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Eu sinto tanto sua falta, Scott Parnell!

Foto do escritor: Black MayBlack May

Palavras: 816

Resumo: Vee volta para a cidade e vai visitar um velho amigo.

Fundo de cemitério, metade de um rosto de uma mulher chorando com o rímel escorrendo e o título da fanfic.
Foto: Edição feita por mim, com imagens do Google Imagens

- Seu idiota. - A voz chorosa da loira soou pelo campo nublado. - Mesmo depois de tanto tempo, você está me fazendo chorar. - Ela soluçava e abraçava seu próprio corpo. Estava tão cansada, sua mente estava tão esgotada com os pensamentos conflitantes que lhe bombardeavam.


Se passaram 10 anos desde o acontecimento, Vee havia voltado para sua cidade, esperando ter superado sua antiga paixão, porém todas as suas esperanças foram provadas falsas. O casal amigo a via sofrer de longe, não sabendo como amenizar sua dor. Um homem e uma criança também observavam a mulher, porém não se aproximavam, o homem sabia que ela precisava passar pelo reencontro sozinha.


- Eu… eu me casei, sabia? - Sorriu, respirando fundo - E-Eu tive uma filha linda, linda mesmo. Eu t-tentei te superar, tentei seguir em frente, j-juro que tentei, mas você estragou a minha vida, sabia? - Ela se curvou sobre o solo úmido, uma brisa doce a acariciou em seu rosto, trazendo junto um cheiro que lhe trazia tantas lembranças, ainda que fossem poucas. - Você é um imbecil. - Uma risada soluçada lhe escapou.


Vee sentiu sua visão embaçar novamente, não poderia ainda estar chorando, poderia? Tantos anos depois, tão pouco tempo juntos, como o rapaz foi capaz de marca-lhe tão fundo? Ela sentiu algo afundar em seu estomago, seu cérebro não conseguia parar de repassar todos os momentos que passou com ele.


Ao longe, a pequena menina de cabelos loiros como os da mãe sente algo quente lhe beijar a face, a criança olha curiosa e percebe que a brisa que envolvia a mãe tinha uma forma estranha, como se seus ventos formassem algo na forma humana…


O dia do desastre passou por sua mente, que não a poupou de revivê-la: Vee implorava para que ele não fosse tão descuidado com a própria vida, porém o moreno apenas riu diante de sua preocupação. “Não se preocupe” ele dizia “ Volto a tempo de te levar para comemorar sua entrada oficial no mundo nephilim!” seu sorriso característico não a convenceu, nunca o tinha feito e não foi naquele momento que começou a fazê-lo.


- Seu mentiroso - Ela não tinha forças nem para brigar com ele. O cheiro tão carregado de lembraças a rodeou novamente, uma corrente de ventos quentes abraçou a loira, envolvendo-a num calor tão familiar e saudoso que lágrimas voltaram a escorrer pelo rosto feminino.


- Lembra quando nos conhecemos? Eu jogando você para a Nora e depois correndo atrás de você… Foi divertido… - Um soluço - E-Eu queria te agradecer… e te parabenizar… - Seu choro voltou mais forte do que nunca - Parabéns, nephilim, por me deixar à uma década… Eu… Eu não ia voltar tão cedo, sabia que não estaria preparada para te ver assim… Porém, recebi uma ligação de Patch… foi ele quem insistiu para que eu viesse te ver hoje… Oh - Ela deu o mais doce e quebrado dos sorrisos - e obrigada… p-por me mostrar o universo nephilim e por me amar…


Suas forças restantes se esvaíram e Vee desabou perante a imponente placa de pedra. A amiga ao longe se precipitou na direção da mesma, porém foi impedida pelo namorado, que sentiu uma calorosa brisa os envolvendo. Lágrimas de um coração quebrado começaram a regar uma terra já úmida pela recente chuva.


Seu choro agredia os ouvidos de todos que por ali estavam, era carregado de uma dor antiga, uma fratura que ainda doía, um coração quebrado que nunca voltaria a ser o que foi antes de o conhecer. Ninguém se atreveu a aproximar-se, ainda que amassem a loira, sabiam que nada nem ninguém poderia conserta-lhe a alma despedaçada, ninguém a não ser o próprio causador da dor.


Algo lhe aqueceu a face, dando a Vee a leve impressão de que não estava sozinha perto das flores trazidas. Todos estavam tão concentrados na tristeza da mulher que não perceberam a fraca presença, que, desesperadamente, tentou confortá-la.


- Vee… - O sopro delicado e sofrido do amado lhe atingiu a face, juntando seu sofrimento ao de sua eterna namorada por uma última vez. Ambos se viram, apenas por um instante, mas graças a este relance de olhar, Vee pode ver que não era a única que sofria.


Não conseguiu segurar um sorriso, ele estava exatamente como se lembrava, apesar de não exibir seu sorriso encantador e malicioso e sim uma careta de dor. O homem que segurava a garotinha viu a mudança de expressão da loira, não entendeu, assim como os amigos da mulher, que mal se aguentavam ali.


A garotinha soltou uma risada baixa e melodiosa, recebendo um olhar repreensivo de seu pai, porém a imagem da mulher admirando um misterioso translúcido lhe era incrivelmente estranho. O tal misterioso se abaixou, estendendo seus braços fortes…E então, gritando, Vee respondeu seu chamado:


- Eu sinto tanto a sua falta, Scott Parnell!

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