescoço, aproximando nossos rostos. Eu fiquei atônita, sem reação.


Nossos rostos foram ficando cada vez mais próximos, nossas respirações estavam começando a se misturar, meus olhos não deixavam os dele e o meu coração parecia que iria sair do meu peito a qualquer segundo. E, então, Jorge e Lino abriram a porta da cabine. Dei um pulo e Fred se levantou.


– Iiiih, Lino! Parece que chegamos na hora errada. - Jorge estava quase morrendo de rir - Atrapalhamos o casal! - Mais risadas da parte dos recém-chegados.


– C-Casal? N-Não somos um c-ca-casal! - Senti meu rosto ficar quente, ótimo, estava corando. Me levantei rapidamente e peguei o uniforme no malão. - Vou me trocar. - Sai correndo, me dirigindo para qualquer lugar longe dali, onde eu poderia esconder a minha cara tão vermelha quanto os meus cabelos. Quando já estava longe, ouvi Lino gritar "Olá para você também, Thalia!"


Demorei para voltar a cabine o máximo que pude, mas uma hora tive que voltar. O tempo estava chuvoso e a noite estava mais escura sem as estrelas a vista. Entrei na cabine, ainda corada, e fui alvo de brincadeirinhas dos meninos.


Logo me perdi nas piadas e acabei voltando ao normal, descemos do trem quando o mesmo parou na Estação e fomos para o Castelo. Nossa carruagem era puxada por um testrálio. Espera... Como assim, eu posso vê-lo? Ainda não assisti a nenhuma morte, assisti? Bem… Mais uma pergunta para fazer durante os encontros com Dumbledore...

1 visualização0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

O Ovo e o Olho

Eu não sei o que havia me dado, mas naquela noite, eu fui dormir cedo. Parecia que meu corpo flutuava ...

O Furo Jornalístico de Rita Skeeter

O dia depois do Natal não foi tão bom assim. Mione saiu cedo para fingir civilidade com Ron e não percebeu meus olhos inchados.

O Baile de Inverno

Depois do ocorrido dos convites, eu evitei ficar sozinha com Fred, apesar de me esforçar para não o tratar diferente do que estávamos ...

Comments


bottom of page